#2

...Brinnie....

    Não quero ouvir de novo que esta tornando-se pior. Eu não quero ouvir da Lara que eu ainda estou com medo de pintar. — Pego minha bolsa e saio andando o mais rápido que consigo pelos corredores da universidade, desço as escadas, esbarro com alguém, mas não ligo. Quero ir para casa.

   Meu dia foi uma porcaria, tenho que melhorar, tenho que sair desse bloqueio, sinto raiva de mim, mas não consigo colocar na tela. Estou sentada há horas aqui que nada.

" Brinnie vamos a um café! " Diz Jessie a minha colega de quarto.

— Um segundo. — digo olhando o dia se despedir com o sol beijando as montanhas.

— Você disse isso há horas. — ela diz apoiando no meu tripé.

— não apoie no meu tripé! — digo me levantando e derramando tinta no macacão. — Que droga Jess!

— Você nem fez nada! Por que está tão brava!? — talvez seja devido ao seu jeito de não se importar.

— ... deixa para lá. — me calo. — pode ir primeiro, vou guardar tudo.

— Deixe aí, ninguém vai entra aqui. — Ela diz me puxando.

— Não. Vou guarda tudo. — digo me soltando.

— Você é certinha demais. Vamos? Quero ver se eu vejo uma pessoa. — E aí está.

       Ela não se importa comigo, só quer ver se aquele cretino está andando pelas ruas, ela faz isso todos os dias nas últimas semanas. Ainda não acredito que Aquele canalha voltou a cidade. Me senti tão bem quando ele foi embora, até às festas diminuíram.

           Jess que me disse para deixar tudo para trás, está fazendo uma maquiagem tão pesada que eu sinto pena do rosto dela. Para quê? Para impressionar um idiota? Pelo amor de Deus! Alguém deveria dizer que isso não vai dar certo. A mim ela não ouve. Jess passou três anos que estuda aqui esperando por uma oportunidade de ir para cama com ele. Mas Hunter não pega ninguém que já tenha namorado os amigos dele.

— Vamos Jess! — digo já impaciente.

— Para quem tinha que guardar tudo, você está com pressa. — ela diz terminando o batom.

— Quero um café. — digo sem muito humor.

     Ela sorri como se recebesse um prêmio, me agarra como um troféu e praticamente me arrasta para a rua. Fomos andando, primeiro rodamos umas, oito esquinas do bairro por que ela está crente que ele vai aparecer do nada e agarrar ela. — finalmente a cafeteira.

          Entramos e vou direto para o balcão, peço um cappuccino e Jess um café com leite. Até onde eu sei ela gastou toda a mesada em roupas de novo. Eu não trabalho devido à faculdade. Como tenho que ir às oficinas a tarde e as eletivas de artes, não tenho tempo e meu pai também não quis isso. — Sinto um arrepio.

    Olho por cima dos ombros, vejo algumas pessoas da universidade e passo o olho rápido. Paro, minha boca vai ao chão e Jess enfia as unhas no meu braço controlando o grito. Ele está literalmente há cinco passo dela. Eu não quero me envolver com isso. Vou para o lugar mais longe que tem dele, todas as garotas desse café estão vidradas nele. E Jess não é exceção. Pego meu telefone e coloco os fones, abaixo minha cabeça e viajo por segundos. Não chegou nem a um minuto literalmente.

            Meu café chegou e noto que Jess estão em outra mesa com as amigas dela. Isso é tão legal! Eba! Ela me chama e abandona. Vou até o balcão e quando estou passando pela mesa dele sou atingida por uma bomba de café. Gelado, mas me sinto quente, odeio isso, ser o centro das atenções!

" Foi mal." assim que ouço a voz, meu corpo todo fica trêmulo.

       Ele... por que esse cara!? Meu macacão, meu cabelo, eu estou cheirando a café! Olho para ele, odeio essa expressão de despreocupado dele, de quem acha que vai ser perdoado assim que fazer essa cara de garoto pidão.

— Foi mal, o caralho. — digo brava.

— Já disse desculpe, tá legal? — ele diz sorrindo.

— É uma piada? Não tem graça. — digo virando de costas.

Ótimo amanhã que vou ser motivo de chacota na aula. Pego meu café e pago, Jess colocou o dela com o meu, isso também me tira do sério. Pego o café e saio do lugar. Não aceito isso, não aceito.

...Hunter....

     Foi um mísero acidente, um acidente inofensivo, não precisava me xingar. Eu não fiz por que eu quis, até por que ela não é nem uma das garotas que eu faria isso. Nem sei que ela é, deve ser caloura. Nunca a vi pelo campus. Ela chegou com a Jess não é?

" Vá atrás dela." Diz Calvin.

Não entendo por quê.

— Por quê?

— se não quiser sair nas notícias amanhã, que você sair por aí derrubando café em alunos da suas antigas universidade, você vai atrás dela e vai se desculpar. — É por isso que não queria ele aqui.

— Foi um acidente. — Não tinha notado ela, Jess. — Brinnie estava de mau-humor hoje.

    Eu não me lembro de nenhuma garota bonita de olhos claro e cabelos escuros como ela. Brinnie, Brinnie... conheço o nome, quem, quem é ela... Brinnie! A garota gênio!

Ela não saiu da universidade junto comigo? Achei que ela fosse mais velha, já é bem conhecida por ser a réplica exata de Van Gogh ou algo assim... Nunca tinha visto ela na minha vida. Brinnie, a garota gênio é uma baixinha mal-humorada? Quero rir, mas uma chamada de atenção do Calvin e eu vejo que tenho que ir atrás dela. Mas nem sei onde ela está... Jess sabe.

— Jess, sabe onde ela está indo? — Genia ou não, ela não parece legal o suficiente para me convidar para a casa dela.

— Para o dormitório, provavelmente, eu sei onde é, para ser exata eu divido com ela. — ela agarra meu braço. — te levo lá, se voce quiser...

— Lamento mocinha. — Calvin entra no meio — nada de agarrar.

— Ah... sinto muito — ela pode estar com essa carinha triste, mas não sente nada. — Mas posso levar você lá.

        Não quero lidar com ela mais uma vez, ela namorou o Gilbert no primeiro ano e é contra meus princípios pegar ex de amigo, uma regra minha. Mas de acordo com Calvin, estamos sendo observados. Então sem escândalo.

— Por favor, então. — digo sorrindo de leve.

     Ela abre a porta e noto que é uma divisão de águas, metade do quarto está como se fosse uma zona de guerra e o outra parece ter mais coisas, mas perfeitamente arrumado e a dona dele acaba de sair do banheiro com uma toalha na cabeça e uma expressão furiosa.

— Caramba, Jess! Falei que se for transar aqui tem que me avisar! — aí está, uma visão que não se vê todo dia.

— Brinnie! Não é isso! — Jess tem uma mania de sempre enfiar as unhas nos outros, quando ela vai fazer isso a tal Brinnie passa por ela.

— Se não é. Então por que isso está no meu quarto? — Ela pode ser baixa, mas me senti contra a parede e aliás...  

Ela acabou de me chamar de lixo?

— Vim me desculpar com você.— Coloco as mãos no bolso da jaqueta para não demonstrar que me ofendeu.

     Ela somente cruza os braço e me encara. Eu não quero fazer isso, ela parece o tipo rancorosa, Calvin disse que viu fotógrafos e se essa garota marrenta não entrar em um acordo eme ferrar, devo dizer adeus a minha carreira.

— Preciso manter as aparências, mas saiba que eu não queira fazer isso também. — tento parecer serio, mas ela ri e acaba co meu esforço.

— Não preciso disso, só cai fora. — ela joga o cabelo molhado para trás mostrando os olhos azuis quase cinzas que me tirou o folego que jurei serem verdes.

— Qual é Brinnie! — nossa, Jess realmente está enfiando as unhas no braço dela? Pela expressão da gata marrenta ela vai xingar muito essa garota — porque não tomamos uma cerveja pata reconciliação de vocês.

      Eu nunca vi uma garota como ela, essa garota literalmente não se importa em dar uma cotovelada na amiga, se é que pode chamar isso de amizade.— Não obrigada, tenho que ir pintar. — é verdade, ela é artista.

— Você está em crise, nem pintar estão pintando! — Não sei se é segredo, mas a expressão no rosto da garota gênio diz que ela não deveria dizer isso.

— Já chega, eu não quero ficar no mesmo ambiente que ele, feliz? — sem mais nenhum argumento, ela se virou para porta, mas ainda quero entender por que ela me odeia...

    Tentei ser sútil, não funcionou, vamos ser diretos então. Me aproximo dela e prendo ela contra a escrivaninha e pergunto:

— Eu não me lembro de ter dormido com você enquanto estudava aqui. Qual é do ranço? — Ela tentou me chutar, mas não deixei que ela fugisse.

— Tire. — não largo — tire a mão de mim.

— Diz aí, Brinnie né? — a expressão mais interessante que vi hoje, quero ver ela mais brava. — Você não gostou de dormir comigo ou oque?

— Se coloque no seu lugar, eu jamais iria para cama com um canalha como você. — ri, fui obrigado a rir — solte.

— Como pode tanta certeza que eu sou um canalha? Já ouviu que não se deve acreditar em tudo que esta nas páginas de fofocas?—  Sem nenhuma palavra eu percebi que ganhei, e eu nem sabia que era competição.

    Mas acho que ela não gosta de perder, até porque ela pegou um caderno e antes de sair me encontrou com um olhar de quem me odeia, ficando meio abandonado, vejo Calvin se aproximar.

" Você andou por aí transando e não sabendo quem era?" Pareceu isso?

— Não. Mas vai saber né? — Dou de ombros e o vejo revirar os olhos.

         Acho que ela não vai sair por aí dizendo que sou um canalha, por mais que ela tenha dito isso na minha cara. Eu acho que essa é a primeira vez eu me senti acuado por uma garota, ainda mais uma que é muito mais baixa que eu.

" Ela é meio louca..." Jessie que até tinha me esquecido dela, diz com uma expressão de desgosto.

— Você deveria dizer isso da sua amiga? —  Calvin parece sutilmente bravo.

— Somos colegas de quarto há quase quatro anos, acho que tenho prioridade para dizer que ela é um pé no saco. —  E você sai por aí dizendo isso da sua colega de quarto?

— Sério? — pergunto colocando as mãos no bolso.

    Eu não sei se quero saber mais disso, Jess sempre foi bem interesseira e falsa, ela é conhecida como Coringa entre os caras, uma hora ela te ama na outra te meter um par de chifres, ela já namorou dois caras do time de hóquei, mas eles terminaram antes das traições dela começar. Se não me engano o Conrad ficou bem puto quando descobriu que ela era esse tipo de gente.

    Com um toque leve no meu ombro, Calvin me avisa que é melhor irmos. Estou indo embora, meu negócio aqui já acabou de qualquer forma, porém:

— Transtorno obsessivo compulsivo, ela tem essa coisa. —  Paro por um estante.— Às vezes ela tem os surtos dela.

   Tudo bem, ela não é nada meu, mas eu acho que ninguém gosta que falem das suas fraquezas assim. Continuo a andar.

— Se e assim, então já vou. — já estou na porta.

— Espere! Você veio até aqui, não quer ficar bater um papo? — Obcecada, ela é obcecada por querer tudo.

E isso me deixa mais puto que mentiras a meu respeito. Quando vou responder ela como ela merece, Calvin aperta meu ombro e diz:

— Hunter está na hora da sua sessão.

— Sim, sim...—  Arrumo o cabelo e tive uma ideia. — Foi bom ver a ex do Gilbert de novo.

     Não olhei, mas posso dizer que ela vai ficar bravinha por algumas horas, eu não sei se quero me envolver mais com essa coisa de estudante, desde que cheguei a Jess é a terceira a fazer coisas assim. Estou começando a ficar preocupado com o que aconteceu com essa universidade depois que eu saí.

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Comments

Lua Cheia

Lua Cheia

😳🤔🤔🤔

2024-01-18

0

Ninha Braga

Ninha Braga

parei sem condições de le e uma confusão não ser sabe quem está falando quem é quem erro na escrita enfim é uma história muitoooo confusa 😕 😕 😕

2023-07-29

1

lupi

lupi

como a autora colocando os podres

2023-06-22

0

Ver todos

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