Sozinhos dentro carro, James percebeu que relaxava, conseguindo respirar seu cheiro e não sentir qualquer vestígio da sede, como aconteceu desde que a consolou naquele estúdio. Era bom estar ao lado da humana e, ele queria entender o motivo.
- Isso é muito estranho\, não acha? - disse Robin\, tentando prestar atenção na estrada a sua frente.
O vampiro ao seu lado era uma grande distração, mas Robin queria entender aquela atração e comportamento estranho quando estavam juntos, tanto quanto ele. Ela apertou as mãos no volante, tentando segurar a vontade de tocá-lo. Poderia não ser seguro apesar das mudanças.
- Não sei\, parece ótimo para mim. - disse James\, sorrindo.
- Parece mesmo? Pelo que eu lembro você ficou bem surpreso quando não conseguiu me matar naquele estúdio.
Robin não estava querendo lembrá-lo de que pretendia beber seu sangue, nem estava querendo morrer, mas aquela calma do vampiro a deixava impaciente e querendo acabar com aquela falsa quase amizade entre eles. Duvidava de que James estivesse contente em se ver atraído por uma humana qualquer, principalmente quando lembrava da ruiva incrível que ele tinha ao seu lado quando apareceu em sua cidade pela primeira vez. Também não achava que podia ser confortável. Ela não tinha se esquecido de como Edmundo achava seu sangue com um cheiro muito bom.
Ela espiou o vampiro e o viu perdendo o sorriso, ficando pensativo e sério. Ela desejou saber o que ele pensava, mas James a poupou de perguntar.
- Fiquei realmente surpreso com as minhas próprias ações e ainda não sei o que achar sobre isso\, mas também achei que não seria justo apenas esquecer isso e seguir em frente\, como se fosse possível esquecer de você\, quando obviamente não é. Quero descobrir o que é tudo isso. — disse James então\, quando Robin já estacionava na frente de casa.
Ela se virou para ele, buscando algo no rosto de James, e que fez o vampiro acreditar que ela havia encontrado o que procurava, pela forma que relaxou. Ele estava falando a verdade, pela primeira vez em décadas, e queria que Bella acreditasse nele. Assim como se tornasse tão envolvida quanto ele mesmo naquela situação.
- Eu também quero descobrir o que é. - sussurrou Robin então\, decidida.
- Vamos fazer isto juntos então.
- Você não pode machucar nenhum humano enquanto estiver aqui\, principalmente o meu pai. Não quero me sentir culpada se corpos começarem a aparecer pela cidade.
James assentiu e sorriu pelo seu alerta repentino, como se estivesse esquecido do que ele era, e precisasse lembrar a si mesma sobre sua condição, mas sorriu ainda mais ao vê-la continuar lhe encarando, esperando que ele falasse.
- Está bem\, Robin\, eu prometo não machucar ou matar nenhum humano nesta cidade\, enquanto estiver aqui. Mas\, sabe que vou precisar me alimentar...
Robin assentiu, mostrando que não era idiota, nem queria acabar sendo morta por um pedido estúpido dela mesma.
- Fora desta cidade\, você faz o que quiser\, James. Não sou louca de querer um vampiro faminto por perto. Eu quero permanecer com meu pescoço intacto.
Ele riu, a fazendo corar. Por reflexo, James estendeu a mão, deixando a sua mão fria passar pelo rosto quente, em uma forma de carinho, algo que ele mesmo nunca tinha feito antes... nem mesmo na vampira que manteve por perto por tantas décadas. Ele não estava enganado naquele sentido, Robin o acalmava e o fazia agir de uma forma completamente diferente do que faria antes. Ainda não tinha decidido o que achava do novo James que surgia ao lado da humana, mas estava disposto a ignorar por enquanto.
- Sua pele não é gelada. - disse Robin\, tão absorta no momento quanto James\, que acabou se afastando\, surpreso com aquela revelação.
- Não é?! - disse James\, parecendo despertá-la do momento entre eles.
- Não. Fiquei tão surpresa quanto você\, quando me tocou pela primeira vez. Foi estranho\, mas... Ao mesmo tempo não foi.
James a analisou com cuidado, confuso com mais aquela novidade, mas também percebeu sua figura relaxada, o rosto tão concentrado nele quanto ele deveria estar nela, tentando encaixar as peças daquele quebra-cabeça, que começava a se tornar cada vez mais interessante.
James suspirou, sabendo que aquele era mais um detalhe que ficaria para ser desvendado depois, e percebeu que ainda estavam dentro do carro, lado a lado, alheios ao mundo ao redor dos dois, provavelmente a um bom tempo.
- Você deve querer entrar agora\, não é? - disse James\, lembrando que Robin ainda era uma humana e provavelmente tinha mais o que fazer do que ficar dentro do carro olhando para ele\, surpreso consigo mesmo ao se importar com a humana.
Robin assentiu, percebendo o mesmo que ele.
- Você quer entrar comigo? - sugeriu ela\, ansiosa por mais tempo com o vampiro de olhos vermelhos.
James hesitou, mas acabou sorrindo, sabendo que também não poderia abandonar quem ele era. Se ele queria estar ao lado da humana dentro da casa dela, e ela o estava convidando, não poderia recusar.
- Eu vim com você justamente para isso. - acabou respondendo e sorriu ainda mais ao vê-la corar ainda mais. Era divertido deixá-la daquela maneira\, não lembrava de ter causado tanto efeito em alguma outra mulher antes\, nem mesmo Venetia.
Satisfeitos, os dois então seguiram para dentro da casa dos Santiago, aproveitando que Rômulo ainda não havia chegado. Eles realmente precisavam conversas sobre algumas coisas.
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Atualizado até capítulo 48
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