Quando finalmente tinha voltado para sua casa, que parecia ainda mais aconchegante e de fato seu lar, embora as coisas tenham parecido voltar ao normal, sem o perigo de um vampiro querendo seu sangue, Robin começou a se sentir cada vez mais ansiosa para terminar a relação com seu namorado imortal, Edmundo. A calma que existia no início daquela relação não existia mais, e isso incluía sua própria paciência com o vampiro, que parecia testá-la mais a cada dia que passava. Ela estava cansada de tudo aquilo, de estar se provando, de se
questionar o tempo inteiro e se ver pressionada, a fazer as coisas do jeito dele, já que Edmundo parecia cada vez mais obcecado com a diferença entre eles, que antes não parecia importar tanto para ele, assim como para ela. A alegria de uma nova relação, havia acabado bem rápido.
Edmundo parecia cada vez mais fixado com a ideia de que ela deveria permanecer humana, aproveitar todas as experiências, para não se arrepender depois – algo que ele parecia ter certeza de que aconteceria. O problema era que Robin já havia experimentado muita coisa e seu único arrependimento até o momento era estar em uma relação como aquela, que não havia parceria de fato, que a fazia se lembrar do ex e a fazia perceber como ele não a conhecia nenhum pouco.
Bom, se lhe perguntassem, Robin diria que não queria perder as alegrias do sexo com seu namorado vampiro, ela realmente queria saber como seria, mas Edmundo era antiquado demais, até para um vampiro de mais de 100 anos. Ele era quase patético e Robin estava cansada.
E em mais um dia de aula, que Robin estava ansiosa para ir para casa e tirar ao menos alguns minutos sozinha e em silêncio para esquecer a voz de seu namorado, que começava a se tornar irritante, o pobre vampiro escolhia o momento de intervalo das aulas para continuar a falar e pressionar a humana a parar de trabalhar e aproveitar sua vida humana.
- Pelo amor de Deus\, cale a boca! - gritou Robin\, parando seu caminho até a lixeira ao perceber o que disse. Ela estava tão farta de ouvir a voz de seu namorado que gritou no meio do refeitório da escola\, para todo mundo ouvir. Era patético a vergonha que Edmundo a fazia passar.
- O que está acontecendo com você\, Robin? - perguntou Edmundo\, tão chocado quanto o restante dos seus companheiros daquela família estranha de vampiros. Robin se perguntou se seus colegas de escola também estavam chocados\, mas tratou de tirar aquela ideia da cabeça. Ela nunca se importou com o que os outros
pensavam dela e não seria agora que começaria a fazer isso, já bastava ter deixado Edmundo e os outros vampiros influenciá-la.
- Conversamos depois da aula. Por enquanto\, só me deixem sozinha. Preciso de um pouco de paz\, já passei por coisas demais\, não acha?
Ignorando
todos, Robin largou sua bandeja em cima da lixeira, pegou sua mochila e seguiu
para sua próxima aula. Seu mau humor estava evidente e seus amigos humanos
evitaram o tópico Mendes em suas conversas.
Ao final
de mais um dia de aula, apesar de ter dito que conversaria com Edmundo,
aproveitou que sua aula era diferente daquela de seu namorado vampiro, para
correr para seu carro, pronta para escapar de mais uma conversa, ou discussão,
indesejada. E Robin teria apenas entrado em seu veículo e arrancado em
disparada para casa, se não tivesse um homem loiro apoiado na porta do carro,
sorrindo como se soubesse de algo que ela não sabia.
- Olá
querida, está feliz em me ver? - disse ele, quando ela parou a sua frente,
surpresa por vê-lo ali, principalmente a vista de todos e parecendo ter algo
diferente de quando o viu pela primeira vez, mas ainda não conseguia
identificar o que era.
- O que
faz aqui, James? Se os Mendes o verem aqui eles não vão ficar nada contentes. -
Robin tentou falar, embora não soubesse porque se importava. James sorriu ao
ouvir suas palavras, mas as descartou, mostrando que já sabia muito bem daquele
detalhe.
- É por
isso que estou aqui. Robin... eu gostaria de pedir sinceras desculpas pela
quase tentativa de assassinato. Espero que possa me perdoar por todo esse mal
entendido. Não vai se repetir.
Ele
sorriu, mostrando suas presas, apenas para ela, o que fez Robin rir, embora
estivesse chocada com sua postura, parecendo não se importar com nada além
dela. Robin então acabou assentindo, ao mesmo tempo que percebia a cena que faziam
para os poucos alunos que também começavam a sair dos prédios, mas não
conseguia se importar com nada daquilo. Na verdade, a presença daquele vampiro
despertava emoções estranhas e que desejava que não fossem embora,
principalmente naquele momento.
- Está
bem. Está perdoado James, só espero que isso não aconteça de novo.
- Tem
minha palavra, querida humana. Amigos?
Ele
estendeu a mão e Robin a aceitou, sentindo como se uma corrente elétrica
tivesse passado por sua mão.
- Não
amigos. Conhecidos. Pelo menos por enquanto. - corrigiu ela.
- Posso
aceitar isso por enquanto. Agora, vamos? Estou com a impressão de que estava
com pressa.
Robin o
encarou, desconfiada, e o sorriso do vampiro a sua frente cresceu, ao mesmo
tempo em que a humana finalmente entendia.
- Há
quanto tempo está me esperando aqui? - perguntou ela então.
- Desde
seu pedido gentil para que o garoto do topete a deixasse sozinha.
Suspirando,
Robin contornou James, destravando seu carro e jogando sua mochila no banco de
trás.
Ao sentar
atrás do volante, olhou para o vampiro, que a observava com curiosidade, mas
ainda esperando por seu sinal. Aquela postura quase a fez sorrir, mas se
controlou. Não poderia agir tão calma e feliz daquele jeito na frente daquele
vampiro, por mais incrível que ele a fizesse se sentir com poucas palavras e
gestos.
- O que
está esperando? Entre no carro. - disse ela, fechando a porta e logo James
estava sentado ao seu lado e a humana saía do estacionamento o mais rápido que
podia.
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Atualizado até capítulo 48
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