Para Sempre Não É Suficiente
A vida era mesmo uma coisa estranha, ao menos aquela jovem garota acreditava nisso, principalmente depois do que precisou passar, ainda tão jovem. Óbvio que tudo aconteceu depois de suas péssimas escolhas, mas ainda assim, tudo pareceu sair de controle tão rápido, que ela não teve dúvidas de que sua vida era estranha e capaz de provocar coisas ainda mais estranhas.
Robin Santiago nunca imaginou que um dia poderia ser mãe, então a gravidez na adolescência bateu a sua porta. Quando ela enfim se acostumou com aquela nova realidade, uma briga e um acidente arrancaram seu bebê dela, a fazendo sentir uma dor de uma perda que não precisava ter acontecido. Nada saía como o planejado em sua vida, ela começava a entender aquilo, principalmente quando se deixava ser abraçada por sua mãe e mostrava como não estava nada bem ainda.
- Eu não queria que as coisas terminassem assim. - lamentou Robin, chorando e deixando que sua mãe cuidasse dela, finalmente. Ela se permitiu mostrar que não era tão forte como demonstrava ser.
Rebeca lamentou por sua filha, que enfrentava uma perda como aquela, ainda tão jovem. Ela própria tinha ficado dividida, por ver sua filha cometendo o mesmo erro que ela, ainda mais nova, mas sabia que a criança seria amada, por Robin e por ela própria, assim como por seu marido e o pai de Robin. Era triste que tivesse ido embora antes mesmo de nascer e depois que já estavam acostumadas com a nova realidade, mas não havia como mudar o que aconteceu.
- Vai ficar tudo bem querida, vamos ser fortes e superar isso. Eu estou aqui para você. - prometeu Rebeca, beijando seu rosto.
Mãe e filha logo sentiram dois pares de braços masculinos as envolverem e até mesmo Robin sorriu. Ela tinha sua família ao seu lado, deveria bastar para conseguir deixar aquele trauma para trás.
- Nós também estamos, só para deixar claro. - disse Guilherme e Rômulo assentiu. O chefe de polícia nunca imaginou que voltaria a estar em um mesmo lugar que sua ex mulher e o atual marido, muito menos tendo uma boa relação com os dois, mas era capaz de qualquer coisa para que sua filha ficasse bem.
- Eu estava pensando... em ir para sua casa quando o ano letivo começar pai... tudo aqui me lembra o que aconteceu e...
Sua mãe a fez parar de falar. A conhecia a quase 17 anos, ela sabia como sua filha achava que precisava ser adulta, mesmo quando não precisava.
- Está tudo bem Bells, se é o que precisa para superar tudo isso. - disse Rebeca e Rômulo sorriu.
- Você é sempre bem-vinda em casa, Robin. É minha filha, não precisa nem pedir inclusive. Estará tudo pronto quando for para lá. - disse seu pai, a fazendo rir, fraco, mas era um progresso.
Nas últimas duas semanas, Robin havia parecido quase catatônica, mas enfim parecia estar respirando de novo.
- Então está decidido. Agora, você quer um carro vermelho ou roxo? - perguntou Guilherme e os quatro embarcaram em uma discussão sobre o modelo ideal e seguro de carro para a jovem.
Quando deitou a noite, enfim sozinha, Robin deixou algumas lágrimas escaparem, mas se permitiu apenas respirar fundo e ao fechar os olhos, disse adeus ao filho, ou filha, que teve e nunca mais teria. A discussão com o pai da criança que carregava não levou apenas o fruto daquela relação, mas também qualquer chance de tentar ser mãe no futuro.
Nunca tinha pensado em ser mãe, afinal tinha apenas 16 anos, mas depois de perder um e entender que aquela não era mais uma escolha em seu futuro, a deixava com uma estranha sensação de vazio.
Ela superaria é claro, longe de quem apenas lhe fez mal, mas ao adormecer, desejou que aquela fase do luto passasse rápido.
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Atualizado até capítulo 48
Comments
Pérola 🤩
começou interessante
2024-02-09
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