Capítulo 4

Lila ficou no quarto enquanto Merida dormia, mas Alfonso a pediu para se retirar. Assim que Lila saiu ele se sentou e ficou ali observando-a enquanto dormia.

Merida acordou e ainda estava um pouco fraca. Ela viu Alfonso ao seu lado e ficou um pouco surpresa. Durante os quatro anos de casamento, ele nunca tinha sequer olhado para ela, mas desta vez, tinha ido salvá-la. Era um milagre.

Alfonso viu que ela tinha acordado e demonstrou sua preocupação friamente, ele lembra das palavras de Elly, mas se torna difícil virar alguém apaixonado sem ser.

Merida aproveitou a oportunidade para perguntar se poderia voltar a morar sozinha fora do palácio, porque não suportava morar ali, mas Alfonso recusou o pedido.

— Você não sabe nem se manter viva! O que vão falar de um rei que não consegue manter a rainha viva? Você não pode sair daqui!

Alfonso saiu e foi até a prisão para encontrar a empregada. Ele perguntou a ela quem foi o mandante do crime.

— Me diga logo! Quem se atreveu a pedir você para matar sua rainha?

— Não tem um mandante! Meu pai e meu marido morreram na batalha contra o reino inimigo, então a odeio, ela é a princesa do reino inimigo, e pretendo matá-la!

A empregada também disse ao seu rei que, como ele não se importava com Merida e ninguém no palácio a tratava como rainha, não haveria problemas se ela não estivesse nesse mundo. Alfonso não disse mais nada e mandou executar a empregada.

Merida estava entediada na cama, se recuperando, Lila foi visitá-la duas vezes. Alfonso ao perceber que Merida e Lila viraram amigas começou a proibir que as duas ficassem próximas dificultando o avanço de Merida em sua magia.

O melhor amigo do rei, o Duque Christian chegou. Nos últimos quatro anos, Christian ia visitá-la quase todos os dias, levava coisas que ela precisava para sua alimentação e alguns remédios e Merida o via como seu único amigo desde então, antes de Lika.

Cristian confortou Merida e levou algumas coisas para ela em momentos difíceis. O melhor amigo de Alfonso fez companhia para a rainha sendo essa a obrigação do rei.

— Me disseram que uma certa rainha está no castelo... Pelo menos não precisarei ir até aquele lugar pequeno e abafado que você chamava de lar! — Cristian fala enquanto entra no quarto de Merida e se senta.

— Pode ter certeza que prefiro lá! Mas como tentaram me matar, seu querido melhor amigo me prendeu aqui, Duque.

— Tentaram te matar? Droga! Eu iria lá hoje pela manhã, porém disseram-me que você estava aqui, mas não sabia o motivo! Quem se atreveu a tal loucura? — Cristian pergunta preocupado.

— Ainda não sei... Uma empregada do castelo com certeza era. Mas seu rei me prendeu aqui e não me disse mais nada, talvez tenha sido a mando dele e o mesmo se arrependeu já que ele mesmo em pessoa salvou-me!

— Se ele a quisesse morta não teria todo o cuidado para salva-la e muito menos a manteria aqui! — Christian fala.

— Duque, porque ainda serve esse rei que o deixou cuidando da rainha em um casebre velho? Não era sua obrigação, ele poderia deixar esse trabalho para um serviçal, mas o impeliu a você!

Christian não pode responder, Alfonso entrou no quarto e não gostou de vê-los ali sozinhos. Ele fica olhando para os dois sério até que pergunta para seu melhor amigo;

— Por que está no quarto da rainha sem uma dama de companhia com ela? Se entrar aqui sozinho pode levantar rumores pelo palácio que depois vai para o ouvido de todos no reino! Não quero esse tipo de repercussão ruim aqui!

— Eu sinto muito, majestade! — o Duque faz uma referência em respeito e sai do quarto deixando os dois sozinhos.

— Muita hipocrisia, não acha, majestade? O Duque cuidou de mim por quatro anos e agora não pode me visitar?

— Você não está dentro da mata, está no castelo! Se comporte como a rainha que deve ser, Merida! — Alfonso fala se aproximando da rainha.

— Por que eu deveria se o próprio rei não me trata como tal? Sou apenas um instrumento em suas mãos, majestade! Nem Lila, que é a unica pessoa que posso conversar pode entrar em meus aposentos, pequeno e humilde.

— Você é minha esposa, mas também é poderosa, seu pai acabou com a minha vida e você vai me ajudar a acabar com a dele!

— Talvez... Eu não queira!

Alfonso segura no pescoço fino e frágil de Merida e soca seu corpo contra a parede, ela geme por causa da dor de seu ferimento e a dor causada pelo impacto. O rei aproxima o rosto dele enquanto fala;

— Acho que você não gosta de viver, Merida! Posso acabar com você agora mesmo se assim eu quiser!

— Fa... faça. — Merida diz com dificuldade.

Mas alguém bate na porta e Alfonso a solta fazendo-a cair no chão com a mão em seu pescoço e tossindo muito. Elly entra e ao ver a cena fecha o cenho olhando para o rei.

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