Na madrugada do dia seguinte, quando os barcos de pesca saíram para o mar, Karina deu adeus de longe para Kailow e partiu para a vila vizinha, que ficava a meio-dia de caminhada. Lá, o povo estava a renovar a criação de ovelhas e porcos e ela foi levar as ideias para prosperidade da vila.
O povo daquela vila já tinha ouvido falar do que Karina havia feito com os peixes e receberam as instruções dela com prazer. Logo estavam com uma fabrica de lá artesanal montada e um curtume de pele de porco. O cheiro se estingue pelo vento soprado pela brisa que a Venus produzia.
A vida de Karina mudou muito e seu corpo também. Passou um mês em cada vila, cinco meses no total, até chegar ao castelinho de pedra, como gostava de chamá-lo. Foi ali que se refugiou quando recebeu os poderes da deusa e foi ali que foi instruída sobre como proceder.
Foi Karina quem auxiliou a deusa na limpeza do castelinho e agora retornava para relatar todo o progresso de seu trabalho. Entrou direto pela parte de trás, onde ficavam as áreas de serviço. Chamou alto, para não assustar ninguém e foi recebida por uma Matilde falante e alegre para contar os progressos que fizera.
Entrou e logo sentou-se à mesa para uma refeição farta, havia caminhado quase oito horas seguidas e além de cansada, tinha muita fome.
— Coma a vontade menina, você está muito magrinha, precisa ganhar carnes, é disso que os homens gostam.
— Quem disse que eu quero homem, Matilda? Estou bem assim.
— Você não me engana menina, aí nesse coraçãozinho, mora alguém, que um dia vai te olhar com outros olhos, se você tiver o que apertar, nesse seu corpo magrelo. — Matilda era enervantemente convincente.
— Deixe a menina comer em paz, mulher. Olá Karina, a quanto tempo não nos vemos, não é mesmo? — cumprimentou Borges.
— Verdade seu Borges. Onde está a dona Marina?
— Ela precisou dar uma volta e já vem, menina. — respondeu Matilda.
O jeito era esperar, de qualquer forma, Karina estava cansada, precisava de um banho e uma cama, no que prontamente foi atendida por Matilda, que a levou ao quarto que já era reservado para ela.
Enquanto Karina dormia, Marina estava travando uma luta sob as águas. Ela não entendia o que estava acontecendo, uma infestação de seres marinhos começaram a invadir as cercanias da Ilha.
Primeiro foram os peixes, depois os tubarões, atrás deles vieram os golfinhos, depois algumas baleias e agora sereias. Enquanto eram só os animais naturais, estava tudo bem, mas quando começaram a vir seres sobrenaturais como as sereias, ela começou a se preocupar .
A luta estava acirrada e ela investia contra as sereias de forma bruta e certeira. Porém quando derrubava uma ou duas, outras vinham. Resolveu então usar todo o seu poder de vento com água. Começou a girar em torno de si mesma, formando um redemoinho, que foi expandindo e atirando agulhas d'água, atingindo as sereias com uma força tão grande, que quase as matou.
Elas desistiram e fugiram, umas ajudando as outras, menos uma que se escondeu atrás dos corais existentes no mais profundo daquela área marinha. Esta sereia chamasse Ethréia, ela foi enviada, junto com as outras, para atrapalhar a vida dos humanos daquela ilha.
Porém, Ethréia, se afastou das irmãs para apreciar as praias da ilha e avistou um macho lindo observando o mar e se encantou. Desejou-o para si e deixou as irmãs de lado, para seguir sua própria missão, conquistar o humano.
Com essa decisão, quando a Vênus das águas, que sua rainha, Dóris desejava atrapalhar, chegou, ela estava afastada e pôde esconder-se até tudo acabar e só então saiu de seu esconderijo e foi em direção ao seu alvo. Saiu das águas, por entre as rochas, escondendo sua cauda o máximo possível e esperou secar.
*
Kailow ainda observava o mar, sentia que algo estava estranho. Como se algo agitasse as águas de baixo para cima, causando pequenos espirros de água, na área mais afastada da costa. Mas não conseguia identificar o que seria, pois conhecia bem aquele lugar e sabia o que havia no fundo e os corais, assim como seus habitantes, não fariam tal coisa.
Passou um bom tempo até que as águas se aquietaram e ele ouviu um pedido de socorro.
— Olá! Por favor, me ajuda?
Ele olhou à sua volta, tentando encontrar a dona de voz tão encantadora. Ouviu novamente e percebeu que vinha de trás de umas pedras, no final daquela enseada. Correu até lá, pela faixa de areia mais próxima a água, pois tinham mais firmeza e se aproximando da jovam, perguntou:
— Olá, em que posso lhe ajudar?
— Empreste-me sua camisa — aquela voz mágica, o deixou paralizado e ele só a encarava.
— Ei! Só preciso de sua camisa.
Ele balançou a cabeça para despertar e entender o que a jovem lhe dizia.
— Você precisa de minha camisa? — perguntou para confirmar.
— Sim.
Ele tirou a camisa, na verdade, uma camiseta regata e jogou para ela. Achou estranho ela pegar a camiseta e cheirando, fazer uma expressão de contentamento, quando a mesma deveria estar com o seu cheiro de homem bruto e suado, o que não lhe parecia tão bom assim.
Ela saiu por detrás das pedras, já vestida com a camiseta, que mais lhe parecia um vestido, devido a altura dele ser bem maior que a dela. Uma jovem linda, ruiva de olhos verdes e pele muito branca, quase translúcida. Seus cabelos caiam em cachos grandes, cobrindo suas costas e seus seios, com os bicos duros, apareciam marcando sob a camiseta.
Kailow estava fascinado por aquela imagem deslumbrante, que apesar de parecer sonho, era bem real.
Ela aproximou-se dele lentamente e tocou seu rosto. Sorrindo, falou:
— Homem forte, bonito e sensual, é assim que Ethréia gosta. Homem gosta de Ethréia, também? — Ela perguntou olhando em seus olhos.
— O homem se chama Kailow e gostou muito de Ethréia, também.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 61
Comments
Expedita Oliveira
🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🙈🙈🙈🙈🙈🙈🙈🙈🙈🙈🙈🙈🙈🙈🙈🙈🙈🙈🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃
2025-04-22
0
Souza França
curta e gossa 🤣🤣🤣🤣 mas disse tudo!
2024-10-16
0
Souza França
opss!!! me enganei 🤭
2024-10-16
0