Diogo
Até agora tô processando o reencontro com a Clara, caramba, ela continua mais linda do que nunca. A atração entre nós tá fervendo, mano, senti e ela também sentiu.
Quando ela foi embora, fiquei na vontade que ela ficasse, mas aí, quando fomos pegar os livros na van, vi aquela aliança no dedo dela.
Ela sacou que eu notei e correu com os livros, mas era óbvio que ela tava casada. A Clara é uma jóia rara, e qual otário não ia querer ela, né? Até fico puto de admitir, mas o otário fui eu mesmo.
Tô perdido nos meus pensamentos quando o Lucas entra no meu escritório correndo, falando:
— DG! Pegamos aquele traidor do Ramiro.
Na hora, meus olhos ficam vermelho puro sangue, mano. Levanto e coloco a arma na calça.
— Ele já tá no galpão?
O Lucas olha com determinação e responde:
— Tá, levamos o cara pra lá assim que achamos ele.
— Beleza, bora! — afirmei, sentindo a adrenalina correr pelas minhas veias.
Eu estava ansioso para colocar as mãos naquele desgraçado. A minha cara seria a última coisa que ele veria antes de se ferrar. Ramiro iria aprender da pior maneira o que acontece com um traidor.
Quando chegamos ao galpão, senti a atmosfera carregada de tensão. Era o confronto final, o encontro de dois destinos que se cruzavam no fio da vingança.
As luzes fracas criavam sombras dançantes ao nosso redor, enquanto eu adentrava o local com passos firmes e confiantes. Minha determinação era inabalável.
Ramiro estava lá, encolhido e derrotado, sua cabeça baixa refletindo a consciência do erro cometido.
Nossos olhares se cruzaram por um instante, e pude perceber o medo e o remorso em seus olhos.
Ele finalmente compreendia o peso de suas ações, mas era tarde demais para voltar atrás.
— Olha bem nos meus olhos, Ramiro. Você traiu a confiança de toda a quebrada. Agora vai ter que encarar as consequências das tuas ações — falei, com desprezo e decepção na voz.
O silêncio tomou conta do lugar, pesado como chumbo. Eu podia sentir a tensão no ar, como se estivéssemos em um ringue pronto para a luta final.
Meus punhos se cerraram com força, canalizando toda a raiva e revolta que Ramiro havia despertado em mim.
A respiração de Ramiro ficou pesada, seus olhos evitando encarar os meus. Ele sabia que não havia escapatória, que sua traição o havia colocado em uma situação sem volta.
Com passos lentos e determinados, me aproximei dele, cada pisada ecoando pelo galpão vazio. Cada fibra do meu corpo gritava por justiça, exigindo que eu punisse aquele traidor que havia minado nossa confiança.
— Cê tinha uma família aqui, Ramiro. Nós éramos irmãos de verdade, confiávamos uns nos outros. E você jogou tudo isso pro alto. — Minha voz era carregada de desgosto, misturado com uma pitada de decepção.
Ramiro finalmente ergueu o olhar, o peso da culpa visível em seu rosto. Ele engoliu em seco antes de encontrar a coragem para falar.
— DG, eu... eu não tinha escolha, mano. Eles ameaçaram minha família. Eu... eu não podia arriscar a vida deles. — Sua voz vacilante revelava sua vulnerabilidade, mas eu não estava disposto a aceitar desculpas.
Uma mistura de compreensão e raiva se misturou dentro de mim. Eu sabia o que era lutar pelos meus entes queridos, mas também sabia que trair a família da quebrada não tinha justificativa.
— Você tinha uma escolha, Ramiro. Sempre tem escolha. E você escolheu o caminho mais fácil, o caminho da traição. Agora vai ter que lidar com as consequências do que fez. — Minha voz era fria e implacável, ecoando pelo recinto.
Sem esperar por mais palavras, avancei e segurei Ramiro pelo colarinho, erguendo-o do chão com força. Seus olhos se arregalaram de surpresa e medo, enquanto eu o encarava com intensidade.
— Cê achou que podia nos passar pra trás assim, Ramiro? Achou que podia brincar com a gente? Agora vai ver o que acontece quando mexe com a família errada. — Minhas palavras saíam em um sussurro ameaçador, carregado com a promessa de dor iminente.
Um sorriso torto se formou nos lábios de Ramiro, mesclando resignação e aceitação do seu destino. Ele sabia que não tinha como escapar dessa situação.
Mas, lá no fundo, eu sabia que essa batalha não terminava apenas com a punição de Ramiro. Eu tinha que reafirmar minha posição, minha liderança, e fazer com que todos soubessem que traição não seria tolerada.
Enquanto eu segurava Ramiro, encarando-o nos olhos, o galpão continuava imerso em um silêncio cortante.
O destino de Ramiro estava selado, e todos na quebrada iam saber que trair a família não tinha perdão.
Com um movimento brusco, joguei Ramiro contra a parede, soltando-o com violência. Ele caiu de joelhos, os olhos desesperados buscando uma saída que não existia. Eu me aproximei, encarando-o com intensidade.
— Escuta aqui, seu traidor de merda. Você achou que ia se safar dessa? Achou que podia nos enganar impunemente? Agora vai pagar caro pelo que fez, mano. — Minha voz era cortante, cada palavra carregada com a fúria que incendiava meu ser.
Ramiro engoliu em seco, o suor escorrendo pela testa. Ele sabia que não havia desculpas que pudessem apagar sua traição, mas ainda tentou se explicar.
— DG, eu... eu juro que não queria fazer aquilo. Mas eles ameaçaram minha família, mano. Não tive escolha. — Sua voz tremia, mas eu não ia cair naquela conversa.
— Ameaçaram sua família? E o que você acha que fez com a nossa, Ramiro? A confiança quebrada, a quebrada em perigo. Você achou que valia a pena arriscar tudo por um punhado de ameaças? Você é fraco, Ramiro. Um verdadeiro covarde. — Cuspi as palavras com desprezo, sentindo o ódio me consumir.
Ramiro abaixou a cabeça, as lágrimas misturando-se ao suor em seu rosto. Ele sabia que eu tinha razão, que não havia desculpas que pudessem justificar sua traição. Apenas restava aceitar as consequências.
Com um olhar firme, tirei a arma da cintura e apontei para Ramiro. Ele ergueu os olhos, o desespero refletido em seu olhar.
— Você vai pagar por cada gota de sangue derramada, por cada pedaço de confiança quebrada. E seu fim será um aviso para todos que ousarem trair a família, Ramiro. — Minha voz ecoou no galpão, carregada com a certeza da justiça que viria.
O clique da arma ecoou pelo lugar, o silêncio se tornando ainda mais opressor. O destino de Ramiro estava traçado, e não haveria escapatória. Ele havia cruzado uma linha que não podia ser voltada atrás.
O gatilho foi puxado, o estrondo ensurdecedor preenchendo meus ouvidos. A bala encontrou seu alvo, encerrando a história de Ramiro de uma vez por todas.
Enquanto o eco do tiro se dissipava, eu permaneci ali, imerso em um misto de alívio e melancolia. A justiça tinha sido feita, mas aquela cicatriz nunca seria apagada.
A traição de Ramiro deixaria suas marcas na quebrada, e eu faria questão de lembrar a todos que nossa família não tolerava traidores.
Agora, com a poeira baixando, era hora de reerguer a quebrada e restabelecer a confiança que fora abalada.
Olhei ao redor, para os rostos tensos e preocupados dos meus parceiros, e sabia que tínhamos um longo caminho pela frente.
— Chega de traições, chega de desconfiança. Nós somos uma família, e é assim que vamos continuar. — Minha voz ressoou no galpão, transmitindo determinação e resiliência.
Um por um, meus irmãos se aproximaram, prontos para seguir adiante. Eu vi nos olhares deles a mesma chama de lealdade e coragem que me impulsionava.
Éramos mais do que um grupo de bandidos, éramos uma irmandade unida pelo mesmo objetivo.
— Vamos reconstruir o nosso império, mais forte do que nunca. Vamos mostrar a todos que a quebrada não se abate tão facilmente. — Minhas palavras ecoaram como um grito de guerra, e os sorrisos começaram a surgir nos rostos dos meus companheiros.
Eu sabia que a batalha não tinha sido vencida completamente. Havia outros desafios a enfrentar, outros traidores a identificar e punir. Mas estávamos dispostos a lutar por nossa família, a proteger o que era nosso.
Com o punho erguido, em um gesto de unidade, proclamei:
— Somos a voz da quebrada, a força nas ruas. DG e sua família vão dominar, sempre. Ninguém vai abalar nosso reinado.
Eu me tornei DG por uma razão. Eu liderava com ferocidade, protegia com devoção e lutava com coragem. Não havia espaço para traidores em nosso mundo.
Nós éramos a voz do morro, os guerreiros da quebrada. E não havia nada nem ninguém que pudesse nos deter.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Claudia Ribeiro
ele é justo com os seus soldados
2024-11-25
0
jeovana❤
traição ñ tem perdão
2024-10-20
0