Capítulo 8

Enfim...casados! - seguro a mão da minha tempestade. - Que tal irmos para a nossa lua de mel, querida esposinha?

Maya estreita ainda mais os olhos e quase posso ver os raios saindo de seu olhar em minha direção.

- Você está querendo apanhar, não está? - ela diz, entre os dentes.

- Olha, amorzinho. - eu digo em tom de alerta. - Agredir o marido é crime, sabia?!

-Crime?! - esbraveja. - Crime foi eu cair na sua conversa! Nunca mais, ouviu bem? Nunca mais eu quero passar perto de um jogo UNO na minha vida! - ela sai batendo o pé, e confesso que ela fica linda emburradinha.

- Acho bom mesmo, porque só quem tem o direito de ganhar sua mão no jogo de UNO sou eu, ouviu bem? - ouço ela bufar ainda mais alto enquanto entra no carro, me fazendo rir.

Depois de devidamente casados eu levei minha esposa até o hotel onde ela estava hospedada, mas sem a menor chance de deixá-la sozinha.

- Jacob, é sério isso?! - ela reclama, enquanto Victoria alterna o olhar entre eu e Maya, piscando várias vezes.

- Vocês...vocês....vocês...- Vic nos olha, chocada.

- É, rainha da gagueira, a gente tomou um porre, transou e se casou. Agora o efeito do álcool passou e eu estou presa à esse armário, que infelizmente não é aquele lindo armário mágico que vai me levar pra Nárnia! - minha esposa diz, irritada, jogando...literalmente jogando as roupas na mala.

- Amor, conta essa história direito. - ergo a sobrancelha. - Porque primeiro, você estava totalmente sóbria, segundo, a gente não foi pra cama, o que eu não recusaria se você tivesse deixado rolar. - ela me olha, bufando. - E terceiro, eu posso não te levar pra Nárnia, mas se você quiser, pode viajar pra lugares muito mais interessantes nesse meu corpinho gostoso. - movo as sobrancelhas e ela me taca os travesseiros e até um sapato, e ainda bem que tenho um bom reflexo e consigo pegar antes de acertar minha testa. - Tá maluca, mulher?! - encaro ela, incrédulo.

- Bom.. parabéns ao casal. - Vic diz, rindo discretamente. - E pra você, meu querido primo...- ele toca meu ombro e dá um longo suspiro. - Eu desejo boa sorte e muita paciência, porque pra domar aquela fera coreana ali...- ela aponta para a Maya, que está com uma cara de dar medo. - Ah, meu filho, você vai precisar!

Ela sai do quarto, rindo alto, e eu olho pra minha tempestade, que está realmente prestes à evoluir para um furação!

Algo me diz que vou ter um belíssimo desafio à frente!

.

.

Passamos dois dias juntos numa suíte de hotel. Eu dormindo no sofá e ela na cama. Então, por eu ser grande, estou todo dolorido, mas jamais dormiria com ela sem que ela permitisse.

Quero que a Maya deseje estar comigo, que deseje se aproximar e baixar a guarda. Então eu vou com calma, conquistando a confiança dela aos poucos, e assim quando ela se sentir segura, sei que vai se abrir pra mim e me deixar fazê-la feliz.

- Jacob, você sabe que meus pais vão surtar com essa história de casamento em Vegas, não sabe?! - ela diz, apreensiva.

Sorrio em ver seu medo de decepcionar os pais.

- Minha pequena, deixa que eu assumo a responsabilidade e as consequências, tudo bem? - acaricio o rostinho dela.

- Nem pensar! Isso não é justo, afinal de contas, você me ajudou com o tal Santiago Salazar. - revira os olhos e eu fico irritado ao lembrar daquele cretino de olho na minha mulher. - Certeza que não quer desistir? Sabe, meu pai é nervosinho...

- Boa tentativa, minha pequena tempestade...- sorrio pra ela, que fica emburradinha. - Mas não vai me fazer desistir. Estamos casados e vamos sim morar juntos como um casal normal, na nossa casa...

- E desde quando você tem uma casa, Jacob? - ela ergue a sobrancelha, de braços cruzados.

- Desde que eu decidi que conquistaria a mulher que eu amo e com quem quero contruir uma família, ou seja, você minha pequena coisinha linda!

Ela tenta parecer brava, mas vejo um sorrisinho discreto se formar em seus lábios.

- Vou conversar com seus pais enquanto você arruma suas malas, tudo bem? - digo, beijando sua testa.

- Que jeito, né?! - ela dá de ombros e entramos na casa dos meus tios.

Vejo a casa vazia, mas o som do pagode bem brasileiro vindo da área da piscina já mostra onde estão.

- Esperaram eu sair pra fazer churrasco?! Família sem graça! - ela reclama.

- vamos lá. - Seguro a mão dela e saímos da casa, vendo meu tio Brian, tia Alice, Nicollas e Mariana, junto com a filhinha deles. Tio Aaron e tia Sofy também estão aqui. E é claro, o Adrian e a Maria Flor.

- Eita! Casal novo na área?! - Maria Flor diz, olhando minha mão e da Maya entrelaçada.

- Demorou, hen?! - Nicollas já vem logo me trazendo uma cerveja. - Achei que você ia ficar pra titio, Jake! - pego a cerveja e sorrio de lado.

- Minha dona encrenca é jogo duro, né amor?! - dou uma piscadinha pra Maya, que revira os olhos

- Que anel é esse no seu dedo, Maya? - meu tio Brian diz, sério, nos encarando de braços cruzados. - Se explica, Jacon. - me encara.

- Tio, eu respeito muito o senhor e a tia Alice, mas eu amo a sua filha e...

- E a gente casou em Las Vegas, na capela do Elvis e eu vim buscar minhas coisas pra mudar pra casa do Jake! Pronto, falei!

Eu olho pra Maya, piscando algumas vezes...eita bichinha apressada!

- Amor...- aperto a mão dela. - Não foi isso o que nós combinamos..

- Eu não combinei nada, meu digníssimo esposo. - me olha de lado. - Pra quê ficar fazendo rodeio? Sou peão por acaso? Moro no Arizona ou no Texas? Não, né?! Então,meu querido, se acostume porque a conversa comigo é reta igual vento, não faz curva nunca!

Eu olho o tio Brian, que agora é meu sogro, e está com a sobrancelha arqueada nos olhando.

- Meu bem...- minha sogra fala calmamente com o marido.

- Jacob! - meu sogro me olha, sério. - Você tem consciência do que fizeram não tem? - eu assinto. - Sabe que casamento é coisa séria e que uma vez casados, eu exijo que seja fiel, cuide e proteja minha filha, assim como mantenha sua família e seja um bom marido, entendeu ?

- Não se preocupe, tio. Sei dos meus deveres como marido e vou cumprir com cada um deles, como fui ensinado pelos meus pais e meus avós. Vou cuidar da Maya e fazê-la feliz enquanto eu respirar.

Ele olha para a Maya, que permanece em silêncio.

- Filha...- diz, carinhoso. - É realmente isso o que você quer? - ele olha nos olhos da filha e eu sinto um aperto no peito, pois se ela disser que não, eu posso perdê-la pra sempre antes mesmo de tê-la conquistado.

Mas ela me olha e vejo seus olhinhos apertadinhos brilharem, enquanto ela sorri levemente.

- Sim, pai...eu quero o Jacob!

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