Nosso Amor Secreto
(Roma, 1979)
Quando Elisa, de mochila nas costas, chegou na Estação Termini, não imaginava que seria escoltada pelos homens que trabalhavam para o seu pai mafioso e aguardavam-na, disfarçados de simples viajantes.
Não precisava pensar muito.
Estava numa tremenda enrascada e sabia disso!
Antes, a sua intenção ao chegar ali, era pegar um transporte para o aeroporto e seguir para Londres, mas seus planos falharam.
"Que ódio!"
Deu uns passos para trás, e logo, passou a correr desesperada entre as centenas de pessoas que se aglomeravam em busca dos diferentes roteiros de viagem.
Os soldados do pai, sem perder tempo, perseguiam-na, incansáveis.
Saindo da estação, tentou se refugiar em uma das ruas da eterna cidade, rumo ao Mercado Central, no entanto, inesperadamente viu-se cercada por todos os lados.
Eram sete perseguidores no total.
Ofegante, curvada com mãos nos joelhos e sem ter como reagir, viu um deles, Bruno Russo, adiantar-se até ficar bem próximo a ela.
Ele curvou-se um pouco e fingindo estar arrumando o casaco de frio, falou baixo, mas numa voz que não toleraria outra surpresa:
— Nem pense em fugir de novo, signorina!
Ela o encarou desafiante.
— Quer dizer que o "poderoso chefão" está com saudade de mim?
O olhar que ele lançou foi de advertência.
— Vamos, Elisa e pare de chamar atenção.
Suspirando chateada, viu que não tinha outra alternativa.
Enquanto entrava no carro, lembrava da última discussão com o pai.
Não estava de acordo em ter que casar-se com um mafioso odiável em troca do pagamento das dívidas dele.
"Sumir" foi a opção mais certa e após passar de cidade em cidade, refugiou-se na residência da sua meia-irmã Anna, em Milão.
Talvez tenha sido esse o problema.
Não contara seu dilema para Anna e ela inocentemente revelou o seu paradeiro para o pai.
— Sou uma idiota!
Sentada entre dois brutamontes, viu -se de volta para a casa do pai.
Minutos depois, chegou ao escritório de Felippe Martinne, que a olhou de cima a baixo, enquanto ela entrava mal-humorada.
— Papai, eu duvido que o senhor contou a Anna que quer me vender para aquele mafioso cretino!
Ele, que estava sentado numa poltrona de couro, tomava um uísque. Desconversou:
— Que roupa é essa?
Desconsertada, ela se mirou.
O cabelo Loiro comprido, comumente amarrado com algum laço no rabo de cavalo, naquele dia estava solto.
Tinha 1, 77 m, esbelta e olhos azuis, estava com um vestido justíssimo e curto por debaixo do casaco e botas até quase o joelho.
— Última moda de Mi...
Ele nem deixou completar.
— Pois tire! Vista uma roupa adequada, que o seu noivo está chegando de Florença e quer vê-la!
Elisa, suspirou indignada.
— Já falei que não vou casar com ele! Pensei que isso fosse uma brincadeira de mau-gosto!
O pai a olhou meio que penalizado por uns segundos. Depois fechando a fisionomia, apontando a cadeira à sua frente, disse:
— Filha, você não está entendendo a gravidade de sua rebeldia! Vamos, escute desta vez!
Mesmo indignada, Elisa resolveu ceder. Sentou -se em frente ao pai e foi retirando o casaco.
— Don Castelli é um homem muito poderoso, filha e o motivo de ele querer casar com você é porque não consegui cumprir com a promessa de quitar minhas dívidas com ele... Por duas vezes...
Ele parecia constrangido ao revelar isso.
— Droga! E por que teve que citar minha existência ? A sua intenção ao me tirar de Londres foi para me vender?
Felippe olhava a filha revoltada. Ela era fruto de um relacionamento extra-conjugal e trouxe-a para a Itália após a morte da mãe a um ano atrás.
— Dom me ameaçou, Elisa! Se não pagar o que devo, ele pode tirar tudo de mim ... Meus bens, minha casa ou até fazer coisa pior. Sei que é um grande sacrifício, mas você é a única chance de vivermos em paz. Então resolvi pedir a sua ajuda...
— Você é um egoísta desprezível! E quem vai me ajudar? Se minha mãe estivesse viva, ela o mataria!
— Querida...
Elisa falou mais exaltada:
— Primeiro foi Roberta, que acabou sendo assassinada com o marido! Depois foi Anna que pela graça de Deus, teve a sorte de casar com um mafioso que a ama, agora o senhor quer vender a mim… E para aquele canalha?
A fisionomia dele mudou para uma bem cansada.
— O que posso fazer? Não tenho saída!
— Lógico que tem! Vamos para os Estados Unidos! Lá tem trabalho digno! O senhor tem que cair fora dessa vida criminosa! Não precisa viver a mercê da máfia!
— Você é que pensa! Não é tão simples assim! Dom conhece muita gente e facilmente eu seria encontrado… Então eu peço... Faça pela nossa família!
Elisa sentiu que as lágrimas iam rolar de decepção.
— Você só pode me odiar, né?
— Elisa...
Ela seguiu para o quarto a fim de lamentar sua desventura. Da janela, refletia como seria sua vida presa àquele homem abominável que seria seu marido, quando percebeu uma Ferrari vermelha entrar na propriedade.
Dom Castelli havia chegado.
— Essa não!
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Nota da autora:
Olá, leitores!
É com carinho que começo mais esta obra para você.
Por gentileza curta cada capítulo para que a obra seja visualizada por mais pessoas. Comente, pois amarei interagir com você e votos , florzinhas etc, também serão bem vindos. Um abração.
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Eliane Bertozz
iniciando. essa leitura16. 11.24
2024-11-17
1
Elizabeth Fernandes
Iniciando a lê 15/11/2024
2024-11-16
1
Tania Nunes
Iniciando mais um livro 30/10/24
2024-10-31
1