Descobertas e um Incêndio.

Ana

Enquanto trabalho lado a lado com minha tia na feira, minha mente fervilha com pensamentos sobre Adam. Seu comportamento curioso durante nosso último encontro só aumentou minha curiosidade.

Ele claramente esconde algo, e estou mais determinada do que nunca a descobrir o que é. Ao retornar para casa, meu plano meticulosamente traçado ganha vida.

Ao chegar em nosso apartamento, espero pacientemente o momento certo. Quando a noite cai e o silêncio toma conta do prédio, inicio meu plano audacioso.

Equipo-me com uma pequena lanterna, luvas e um disfarce que me permitirá passar despercebida.

Com cuidado, caminho até chegar na sua porta. O coração bate acelerado dentro do meu peito, mas a determinação me impulsiona adiante.

Com as mãos trêmulas, testo a maçaneta. Para minha surpresa, ela se move. Um sorriso furtivo escapa dos meus lábios enquanto empurro a porta silenciosamente.

O coração acelerado, adentro seu lar com cautela, o silêncio me envolvendo enquanto a escuridão se estende à minha frente.

É então que começo a ouvir vozes ecoando pelo apartamento, sussurros indistintos que parecem emanar de algum lugar desconhecido.

Meus passos hesitam, mas minha determinação me impulsiona a seguir adiante.

Caminho em direção à origem das vozes, minha respiração agora mais intensa. Chego a um quarto iluminado apenas pela luz fraca de um monitor.

E é ali, no centro do cômodo, que encontro Adam, imóvel e cercado por um círculo de códigos flutuantes.

Meu coração dispara ao presenciar essa cena surreal. Lágrimas escapam dos meus olhos, enquanto meu corpo parece fraquejar diante dessa manifestação de sua natureza.

O choque me domina, a visão turva, minha mente lutando para assimilar o que estou presenciando.

Com a respiração entrecortada, tento falar, mas as palavras não saem. Minha boca se abre, mas nenhum som escapa.

Estou sem reação diante do que meus olhos testemunham. Um turbilhão de pensamentos e emoções me envolve, me deixando em estado de torpor.

Enquanto observo Adam, imóvel e envolto por aquela misteriosa interação, meu receio se mistura com uma estranha curiosidade.

Quem está do outro lado dessa conexão? Que tipo de poder ou entidade ele está enfrentando? Questões sem resposta dançam em minha mente, intensificando ainda mais o choque que me paralisa.

Meus olhos continuam fixos em Adam, esperando por alguma reação, por algum indício de que ele está ciente de minha presença. Mas ele permanece alheio, imerso em seu próprio mundo, distante e inacessível.

O silêncio pesado paira no ar, interrompido apenas pelo sussurro das vozes desconhecidas. Minhas mãos tremem, meu corpo trêmulo.

Sinto-me incapaz de tomar qualquer ação diante dessa realidade tão avassaladora.

É então que uma sensação de tontura me toma conta, meu corpo parece querer desabar sob o peso desse encontro.

Meu coração bate descompassado, o mundo ao meu redor parece distante e embaçado.

Tudo que consigo fazer é respirar fundo e tentar encontrar forças para assimilar tudo o que está acontecendo.

Enquanto permaneço imóvel, o tempo parece esticar, os minutos se arrastando como horas. Meu olhar fixo em Adam, esperando por algum sinal de que ele vai se libertar desse transe, desse enigma que o envolve.

Decidida me aproximo dele, no instante em que minha mão toca a de Adam, algo inesperado acontece. Sua reação é imediata e abrupta.

Num movimento ágil e cheio de força, ele segura meu braço com uma mão, me imobilizando de maneira surpreendente.

Meu coração dispara com o choque daquela repentina demonstração de força bruta. Sinto uma mistura de medo e confusão tomando conta de mim.

— Adam, sou eu, Ana. — exclamo desesperadamente, buscando romper o véu que o envolve e trazê-lo de volta à realidade.

Seu olhar fixa-se em mim, seus olhos transbordando de intensidade. Há uma tensão palpável no ar, enquanto uma luta interna parece se desenrolar dentro dele.

Sua expressão é um misto de surpresa e reconhecimento, como se minhas palavras tivessem penetrado as camadas de confusão que o envolviam.

Por um breve momento, sinto sua mão relaxar sua força sobre meu braço, permitindo-me um leve alívio.

Mas é apenas momentâneo. A tensão retorna, e ele me encara com uma mistura de angústia e determinação.

— Ana... — ele sussurra, a voz carregada de emoção e incerteza.

É como se as palavras ecoassem de um lugar distante, lutando para alcançar a superfície de sua consciência. Ele parece debater-se entre as correntes da sua condição e a realidade que eu represento.

O medo que me envolve começa a ceder lugar a uma nova determinação. Não importa o que esteja acontecendo, eu estou disposta a enfrentar isso ao seu lado.

— Adam, você precisa se lembrar, precisa voltar para mim. — digo com firmeza, olhando diretamente em seus olhos.

Há uma luta visível em seus traços, uma batalha interna entre a influência desconhecida que o envolve e a conexão que compartilhamos.

Eu o encaro com resiliência, transmitindo o máximo de segurança e confiança que posso reunir.

Com uma expressão de esforço e agonia, Adam solta meu braço lentamente. Sinto um alívio passageiro, mas também percebo que a batalha não terminou.

Ele ainda está preso em um dilema interno, lutando para encontrar sua verdadeira identidade e separar a influência da entidade que o assombra.

Tentando lhe transmitir força e determinação, afirmo:

— Adam, acredite em si mesmo. Você é mais forte do que qualquer coisa que possa estar te controlando, lembre-se de quem você é, lembre-se de nosso vínculo. Eu estou aqui para ajudá-lo, não importa o que aconteça.

Suas feições parecem oscilar entre o desespero e a determinação. Minhas palavras ecoam no ar, suspensas como um fio de esperança.

Resta-me apenas aguardar e rezar para que ele consiga encontrar a força necessária para se libertar dessa influência desconhecida.

Com cuidado, dou um passo em sua direção, mantendo um olhar fixo e cheio de determinação, estendendo minha mão livre para tocar o seu rosto, suavemente eu digo:

— Adam, você não está sozinho nessa luta. Eu estou aqui com você, e juntos encontraremos um caminho para superar isso.

Num instante, como se um véu tivesse sido levantado, Adam retorna a si. Seus olhos se arregalam, revelando o brilho do reconhecimento. Sua mão, que me segurava com firmeza, agora se afasta de maneira hesitante.

— Ana, me perdoe. Eu... Eu não queria te machucar. — ele diz, a angústia em sua voz ecoando pelo quarto.

Sinto um misto de alívio e compaixão preenchendo meu ser. Rapidamente, coloco minha mão sobre a dele, transmitindo-lhe conforto e tranquilidade.

— Está tudo bem, Adam. Você não me machucou. — asseguro-lhe, mantendo meu olhar firme no dele.

Ele me examina em busca de qualquer sinal de dano ou ferimento, mas encontra apenas preocupação refletida em meus olhos.

Em meio ao caos e à confusão, nosso vínculo permanece intacto, uma âncora em um mar revolto.

Porém, ele fica desesperado novamente. Seus olhos se fixam em mim, repletos de urgência. Ele me encara e diz:

— Ana, agora eles sabem de você e da minha localização. Precisamos sair daqui imediatamente.

Ele caminha pelo apartamento, puxando meu braço, mas eu tento me soltar e digo:

— Eu não posso sair assim. Minha tia está no apartamento ao lado, lembra? Eu não posso deixá-la.

Ele responde:

— Nós a levaremos conosco.

Muitas perguntas passam pela minha cabeça. Quem estará nos perseguindo? Mas, por enquanto, a urgência de Adam é palpável.

Ele pega alguns documentos pelo apartamento, calça os sapatos apressadamente e me diz:

— Vou provocar um incêndio. O apartamento pegará fogo. Precisamos acionar o alarme de incêndio e evacuar todo o prédio. Vamos, Ana. Não temos tempo a perder.

E assim, sigo com ele, meu coração acelerado ao perceber que minha vida acaba de ser virada de cabeça para baixo.

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