Capítulo 05

HUGO

Boa tarde senhor Lacerda, eu sou a assistente social que vai cuidar da menina, vou levá-la comigo, já averiguei tudo e pelo que eu soube ela não tem família além da irmã, também estivesse no hospital e os médicos me informaram que a irmã não irá sobreviver.

Um misto de angústia e ódio tomou conta de mim, Emily estava ao meu lado e ouviu tudo,os gritos dela se ecoaram por toda casa, eu prometi que a irmã estava bem e que cuidaria dela, eu não posso deixar ela ser levada para um abrigo.

Por favor, Emily, você não vai, eu irei cuidar de você, está tudo bem!

desculpe senhora,mas ela não vai a lugar nenhum, vou cuidar dela até a irmã se recuperar.

E se a irmã não sobreviver, é melhor adiantar tudo para ela ser levada para a instituição, assim será adotada o mais rápido possível.

Não de forma alguma, ela vai ficar aqui comigo, eu serei resposta por ela, até voltar ao normal, se for preciso eu irei adota-la.

Essa hora minha mãe me olhou com reprovação, ela não acreditou no que eu disse, provavelmente pesou que estava falando da boca para fora.

Tudo bem senhor, mas de qualquer forma, a lei exige que ela venha comigo, o senhor pode dar entrada nos papéis e se o juiz aprovar na segunda ela já pode estar aqui novamente.

Eu não quero ir, por favor, você deu sua palavra, me ajuda por favor!

Emily grita muito, e um dos agentes que está com a assistente a pega e coloca no carro, eu não posso fazer nada, mas minha vontade era agredir aquele infeliz, mas não posso, preciso agir conforme a lei, casa ao contrário será pior.

Eles a levam e os gritos dela não sai da minha cabeça, minha mãe pede para eu não me envolver mas, que será melhor ela ir para um abrigo, que afinal foi um acidente que não foi culpa minha.

Me surpreende ouvir isso dela,ela sabe que eu estava distraído e eu causei todo aquele transtorno na vida delas.

Deixo minha mãe falando sozinha e vou para meu escritório, eu conheço o juiz da cara da infância daquela comarca, eu vou pedir ajuda para ele.

Era um senhor já de idade, muito respeitado, então não hesitei em ligar.

[Por favor, o senhor Robert Álvares, diga que é Hugo Lacerda]

[Boa tarde senhor Lacerda, em que posso te ajudar?]

[Preciso de um favor, podemos nos encontrar ainda hoje? Tem que ser o mais rápido possível?]

[Claro, imagino que deva ser importante, não costumo receber pedidos de favores de nenhum Lacerda]

[Acredite, não se trata de nenhuma ilegalidade, sabe que sou certo com meus negócios!]

[Te espero para tomar um café,ou um whisky, você decide]

[Eu vou imediatamente para aí]

Desligo o telefone e saio imediatamente, não quero perder muito tempo, a menina deve estar em pânico, eu vi o medo em seus olhos, preciso resolver isso.

Chego a casa do Juiz e o encontro na sala, sua expressão é de curiosidade, afinal realmente não tinha o hábito de pedir nada a ninguém, e cá está eu, pedindo favores por umas desconhecidas.

Boa tarde senhor Lacerda

Boa tarde Excelência!

Não por favor, sem formalidades eu te conheço a anos, sou amigo da família, sem formalidades.

Tudo bem Robert, eu preciso de ajuda,estou com problemas.

Sente-se e me conte.

Eu me envolvi em um acidente hoje por volta das 15hs e atropelei uma mulher, ela está no hospital e seu estado é grave, ela tem uma irmã de mais ou menos 9 anos de idade, a menina ficou em um estado lamentável, gritou muito por causa da irmã, eu estou fazendo tudo que posso, os médicos tem autorização para transferir ela para outro hospital em qualquer lugar do país ou até mesmo fora, vou arcar com tudo.

O problema maior é que elas são órfãs de mãe e pai, ou seja, a garotinha não tem ninguém, eu levei ela para minha casa e consegui deixar ela tranquila, até uma assistente social aparecer e levar ela para um abrigo, ela disse que ela precisa ficar lá até ser adotada, mas eu acredito na melhora da irmã.

O que você quer?

Eu quero a guarda da Emily, até que a irmã melhore e eu a entregue para ela, se por acaso ela não sobreviver eu irei adotá-la, eu prometi que cuidarei dela e não irei faltar com minha palavra.

Tudo bem! Vou entrar em contato com a assistente social imediatamente, vamos buscar a menina de volta.

Obrigado!

Ele me pede licença e vai até o escritório, eu estou aguardando, sinto medo de não conseguir.

Que absurdo, eu sentir medo, por que estou assim?

Não acredito que vou ficar sem dormir por causa dessa criança.

Enquanto aguardava, recebi uma ligação do hospital, a cirurgia terminou e ela passa bem, ainda está inconsciente mas irá se recuperar, meu coração se alegra com a notícia.

Eu falei com o pessoal da assistência, ela ficará com você, mas tem que ser feito de forma legal, terá a guarda provisória da garota, como as formalidades irão ser deixadas de lado, eu assinarei como testemunha que você irá zelar pela vida da menina, vamos até o abrigo buscar ela.

Mais uma vez obrigado!

Então vamos, vai gostar dela, é uma criança encantadora.

Chegamos ao abrigo, assim que desço do carro escuto os gritos de Emily, eu entro correndo seguido pelo juiz, quando olha ela está sendo segurada por um homem,ela me vê e grita por inúmeras vezes o meu nome, na tentativa de se soltar e correr até a mim ela morde o assistente que acaba a empurrando no chão.

Eu não pude me controlar, simplesmente agarrei o infeliz e soquei sua cara com toda força que eu tinha, ele caiu no chão com o nariz ensaguentado, corri até Emily e a peguei no colo.

"Hugo por favor me tira daqui, me leva para minha irmã "

"Eu vou levar, está tudo bem, os médicos me ligaram, ela já está melhor, vai se recuperar e Jajá vão estar juntas até lá ficará comigo, eu agora sou responsável por você, tudo bem?"

Ela me olha e me abraça forte, eu fico feliz pois entendo o que ela quis dizer, depois que saímos do abrigo, eu a levei até o hospital, tivemos autorização para entrar e ver sua irmã.

Já dentro do quarto, eu me sentei em um sofá e ela mas perto, não podia ficar nela então ela começou a conversar com a irmã.

Helena, você não sabe mas eu vou te contar, está uma confusão aqui, velho babaca não é babaca nada, você estava errada, ele é velho, mas é gente boa, só que ele te atropelou, foi sem querer aí para eu não ficar sozinha ele me levou para sua casa, que na verdade parece um castelo, sem falar no monte de coisa gostava que tem lá, eu queria trazer algo para você comer, mas acabei de sair de um apuro Ufaa!

Eu ouço toda conversa me segurando para não dar gargalhadas, é realmente incrível a doçura da menina KKK

Helena uma bruxa me levou para um abrigo e disse que eu iria para adoção, tem que ver que lugar horrível, aí eu dei uma mordida no homem lá, e advinha quem chegou e me salvou o velho KKK e socou uma porrada na cara do merda é eu achei bem feito.

Ela fala muito palavrão será que a irmã também é assim bem provável, afinal olha como ela me tratou.

"Emily... Emily..."

Hugo, ela está acordando, corre aqui!

Ele caminho até a cama, ela é simplesmente perfeita, a mulher mais linda que já vi, eu procuro não me aproximar muito, não sei qual será sua reação.

Minha irmã, precisa ajudar...

Shhh... Tudo bem, estou cuidando dela, está aqui comigo, não se preocupe descanse.

Ela volta a dormir, anoiteceu e eu pedi que o motorista buscasse Emily para ir para casa, vou ficar um pouco mas no hospital, já eram quase 21:30hs quando ela enfim despertou, sem efeito da anestesia ela está perfeita e lúcida, seu olhos esverdeados pareciam duas esmeraldas, sua pele morena e judiada pelo sol trazia a tona todo seu sofrimento, eu me aproximei seja nas me arrependo rápido.