capítulo 04

Depois que saí da construtora daquele velho, eu e Emily andamos pelo centro, fui em algumas lojas para procurar emprego,

não consegui nada em nenhuma loja, mas achei uma moça que precisava de faxineira em sua casa, ela pegou meu contato e confirmou que na segunda eu poderia ir, eu expliquei o que estava vivendo, e ela vendo minha irmã com fome me deu uma quantia de 200,00, eu não queria aceitar, mas ela disse que era para eu comprar algumas coisas para casa e pagar o transporte de segunda, já que minha casa ficava afastada, estava muito agradecida.

Emily me pediu para comprar chocolate para fazer trufas, eu comprei e queria vê-la animada, fomos à loja de doces e depois ao supermercado.

A calçada que estávamos andando estava muito apertada com muitas pessoas, decidimos ir para o outro lado, eu estava distraída e me parece que o motorista de um Mustang preto também estava, eu não tive muito tempo, só consegui empurrar Emily para trás, o carro né acertou em cheio, uma forte dor tomou conta do meu corpo, eu ouvi o choro de Emily, nas não consegui falar nem me mover,a última coisa que eu vi foi o rosto daquele velho, um olhar negro e profundo se cruzou com o meu, suas mãos estavam frias quanto tocou meu rosto, ainda me lembro do cheiro de seu perfume, pois seus olhos e seu cheiro foram as últimas coisas que senti, eu desmaiei.

HUGO

Tudo bem, fica tranquila, vou cuidar de você, vem comigo, vamos para o hospital cuidar da sua irmã.

Eu coloco a criança no meu carro, parece mentira mas é a mesma que estava hoje de manhã na construtora, e a sua irmã, a garota brigona que me chamou de babaca, parece até que foi por vingança.

Eu tenho me acalmar, não demostrar para a menina que sua irmã está muito ferida.

Qual seu nome?

Emily, eu me chamo Emily e minha irmã Helena.

Muito prazer eu me chamo Hugo, vai ficar na minha casa, tudo bem?

Ela não me respondeu, chegamos ao hospital e eu fui logo perguntando pela irmã, aceno com a cabeça para o médico ter cuidado ao falar, ele pede uma das enfermeiras para ficar com a garota e me leva até sua sala.

Senhor Lacerda, o estado da garota é grave, ela chegou com uma hemorragia interna mas já está sendo operada, estamos fazendo de tudo para ela sobreviver, mas talvez ela não sobreviva.

As palavras do médico né encheram de angústia e dor, mas uma vez eu estava alí naquele hospital, foi ali que eu também ouvi a notícia que minha esposa não iria sobreviver.

Eu voltei para a Emily, e meu coração parou ao ouvir ela dizer que sabia que sua irmã estava bem.

Vai dar tudo certo, pode ter certeza disso, minha irmã é muito forte, minha heroína, e outra coisa, se prepare.

"Por que eu deveria me preparar?"

"Ah! Minha irmã ficou muito brava porque você pensou que eu ia roubar lá, imagina quando ela acordar e ver você, que quase me atropelou, ela vai arrancar sua cabeça, pode ter certeza."

"Ok, está fazendo eu ter medo da sua irmã, agora vamos te deixarei na minha casa e irei voltar para ver sua irmã, você ainda não pode entrar."

"Eu já imaginava, sou muito criança!

Mas você prometeu que ela está bem, eu vou confiar em você."

Eu levo a garota para minha casa, minha mãe e Laura estão na sala, elas até meu encontro preocupadas, há que a frente do meu carro está bastante amassada.

LAURA

ELISABETH

Papai? O que houve?

Filho e essa menina, quem é?

Vocês perguntam demais, por favor, chega!

Eu preciso fazer elas pararem, pois, Emily estava ficando assustada, depois de entenderem o motivo da bronca elas se acalmam, minha mãe foi logo até a menina e segurou em sua mão, ela se sentaram no sofá.

Eu fui para cozinha e preparei um sanduíche e copo de suco para ela.

"Você está com fome? Eu fiz um sanduíche, não sei se está bom, tem anos que eu não faço um!"

"Como assim? Você na faz um sanduíche?"

"Eu fazia muito quando ela era pequena, minha filha Laura, mas faz anos isso KKK."

"Eu vou comer, ruim ou não, estou com fome, eu não almocei hoje."

"Ela fala e morde o sanduíche, é nítido o apetite da menina, chego a me sentir muito mal."

"Está uma delícia, muito gostoso!"

"Está com a boca cheia, engole depois você fala KKK "

Escuta garotinha, me diga por que não almoçou?

Minha mãe pergunta com lágrimas nos olhos.

Porque minha irmã foi trabalhar, eu não tinha com quem ficar, mas chegando lá, o seu filho achou que eu ia roubar a empresa dele, minha irmã ficou brava e não trabalhou merd@ nenhuma, brigou com ele e foi embora!

Mas acho que ele não gostou porque minha irmã chamou ele de velho babaca, estávamos no centro ele bateu o carro nela agora ela está no hospital.

Meu Deus! Hugo...

Eu me distrai, Laura estava falando comigo no telefone, não consegui parar antes.

Eu observo ela, mesmo com tanta fome eja ainda tem metade do sanduíche no prato.

Por que não termina de comer? Não está nas com fome?

Eu estou sim, mas vou deixar essa metade para Helena, ela também não comeu nada, deve estar com fome!

Ouvir aquelas palavras que me destruíram, minha mãe percebeu meu jeito e foi logo falando com a garota.

Eu vou fazer dois sanduíches e pedir para levar para ela, pode terminar esse.

Eu me retiro e eu para meu quarto, estou muito preocupado com o que o médico me disse, se ela morrer, o que eu vou fazer com essa menina?

Por outro lado, não paro de pensar na irmã dela deitada no chão, seu olhar era de súplica, meu Deus, o que será que elas estão vivendo?

Já estava indo para o banho quando minha mãe bateu na porta, ela está acompanhada por Laura.

Filho, não contou o que aconteceu, estamos preocupadas!

Sua netinha, me ligou pra ensistir em algo que eu já disse não, está proibida de insistir em qualquer coisa Laura.

Papai, está gritando comigo!

Sim eu estou, por sua culpa e também minha tem uma mulher morrendo, ela está em estado grave com uma hemorragia, os médicos estão fazendo de tudo para salvar sua vida.

E se não conseguirem, eu vou carregar essa culpa para o resto da minha vida.

Fica calmo Hugo, vai dar tudo certo.

Pai eu não fiz nada, eu só queria te pedir para as meninas ficarem aqui em casa.

Eu já disse não, era para ser uma comemoração entre familiares.

Por que era, o senhor não está pensando em cancelar?

E claro que vou cancelar, não vou dar uma festinha enquanto tiver uma pessoa morrendo por minha culpa.

Que ódio! Tomara que essa infeliz morra, eu nem a conheço e essa maldita está atrapalhando minha vida.

Cala boca! Já chega, você precisa de limites, está proibida de sair de casa e eu vou bloquear todos os cartões, vai aprender a respeitar as pessoas.

Eu nunca coloquei ela de castigo, talvez ainda dê tempo de consertar alguma coisa nela.

Vou para o banho e em seguida desço para ver como está a menina, estava no jardim brincando com o Thor, meu cachorro, o que eu achei incrível, ele não gostava de estranhos, no entanto a garotinha fazia o que queria com ele.

Ela estava deitada dele com um livro mas mãos, segundo ela estava lendo pra ele KKK.

"Emily,vamos conversar um pouco?

Eu me sento ao seu lado, o que me deixou estranho, não sento na grama a anos, na verdade não aproveito muito o jardim."

Me conta sobre você e sua irmã, vou gostar de saber um pouco sobre vocês.

Eu me chamo Emily, minha irmã se chama Helena.

Moramos em um barraco na zona norte, eu não tenho mãe e nem pai.

"O que houve com eles, meu amor? Minha mãe pergunta, ela me olha de forma estranha, pois estou sentado no chão."

"Meu pai morreu quando eu era bebê e minha mãe morreu a pouco tempo, eu fiquei com a Helena, ela está sem emprego e estamos passando um perrengue horroroso, nem queria saber."

"Ela deixou a faculdade para trabalhar, mas está difícil viu, principalmente quando tem umas pessoas ranzinza... KKK desculpe você não é assim, pelo menos não quando se conhece melhor."