Capítulo 13 - Seu toque

Diego ficou confuso quando viu Jasmim no hospital, ela parecia distante, pensativa e ainda por cima ainda estava com seus trajes de praia. Ele ficou lhe observando, enquanto pensava em uma resposta para lhe dar.

- Um amigo meu está sendo operado agora. - Falou sem dar muitos detalhes.

- Sinto muito então... - Ela falou com um tom de compaixão.

- E você? O que está fazendo nesse hospital?

- Minha... mãe... - Ela não aguentou e começou a chorar. Ele sentiu um aperto no peito e tomou-lhe nos braços, colocando o rosto dela em seu peito, ela chorou ainda mais. Ele começou a carícia seus cabelos e ela se permitiu sofrer nos braços de um homem que ela mal conhecia, mas tinha muito desejo.

- Hey, vai ficar tudo bem... - Continuou abraçado-a como se seu mundo dependesse apenas daquele abraço.

Seu pai estava sentado ao lado vendo toda aquela cena e por um momento ficou feliz por ver que a filha tinha alguém para consolá-la.

- Senhorita Jasmim e Senhor Alberto, por gentileza, me acompanhem até minha sala.

A Dra. Naya os chamou. Jasmim se soltou do abraço de Diego, pegou a mão de seu pai e seguiram a dra.

- A Senhora Rene foi levada para um quarto privado e está a base de soro e alguns medicamentos para dor. Gostaria de saber se antes desse incidente de hoje, ela vinha reclamando de alguma coisa.

- Não. - Jasmim respondeu.

- Sim. - Alberto respondeu.

Os dois falaram ao mesmo tempo e Jasmim fez uma cara de confusa.

- Pai o que está acontecendo que eu não estou sabendo? Porque tudo que faço é para vocês, tudo que tenho é de vocês e a única coisa que peço é que se cuidem e se mantenham saudáveis. - Jasmim desabafou, se sentindo traída e magoada.

- Eu entendo que exista um conflito de informações, mas no momento eu preciso saber exatamente o que a senhora Rene sentia. Preciso fechar um diagnóstico para iniciar um tratamento adequado. - A Dra. falou, Jasmim respirou fundo e olhou para seu pai, esperando que falasse algo.

- Ela sentia tonturas e as vezes reclamava de uma dor no peito... - Alberto começou a chorar. - Ela me dizia que não era nada demais, que era normal. As vezes falava que era azia, outras vezes falava que era gazes.

Jasmim não aguentou ver seu pai daquela maneira e o abraçou.

- Tá tudo bem pai... A mamãe vai ficar bem...

- Dra. o que minha esposa tem? Eu preciso saber... Não posso viver uma vida na qual ela não exista.

A dra. Naya respirou fundo, pois estava comovida com toda aquela situação. Hoje era o sua primeiro dia de férias no resort e ela se sentiu na obrigação de voltar para o hospital.

- Eu me apresentei a vocês, mas não disse qual era minha especialidade... E minha especialidade é a oncologia...

- Então minha mãe terá que trocar de médico?

- Eu sei que essa notícia não é fácil de receber, mas infelizmente sua mãe será tratada comigo. Os exames da Sra. Rene mostraram uma contagem de plaquetas muito abaixo do normal e agora com todas as informações que seu pai me informou, teremos que fazer mais exames para saber com qual C.A estamos lhe dando, precisarei da assinatura do Sr. Alberto para realização de alguns procedimentos que serão mais invasivos. - A dra. Naya respirou fundo e pegou a mão de cada um e apertou. - Esse momento não é fácil, mas eu posso garantir que vocês estão com a melhor especialista do país, eu darei os melhores tratamentos pra Rene e farei o meu melhor por ela e por vocês.

- Nós agradecemos por todo suporte que tem nos dado, desde o resort... - Osvaldo falou lembrando que ela tinha ido com eles para o hospital.

- Não se preocupem com isso, eu posso adiar minhas férias... Eu fiz um juramento e meu real compromisso é com a vida.

Jasmim sentia gratidão por Naya, então lhe abraçou.

- Muito obrigada por querer cuidar da minha mãe, agora podemos ir vê-la?

- No momento sua mãe está dormindo, acho melhor vocês irem pra casa, tomarem um banho, fazer uma boa refeição e se apoiarem um no outro. A Rene vai precisar de todo apoio e ajuda de vocês.

Eles se despediram e saíram do escritório da dra. Naya.

- Pai me espera aqui que só tenho que resolver uma coisinha aqui no hospital.

Jasmim falou indo em direção da sala de espera aonde Diego estava ansioso com a cirurgia do amigo. Ela chegou por trás dele e lhe abraçou. Ele se assustou, mas sabia exatamente quem era, seu perfume era irreconhecível e ele só se permitiu ser abraçado.

- Eu sei que somos apenas dois estranhos um para o outro, mas eu desejo que a cirurgia do seu amigo dê certo. Mais tarde retornarei ao hospital e caso ainda esteja aqui, a gente se vê.

Diego sentiu seus braços se afastando e quando virou, a viu andando de costas para ele. Tudo estava ainda mais confuso entre eles. Diego sentia que era o certo quando eles se tocavam e ficava perdido sem o toque dela, então novamente voltou a chorar quando lembrou do amigo, ele se sentia culpado e jamais se perdoaria se seu amigo saísse sem vida da sala de cirurgia.

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