Capítulo 15 - Medo

Horas atuais

Jasmim e Alberto estavam sentados no banco de trás do carro a caminho de casa, Jasmim ficou altamente reflexiva quanto a situação de sua mãe, aquilo tudo, aquela situação toda não parecia ser real, ela não queria que fosse real. Olhando pela janela do carro, seus olhos começaram a encher de lágrimas que não queriam descer, ela respirava fundo tentando controlar os sentimentos que estavam prestes a explodir, uma forte dor no peito como se tivesse levado um tiro. Sua mãe era tudo para ela e ela não estava pronta, não daquele jeito, não sem ter vivido tudo que era pra viver.

- Minha filha, venha cá. - Alberto lhe puxou para um abraço, percebendo como estava sua filha, ele precisava ser seu apoio.

- Pai isso não é justo... Eu não posso... A gente não pode perder a mamãe. - Falou entre lágrimas e soluços.

- Jasmim, sua mãe é forte... Ela vai conseguir sair dessa... Eu e ela ainda temos muito trabalho com você ainda. - Ele riu entre lágrimas e mesmo com um nó na garganta ele estava consolando sua filha.

...

Chegando em casa, Jasmim foi direto para sua cobertura, ela precisava tomar um bom banho quente para tentar relaxar um pouco, já que voltará ao hospital, ela precisaria ter forças.

Osvaldo aproveitou o momento em que estava sozinho em seu quarto, para desabar, ele se sentou no chão chorando desesperadamente com uma foto sua com Rene, na foto eles estavam se olhando apaixonadamente.

- Meu amor... Você não pode... Não pode me abandonar... Eu não sou nada sem você... Por favor fica boa logo... Jasmim também precisa de você.

Naquela tarde Jasmim contratou uma equipe de empregados para sua casa, organizou toda a sua agenda da semana para ela não precisasse ir para a empresa, delegando algumas responsabilidades para sua secretária.

Tudo foi muito corrido, pois eles estavam com presa para voltar para o hospital.

- Minha filha, aquele rapaz que estava lá no hospital era o mesmo que estava naquele evento? - Alberto perguntou tirando Jasmim de seus pensamentos.

- Aaaah... É sim pai. - Respondeu surpresa com a pergunta.

- Ele parece ser um bom rapaz...

Eles voltaram a ficar em silêncio enquanto iam para o hospital, só que agora Jasmim tinha voltado a pensar em Diego. "O que será que aconteceu com o amigo dele? " "Será que ele tá bem?!" "Quem realmente ele é ?". Essas perguntas rodeavam seus pensamentos, lhe dando alguns segundos de distração, mas logo sentindo a dor no peito por sua mãe está internada.

Chegando ao hospital, Jasmim e Aberto foram logo na recepção, para terem notícias de Rene.

- Gostaria de saber como está minha mãe, o nome dela é Rene Vasconcelos. - Jasmim falou para recepcionista.

- Só um momento, a Dra. Naya pediu para avisar assim que vocês chegassem, que ela mesma iria falar com vocês. - Aquelas palavras preocuparam o coração de Jasmim, aliais falar com um médico era sempre uma preocupação ou um medo de aparecer um novo problema.

Eles aguardaram na recepção.

- Pronto, a Dra. está esperando vocês no consultório dela.

- Certo. - Jasmim e Alberto falaram juntos. Eles bateram na porta do consultório e logo em seguida entraram e sentaram nas duas cadeiras que estava na frente da mesa da Dra.

- Dra. Naya, espero que tenha boas notícias para me dar. - Alberto falou já ansioso.

Dra. Naya respirou fundo.

- Chegamos ao diagnóstico da senhora Rene. Fizemos vários exames e detectamos que ela está no estágio 2 de câncer no pulmão. Iremos precisar fazer uma cirurgia para a retirada do tumor.

- E qual é a porcentagem de sucesso dessa cirurgia? - Jasmim perguntou.

- 80%. Acredito que vocês estejam nervosos com tudo isso acontecendo muito rápido e apesar das circunstâncias, a senhora Rene teve a sorte de descobrir ainda no estágio 2, esse tipo de câncer normalmente é só descoberto quando já está no estágio final, quando não tem mais saída. Então acalmem o coração de vocês, porque ela irá precisar bastante de seus apoios. Depois da cirurgia iremos fazer novos exames para então fazer um tratamento.

Jasmim chorou aliviada, mas ainda sim com medo por tudo que iram precisar enfrentar. Depois da conversa, a dra. pedia que eles esperassem um pouco na sala de espera, pois as enfermeiras estavam cuidando da higiene de Rene.

Chegando na sala de espera, Jasmim olhou em volta a procura de Diego. Ele estava no canto da sala sentado na cadeira, com os cotovelos no joelho e a mão no rosto, mostrando estar extremamente cansado. Aquela visão derreteu um pouco mais o coração de Jasmim, logo ela que não acreditava no amor, olhou para ele com ternura. Alberto que estava logo atrás, se sentou em uma cadeira e Jasmim foi na direção de Diego e sentou ao seu lado.

- Oi... Seu amigo está melhor? - Pela primeira vez na vida, ela falava com um homem com a guarda abaixada.

Lentamente ele tirou as mãos do rosto e olhou profundamente nos olhos de Jasmim. Seu olhar era de tristeza, cansaço e solidão. Na mesma hora ela sentiu uma grande vontade de lhe abraçar, mas se contel em colocar uma mão em sua perna.

- Ele ainda tá em cirurgia... Como está sua mãe? - Respondeu ele com uma voz triste.

- Ela está com... câncer.... - Após falar isso em voz alta, parecia que a doença se tornava real. Então dessa ele colocou sua mão sobre a mão dela que estava em sua perna e acariciou.

Aquele momento parecia íntimo, não era só um sexo bom que eles costumavam a fazer, era uma intimidade que ambos não sabiam explicar.

- Senhorita Jasmim e Senhor Alberto, a senhora Rene está pronta para receber vocês.

Rapidamente Jasmim tirou sua mão da perna de Diego e entrou no quarto de sua mãe sem olhar para trás.

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