●David●
David UM MÊS DEPOIS
— Meninas, já estão prontas? — perguntei para as duas adoráveis pestinhas que eram as minhas sobrinhas, ansioso para chegar logo no Festival. Já estava anoitecendo, e havia muitas atividades para aproveitar. Eu queria acordar cedo, resolveria algumas coisas pela manhã, mas teria de bancar o super tio das minhas amadas pirralhinhas aquela noite. Eu amava ser tio e sem dúvida elas eram as melhores coisas que meu único irmão havia feito.
— Já vamos, tio David! Precisamos ficar bonitas! — Acho que foi Emma quem respondeu. Ao longe, eu ainda me confundia com as gêmeas, mas de perto, não. Minhas sobrinhas eram duas gêmeas idênticas de 6 anos.
— Vamos, meninas! Vocês não podem ficar mais lindas do que já são! — elogiei, sabendo que elogios para uma mulher eram uma forma eficaz de ganhar seu coração.
— Já estamos indo, seu chato! Pare de ser apressado! — minha avó respondeu do quarto onde estava arrumando as meninas, e eu vi que demoraria horrores pelo visto para as mulheres da família ficarem prontas.
— Só se lembre que as atividades para as crianças terminam mais cedo, vovó!
Segundo ela, minha casa precisava de mais toque feminino, embora eu tivesse minhas funcionárias que me ajudavam sempre que eu precisasse. Graças a Deus, vovó voltaria no dia seguinte para a cidade dela, onde morava com meu irmão Mike e minha cunhada, onde eles também tinham uma próspera fazenda de gado Wagyu, também herança de meu pai. A verdade é que estava há um mês sem transar, e como vovó gostava de brincar, ela estava quebrando minha fama de garanhão sedutor e fazendo eu passar meus fins de semana em casa em vez de estar à caça. Um mês dedicado à família. Ok, eu amava minha família. Estava valendo à pena o pequeno sacrifício, mas, porra, como eu estava sentindo falta de me afundar dentro de uma mulher! O fato é que, por mais que amasse meus familiares, estava subindo pelas paredes sem sexo. Eu amava vovó, mas ela adorava me irritar, pedindo bisnetos e fazendo pressão para eu finalmente conhecer uma boa garota e me casar. Vovó já tinha quase 80 anos, mas possuía a saúde e o vigor de uma pessoa de 20 anos. Se havia uma coisa que eu prezava, era minha liberdade. Lutava por ela e a cultivava com orgulho. Andei impaciente pela sala do rancho, as botas pisando firmemente no chão, e aproveitei para tomar um gole de uísque como gostava: puro. O líquido âmbar desceu pela garganta, rasgando, e relaxei ao encostar o quadril no bar apoiando os dedos no cós do jeans. Iria para o festival com meu jeito preferido de me vestir: cowboy despojado. Se havia uma coisa que eu não gostava, era de ostentação. Por mais dinheiro que tivesse, prezava a simplicidade, como meu pai. Meu lema era: trabalho honesto, dinheiro honesto e simplicidade. Não importava o quanto minha conta bancária não parasse de engordar. Quando as três finalmente terminaram de se arrumar e apareceram na sala, tirei meu Stetson da cabeça, pus no coração e elogiei a beleza das mulheres da minha vida, sorrindo sedutoramente.
— Veja se não são as mulheres mais lindas que já vi! Vênus sentiria inveja de vocês! Vovó gargalhou e as meninas, com lindas tranças loiras, sorriram, os olhos azuis brilhando muito. Estavam as coisinhas mais fofas do mundo, vestidas de cowgirls, com botas country, camisa listrada e jeans.
— Quem é Vênus, tio David? Uma de suas namoradas? — Emily perguntou.
De perto, eu não errava mesmo. Sempre sabia quem estava falando. Aquela era Emily. Ia me preparar para responder sua pergunta, dando um sorriso largo e franco, quando vovó interveio.
— Não, querida, Vênus não é uma das namoradas do seu tio, é uma Deusa, mas se Vênus passasse por aqui pelo planeta Terra, do jeito que seu tio David é, ele também ia namorar com ela! Ri com aquilo, e ergui minha sobrancelha, pondo o Stetson de volta na minha cabeça.
— Obrigado, vovó. Bom saber que nem as Deusas resistem ao meu charme! As meninas riam, se divertindo com a minha cara presunçosa que fiz de troça.
— Isso não foi um elogio, David. Até as meninas sabem que o tio é um mulherengo — vovó respondeu, cortando o meu barato.
— Tio David é um mulherengo! — Uma das meninas falou, rindo da minha cara. Vi que era Emily, a mais pimentinha das duas. Santo Deus...
— Oras, mas não vejo como não ser um elogio, vovó — contrapus. — Quer dizer que sou irresistível, não acha? — trocei. Vovó Mya aproximou-me de mim com seu perfume forte e marcante e segurou no meu queixo, fazendo com que eu olhasse em seus olhos azuis. Tive que me abaixar bastante. Eu era um cara grande de quase 2 metros, mas naquele momento, minha avó minúscula estava me pondo no cabresto.
— Não, isso quer dizer que é um fanfarrão que não leva a vida a sério, David. Vê se toma jeito, seu bobão. Não vou estar aqui para sempre para pôr juízo na sua cabeça. Um homem só deve sentir orgulho de si quando tem apenas uma mulher, e se casa com ela, amando-a até o fim dos seus dias. Estão ouvindo, meninas? Não é bom ser mulherengo. Mas tio David um dia vai tomar jeito e ter só uma namorada e se casar. As meninas nos olhavam com seus rostinhos inocentes, entretidas naquela conversa de adultos.
— Tio David vai se casar! — uma das gêmeas brincou.
— Deus me livre! — respondi, gargalhando, e vovó também riu, afastando-se de mim.
— Veremos! — Ela me desafiou. Emma então veio para mim e me pediu um abraço daquele jeito dengoso, e me abaixei para a pegar e erguer no ar. Já sabia que ela queria brincar um pouco antes de sairmos. Por que não fazer os gostos das crianças de vez em quando?
— Ora, ora, o que essa princesa linda quer, voar? — perguntei, fazendo a danadinha de aviãozinho. Logo Emily veio nas minhas pernas também, agarrando-se, querendo que fosse a vez dela de voar no alto. Um ciuminho básico. Eu lembro de sentir muitos ciúmes de meu irmão Mike quando éramos crianças também. Entendia aquilo. Eu era dois anos mais novo que ele, e era difícil competir por atenção.
— Também quero brincar de princesa voadora, tio David!
— Claro, minha princesinha! É pra já! Todos a bordo! Dei um jeito de pegar então cada danadinha no meu ombro e girei com elas, fazendo-as darem gritinhos.
— Cuidado para elas não vomitarem! — Vovó falou, rindo enquanto eu colocava as duas para voarem nos meus ombros. Eu me sentia meio idiota fazendo aquilo, mas eu gostava. Ter as costas e os ombros bem largos e fortes pelo trabalho duro me ajudavam nessas horas. A gente se divertia à beça juntos, as meninas e eu. Iria sentir falta delas, quando se fossem amanhã. Minha família era pequena, e embora eu estivesse sempre ocupado, seja com o trabalho, seja com mulheres, achava importante ter tempo para eles.
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Atualizado até capítulo 63
Comments
ana
❤️
2024-09-22
0
mar
gostoso e fofo rs
2023-10-28
3
mar
vovó tem humor amandooooo kkkkkkk
2023-10-28
2