Os dias foram passando com lentidão. Tânia passava a maioria do tempo trancada no seu quarto, e só saia quando teria que preparar comida para a sua mãe, ir para a escola ou arrumar a casa.
Ela não sentia-se a vontade naquele lugar, estar ali era sufocante e tudo o que ela queria era ter o seu próprio canto. Apolo conversava as vezes com a Tânia, mas ultimamente ele não está frequentando a escola.
Tânia estava na frente da sala dos professores, ela estava esperando o professor Dean sair da sala, para poder ter notícias do Apolo. Após quase 10 minutos ali, o professor saiu da sala e ficou surpreso quando a viu ali, com um livro nas mãos e um olhar triste.
— Tânia? Aconteceu algo?
— Não. Eu queria saber se o Apolo está bem, pois ele faltou aula por 2 semanas...
— Sorri tristemente — Ele está passando por uma fase difícil, mas está bem. Ele vai ficar bem, não se preocupe querida.
— Fase difícil? — Pergunta confusa.
— Sim— Olha ao redor — Porquê não o visita? Talvez, a sua visita o faça bem.
— O senhor tem certeza? Não seria um incômodo?
Dean ajeitou a sua bolsa. Ele estava ciente que o Apolo gostava da Tânia, mas também sabia que tinha algo que de algum modo abria um abismo entre eles, e isso o afastava dela. Dean, apenas que ver o bem do seu sobrinho, vê-lo alucinado, sentindo frio e a necessidade grande de droga e álcool não o agrada.
— Não, muito pelo contrário. O Apolo pode não demonstrar, mas ele gosta de estar com você — Passa a mão no rosto — O Apolo não tem amigos, ou conhecidos aqui na escola.
— Ele estuda aqui a quanto tempo?
— Tem 3 anos aqui. Vamos lá, eu te deixo em casa e aí poderemos conversar com mais tranquilidade.
— Certo.
Por onde eles passavam, todos os alunos os encaravam surpresos e até tinham alguns que falavam mal da Tânia, dizendo o mesmo de sempre. Ao entrar no carro do professor, Tânia sentiu-se enjoada, ela bebeu água e o Dean perguntou.
— Está bem?
— Sim...foi apenas um enjoo.
Dean pensou se ela realmente estava bem. Preocupado, ele a encarou e perguntou, enquanto analisava as suas expressões faciais.
— Tânia, você tem algo que queira falar ou que necessita desabafar urgentemente com alguém?
Tânia ficou nervosa, ela tirou a sua atenção do professor e começou a olhar para fora da janela do carro. A sua respiração ficou alta, a sua cor mudou e ela ficou pálida, parecia que estava doente ou tendo algum ataque cardíaco. Ela abria a boca, mas nada além de sons estranhos saiam dos seus lábios. Percebendo o seu desconforto, Dean tratou de se desculpar e ligou o carro.
Ao chegar na sua casa, ele estacionou o carro na garagem. A garagem era grande e muito bela, havia mais dois carros esportivos e quando ela estava prestes a falar dos belos carros do Dean, uma voz feminina e muito bonita soou de trás dela.
— Tânia? Essa é a Tânia querido?
Tânia olhou para a mulher que media mais ou menos 1.58 de altura, ela tinha cabelo comprido escuro, e era muito bela. Dean depositou um beijo na testa da mulher e depois apresentou ela a sua aluna.
— Tânia, esta é a minha esposa, Anny.
— Olá, é um prazer conhecer a senhora — Diz tímida.
Anny sorriu, ela segurou na mão da Tânia e disse, enquanto a guiava para dentro de casa. Anny parecia que conhecia a Tânia a mais de séculos, ela falava sobre tudo um pouco.
— Hoje você irá almoçar conosco, faço questão que você fique aqui! Ficar nesta casa sem uma companheira feminina é horrível. — Diz desanimada.
— Você veio aqui para visitar o Apolo, certo? — Muda de assunto.
— Sim..., mas temo que ele não queira me ver...já que não somos tão próximos — Diz envergonhada.
Anny encarou a Tânia, ela sorriu e a puxou para a cozinha. A cozinha era grande, tinha uma mesa enorme no centro, uma geladeira grande e muito luxuosa, uma prateleira organizada e havia uma porta que dava para a dispensa.
Na mesa, havia uma bandeja com mingau, suco e algumas torradas com geleia de morando. Anny pegou a bolsa da Tânia, e depois entregou-lhe a bandeja.
— Esse é o almoço do Apolo, ele não tem comido muito ultimamente, então eu fiz algo mais simples hoje. Se você conseguir fazer ele comer, será ótimo!
— Mas...e se ele não quiser me ver?
— Ele que, pode crê! — Diz a sorrir.
Tânia queria muito recusar, mas logo a Anny a levou até o quarto dele. Ela suspirou, bateu na porta, mas nenhum som foi ouvido do outro lado.
— Ele deve estar dormindo...— Diz Tânia.
— Não — Fala apreensiva — Vou abrir a porta Apolo!
Anny estava nervosa, ela pegou a chave reserva e abriu a porta com rapidez e assim que empurrou a porta, a visão que tiveram foi de um quarto bagunçado e cheio de cacos de vidros por todo o canto. Anny correu até o Apolo, que estava jogado na cama.
Ela o sacudiu e chamou por seu nome, mas apenas podiam ouvir o som da sua respiração afobada.
— Ele...ele está bem? — Pergunta Tânia.
— Não. Chama o Dean por favor, precisamos levá-lo para o hospital. O corpo dele está gelado, e o seu pulso está ficando fraco.
Tânia deixou a bandeja na mesa que tinha no quarto, ela saiu dali as pressas e chamou o Dean, que estava organizado a mesa para o almoço. Dean subiu as escadas correndo, ele pegou um blusão e colocou no Apolo, depois o pegou com ajuda das garotas e correram para fora do quarto.
○
Fazia exatamente 30 minutos que eles esperavam ansiosamente por notícias do Apolo. Ambos estavam nervosos e queriam o quanto antes ter noticias dele. Após um tempo, o médico entrou na sala de visita e todos ficaram em pé.
— Então, como ele está?
O médico estava com um semblante calmo, mas era nítido a sua preocupação. O Apolo entrou no hospital quase sem respirar e ele mal se mexia, com certeza os danos causados pelo excesso extravagante das drogas, o causou grandes problemas.
— O seu sobrinho entrou aqui desfalecido, tivemos que reanimar o paciente por 2 vezes. Fizemos exame de sangue e vamos passar outros para ele fazer, recomendamos uma alimentação saudável e repouso por pelo menos 1 mês, para o paciente se recuperar com mais facilidade.
— Recomendo que o levem em um centro psiquiátrico, sei que no começo ele irá exitar, mas não desistam.
— Já tentamos doutor, mas ele reagiu muito mal. Então, achamos melhor esperar, até ele notar que as drogas não está fazendo bem à ele.
— Não espere isso dele, já passou da hora dele começar o tratamento.
O médico encarou a Tânia, ela ficou nervosa e então ele perguntou.
— Ela é a namorada dele?
— Não. Apenas uma colega. — Diz Dean.
Tânia ficou vermelha igual a um pimentão. Ela encarou o chão e o Dean tocou no ombro dela, sorriu e disse.
— Vá vê-lo primeiro Tânia, eu vou conversar um pouco a mais com o médico.
— Certo...
Apresentação (Personagens)
Anny tem 26 anos, trabalha numa empresa de cosméticos, é casada com o Dean, tio do Apolo. Ela é doce e meiga e futuramente será a melhor amiga e uma segunda mãe para a Tânia.
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Atualizado até capítulo 62
Comments
marcia lima dias
A Anny e linda.
2023-10-06
6