Shun Yue deixou a aldeia com o coração partido, mas determinada, ela saiu e caminhou pela estrada, pensativa.
"Cada um dos meus passos, deve ser dado para me fortalecer."
"Preciso experimentar a luta pela sobrevivência, a solidão, até chegar ao campo de batalha."
"Quero a patente mais alta no exército."
"Tenho que ter ambição."
"Quero ser aquela pessoa, que faz a diferença."
"Quero enfrentar batalhas sangrentas de vida e morte."
"Quero viver no fio do desespero, para aprimorar a minha força de vontade."
"Agora mesmo, quase vacilei e voltei atrás."
"Quase contei a todos, que tudo era mentira."
"O meu coração, ainda não ê firme o suficiente."
A mente de Shun Yue divagava, enquanto ela andava devagar pela estrada de terra.
"Uau! Que calor!"
"O sol está tão quente, bem que poderia ter uma sombra."
"Com esse meu corpo fraco, já estou quase morta de sede."
"Não! Eu tenho que aguentar."
"Esse é só o primeiro obstáculo que enfrento, preciso chegar até a cidade pelo menos."
"Preciso arrumar trabalho, dinheiro, comida e o mais importante preciso-me alistar."
"Mas como?"
"O exército não aceita mulheres. O que devo fazer?"
Shun Yue murmurava, conversando consigo mesma.
O dia estava quente e o sol da tarde brilhava, a fazendo transpirar e sentir sede a cada passo.
"Isso não é nada! Eu consigo." Shun Yue dizia a si mesma.
Foi quando os seus pensamentos, foram interrompidos e ela ouviu uma voz.
"Yueyue espere!"
"Pare aí mesmo, mocinha!"
Ela parou e virou a cabeça olhando para trás, e o seu pequeno corpo ficou rígido, com o que viu.
"Pai! Primeiro tio!" Os dois homens grandes gritavam e corriam na sua direção, quando ela os reconheceu.
"Ah..Ah.. Ah.. " Quando pararam de correr, os dois homens arfavam de cansaço tentando recuperar o ar.
"Vamos sair da estrada!" Shun Jiao disse aos dois, após recuperar o fôlego.
Shun Mao não conseguia falar e abraçou o pequeno corpo da sua filha, sem vontade de largar, enquanto dizia. "O pai não acredita neles...O pai não acredita neles..."
Ele repetiu essa frase várias vezes seguidas, sem soltá-la.
Shun Yue não conseguia chorar, mas o seu coração doia ao ver o seu pai tão desesperado.
"Vamos! Venha irmão." Shun Jiao arrastou os dois para fora da estrada, e os três sentaram-se num tronco próximo.
Pegando um pouco de água, após tomar alguns goles, ele deu um pouco aos outros dois.
"Shun Yue diga-nos a verdade, sim! O tio e o seu pai não acredita numa palavra do que aquele velho monge disse. O que está acontecendo?" Shun Jiao falou sem rodeios.
Shun Yue abaixou a cabeça, sem coragem para encarar o tio.
Ela não era boa em mentir.
Após pensar numa desculpa, Shun Yue decidiu-se, e então levantou a cabeça, ela começou a falar.
"Ok! Eu vou contar aos dois, mas não podam dizer a mais ninguém sobre isso."
"Até o velho monge concordou em ajudar-me, então não façam nada e só torçam por mim."
"Há algumas noites, eu tive um sonho."
"No ano em que completei treze anos, o tio foi morto, durante uma batalha contra invasores nas fronteiras."
"O seu corpo assim como os dos seus companheiros, nunca foram recuperados."
"Naquela batalha todo o seu pelotão de cem homens foi eliminado, e o general do nosso império só descobriu sobre isso um mês depois."
"Esse não foi um caso isolado, nem foi um dos primeiros sinais de que algo errado estava acontecendo, mas ninguém investigou."
"Se tivessem levado o assunto a sério, poderiam se preparar para o que estava por vir alguns anos depois."
"O inimigo estava se infiltrando nas nossas terras, gradualmente."
"O exército inimigo era temido, por todos os reinos, não só aqui."
"Por onde passavam, deixavam para trás, um rastro de destruição e morte."
"O inimigo não estava atrás de poder, mas em espalhar a dor, o caos, o sofrimento e por fim, a aniquilação."
"O seu propósito era espalhar o terror, destruindo tudo no seu caminho."
"Naquele dia, no inverno em que completei dezessete anos, foi quando alguns boatos de que o império havia sido invadido, e o exército travava uma guerra com o inimigo, começou a se espalhar em todo o lugar."
"Mas o boato nunca foi confirmado por nosso governante, nem houve nenhum aviso dado para a população do país, pois penso que ele nunca duvidou do nosso poderio militar."
"Mas ele esqueceu-se de um fator importante que nos diferenciava dos nossos inimigos."
"A nossa nação viveu em paz durante cem anos. Embora houvesse batalhas em alguns lugares, nenhum dos nossos soldados realmente esteve num campo de batalha sangrento, onde era matar ou morrer."
"Mesmo assim, ele acreditou que venceria contra os inimigos."
"Mas a verdade é que no fim, o nosso exército perdeu a batalha, e o povo que ainda era ignorante sobre a guerra, foi dizimado pelo inimigo."
"E eu o vi, cara a cara no meu sonho."
"Num dia após uma forte nevasca, o general inimigo e os seus homens chegaram a nossa aldeia."
"Eu havia tido um pressentimento e fui ao depósito de lenha pegar o seu velho machado pai. Quando ouvi vocês gritarem de dentro da casa, eu corri. Cheguei a tempo e consegui ferir um dos homens importantes daquele general com o machado, cortando a sua mão, quando ele tentou matar você ao invadir a nossa casa."
"Depois lutei contra eles, mas foi em vão, eu perdi e antes de morrer, fui obrigada a ver cada um de vocês serem mortos."
"Então hoje, para confirmar se o meu sonho era verdadeiro, esperei pelo velho monge de quando tinha nove anos no meu sonho."
"Se ele não aparecesse hoje, eu saberia ser somente um sonho, mas a verdade é que tudo é real."
"Percebendo isso, implorei ao velho monge que dissesse aquelas palavras."
"Eu queria que vocês me mandassem embora, pois somente assim posso sair para treinar e tornar-me uma guerreira forte."
"Só assim, poderei salvar a todos."
"Pai! Tio! Desculpe. No fim ela desculpou-se com os dois homens.
Shun sabia muito mais que isso sobre a invasão inimiga.
Ela conhecia-os bem e podia dizer muito sobre os seus movimentos, pois viu a maioria da história do seu reino, enquanto a sua alma vagava.
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Atualizado até capítulo 88
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