"Obrigado irmão pelo aviso." Shun Mao, o pai de Shun Yue agradeceu.
"Terceiro irmão, será que isso pode ser verdade?" Shun Bashen perguntou, ao seu irmão mais novo.
"Não sei! Mas vou até à cidade investigar." Shun Mao respondeu.
"Não! É muito perigoso se for verdade. Envie Yue até lá para verificar a situação. Ela é uma menina e não chamará a atenção.." Li Cuihua agarrou o braço do marido e disse.
"A cunhada tem razão. Se tiver acontecendo algo, temos que ficar aqui e preparar-nos e não sair. Mas não é necessário enviar Yue para lugar nenhum" Shun Bashen disse isso com um pouco de raiva em sua voz.
"Mandar Yue para a cidade chamaria mais atenção ainda, pois a sua sobrinha além de ser muito bonita, tinha uma aparência diferente de todos." Pensou Bashen o tio de Shun Yue.
"Vou pelo menos avisar o chefe da aldeia, e pedir-lhe para alertar os outros." Shun Mao falou e saiu.
"Shun Yue acorde os seus irmãos, e chame os outros para tomar café." Li Cuihua ordenou, assim que entrou na casa.
"Já estou indo." Shun Yue respondeu.
☆☆☆☆☆
Após o café da manhã, Shun Mao foi ao depósito buscar mais lenha, pois estava com medo que caísse uma nova nevasca.
Li Cuihua e Shun Yue, foram cuidar da arrumação da casa.
Os irmãos mais novos e os seus primos, brincavam na neve.
Os avós por serem mais velhos, estavam em seu quarto, aquecidos na cama para não adoecerem devido ao frio.
A tia de Shun Yue, esposa de Bashen, costurava roupinhas para o seu bebê, que estava prestes a chegar.
Shun Bashen foi ajudar os outros aldeões a retirarem a neve das suas casas.
Tudo estava indo bem, até que...
"Corrammmm!"
"Corrammmm!"
"Fujam todos!"
O carroceiro de bois passou, gritando na entrada da aldeia.
Os seus gritos, atraiu a atenção dos moradores, que saíram das suas casas para ver o que estava acontecendo.
"Tio... " O jovem não conseguiu terminar a sua pergunta, pois foi cortado pelo grito de aviso do homem.
"Fujam todos, se quiserem viver." O carroceiro os avisou e chicoteou os seus bois, fugindo para longe dali.
"Esse homem ficou louco?"
"Fugir de quê?"
"Deve estar com problema na cabeça!"
A multidão não levou a sério o aviso do homem, e voltaram para as suas casas, pensando que ele era louco.
"Pai! O que está acontecendo?" Shun Yue perguntou ao ver os seus pais.
"Não é nada! Se tivesse realmente algo acontecendo já estaríamos sabendo." Li Cuihua cortou o assunto entre os dois e falou.
Shun Yue colocou a mão no seu peito, aquele sentimento de antes, estava mais forte dessa vez.
Correndo para o lado de fora, ela olhou para o céu azul, em seguida para a neve branca no chão, para as crianças que brincavam perto dali, e um sentimento de desespero e terror do desconhecido foi ficando cada vez mais forte, até que em pânico, Shun Yue correu para dentro da casa.
Assim que entrou na casa, ela gritou para todos.
..."Mãe! Pai! Temos que sair agora!"...
..."Tio! Pegue a tia e ajude os avós, eu pegarei as crianças. Temos que sair agora. Vamos!"...
..."Se não sairmos agora! Vamos todos morrer." Shun disse com certeza, pois na frente dos seus olhos, ela via um rio de sangue se formar dos vários corpos espalhados na margem....
Aquele sentimento crescia, e ela já estava a beira das lágrimas.
"Filha pare com isso! Está assustando a todos. Por um acaso ficou louca? Saia já daqui!" Li Cuihua não entendia porque a sua filha estranha, que foi sempre calma e quase não falava, começaria a gritar como uma louca pela casa.
Li Cuihua estava irritada.
"Buahhh! Buahhh!" Os mais jovens assustados, entraram na casa chorando.
"Veja! Olha o que você fez!" Li Cuihua gritou.
"Eu não estou brincando. Temos que sair agora mãe!" Shun Yue disse, seriamente segurando os ombros da sua mãe.
Pack
Li Cuihua deu um, tapa forte no rosto da sua filha.
"Pare com essa loucura. Eu não quero mais ouvir essas suas palavras. Entende? Sai!" Li Cuihua a repreendeu e ordenou que saísse.
Shun Yue sentou-se no chão, a sua mão segurava o lado do seu rosto esbofeteado.
Ela olhou incrédula para a sua mãe, e para toda a sua família que não acreditaram nas suas palavras.
Ela então saiu e sentou do lado de fora, ela continuou sentada ali por muito tempo, e não havia ninguém perto dela.
Shun Yue estava sozinha.
☆☆☆☆☆
Já era fim de tarde e a noite já se iniciava, quando Shun Yue levantou-se.
"O que tiver que vir, vai vir! Sou inútil." Murmurou Shun Yue.
Aquele sentimento permanecia, e continuava crescendo dentro do seu peito.
O seu falecido tio, que era do exército sempre dizia que, grandes guerreiros sentiam a presença da morte, antes de morrer." Shun Yue pensou, no seu tio e saiu em direção ao depósito de lenha.
Abrindo a porta, ela entrou e pegou o machado pesado e saiu.
Neste momento, ela ouviu um barulho alto vindo de dentro da sua casa, e sentiu a aura de morte envolvê-la, antes de correr.
Boom
O som da porta da casa, sendo derrubada alertou a todos.
A gritaria e o pânico, tomou conta da família naquele momento.
"Quem são vocês? Shun Mao perguntou, protegendo a sua esposa e filhos atrás dele.
Entrando na casa, soldados fortes usando armaduras diferentes das do império invadiram.
Sem responder-lhe, o homem que parecia estar no comando dos outros, empunhou a sua espada e cortou na direção do pescoço de Shun Mao.
"Nãoooo! Shun Yue gritou e correu com o machado nas mãos, atacando o homem e cortando a sua mão que segurava a espada.
""Ahhhh! Desgraçada! Prenda todos eles." O homem gritou de dor e ordenou.
Os soldados fortes, entraram e atacaram.
Shun Yue atacou desajeitadamente conseguindo ferir alguns homens levemente, mas logo foi imobilizada e levada para fora.
Do lado de fora todos os aldeões, foram trazidos a estavam agora ajoelhados na neve.
Li Cuihua a olhava de onde estava com imenso ódio.
"Se não fosse esse azar, não estaríamos todos a beira da morte." Ela acusou Shun Yue e a culpou por tudo o que estava acontecendo agora.
Na frente de todos, montado num cavalo, um homem extremamente forte e grande, e de aparência bonita mas cruel segurava uma lança, enquanto olhava para todos com desdém.
Ninguém podia falar, e os que tentaram tiveram o coração perfurado por ele.
O cheiro de sangue era forte.
A neve branca, agora era tingida de vermelho pelo sangue dos mortos.
Vendo que um dos seus melhores homens perdeu a mão, o homem perguntou o que havia acontecido, e decidiu ali o destino de Shun Yue.
"Garotinha! Por ferir gravemente um dos meus melhores homens, será a última a morrer." O grande general inimigo a sentenciou.
Os aldeões foram torturados, os seus membros decepados, até que eles imploravam para morrer.
Os seus amigos decapitados.
A sua família dilacerada na sua frente, todos morreram de forma cruel.
"Na minha próxima vida eu juro que vou matar você." Shun jurou e sorriu, ao dizer essas palavras.
O meu nome é Célius Bravania e estarei esperando por você. Zombou o general, achando a garota engraçada.
Quando a ponta da lança perfurou o seu peito, ela ainda sorria olhando fixamente para o rosto dele, como se quisesse gravar na sua alma.
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Atualizado até capítulo 88
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