Shun Yue saiu dali, deixando o velho e a criança para trás, e voltou pelo mesmo caminho para entrar na aldeia, para retornar a sua casa.
Os seus pais ainda trabalhavam campos, então ela foi fazer o almoço.
"Essa será a nossa refeição de despedida." Shun Yue pensou, enquanto acendia o fogo.
Ela trouxe dois faisões selvagens, que encontrou presas em armadilhas deixadas por alguém na floresta, e os faria para a sua família comer.
"O velho monge estará aqui em breve, e logo o caminho que escolhi trilhar chegara até mim. Eu sinto muito." Pensava Shun Yue enquanto cozinhava.
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"Que cheiro bom!"
"Nossa! Parece o cheiro de carne!"
"Ah! Estou quase babando. De onde está vindo esse cheiro?"
As crianças retornaram com os seus avós, e sentindo o cheiro da comida que Shun Yue preparava, perguntaram uns aos outros.
"Shun Yue onde você conseguiu a carne que está na panela?" A avó perguntou, assim que entrou na cozinha.
"As peguei na montanha avó. Elas estavam feridas, então as trouxe para casa." Shun Yue mentiu.
"Bom Bom! Guarde mais para os adultos que estão trabalhando, e para o seu tio que chegou a pouco do exército, e está lá fora conversando com o chefe da aldeia e um velho monge." A avó disse sorrindo.
"Ok!" Shun Yue sentiu um aperto no peito ao ouvir as palavras da sua avó.
Na hora do almoço todos sentaram-se felizes, comer carne era um luxo para a família, mas hoje graças a Shun Yue a refeição de todos foi farta.
Shun Yue comeu apenas, uma tigela de arroz com alguns vegetais.
Ela estava distraída olhando para a sua família, querendo gravar cada um dos seus rostos na sua mente.
"Velho Shun!" O chefe da aldeia chegou a porta da residência da família e gritou.
O avô Shun ia se levantar, mas foi impedido por Shun Yue que disse. "Avô termine a comida, eu já almocei e vou até lá."
No portão
"Garotinha Shun Yue o seu avô está em casa?" O chefe da aldeia perguntou.
"Entre vovô Chi, o meu avô está lá dentro terminando de comer." Shun Yue o convidou.
"Ah! Esse é um velho monge e o seu discípulo, eles estão visitando a nossa aldeia. Eu os trouxe aqui para ler a sorte da sua família." O chefe da aldeia disse, um pouco envergonhado por mentir para a criança..
"Olá! Eu sou Shun Yue. O senhor vai ler a minha sorte?" Shun Yue se apresentou ao velho monge.
O velho monge sorriu, e assentiu com a cabeça.
"Entrem! Entrem!" Shun os chamou.
"O que essa criança está pensando? Eu não a entendo. Qual o seu propósito em sair da aldeia em sofrimento?" Pensava o velho monge, enquanto a seguia para dentro da casa.
Ainda era cedo e o sol brilhava.
O céu azul sem nuvens, era sinal de bom presságio para a leitura da sorte.
Assim acreditava os aldeões.
Após as apresentações, a família serviu chá e deixou que o velho monge lesse a sorte de cada um.
"O senhor tem que tomar cuidado no campo de batalha, ou a sua vida terminará cedo." O velho monge avisou ao seu tio mais velho Shun Jiao.
"Sim! Prestarei mais atenção senhor! Obrigada por seu aviso." O tio mais velho de Shun Yue agradeceu.
O senhor fará como combinado sim? A sorte da garotinha Shun Yue, deve ser dita diante de toda a aldeia, para que os moradores não tenham mais medo dela." O chefe da aldeia lembrou o velho monge, quando viu que de todos apenas Shun Yue, ainda não teve a sua sorte revelada.
"Porque isso chefe?" Shun Mao o pai de Shun Yue se levantou e questionou.
"Pai! Não tem problema. Eu acho que é até melhor assim. Chefe reúna a todos por favor." Shun Yue impediu que o seu pai a defendesse, ela não o deixaria frustrar a primeira parte do seu plano.
O discípulo do velho monge ainda não entendia o porquê de uma criança, que tinha quase a mesma idade que ele, querer tanto ser mandada embora do lugar em que nasceu.
Em menos de uma hora, todos os aldeões foram reunidos no centro da aldeia pelo Chefe, e aguardavam para ouvir a leitura da sorte de Shun Yue.
"Podemos começar?" O velho monge olhou fixamente nos olhos de Shun Yue, na tentativa de ver alguma fraqueza, mas ela sustentou o seu olhar e sorriu para ele, assentindo levemente com a cabeça para que ele fosse em frente.
"Eu realmente não tenho escolha. Tenho que ser forte e não fraquejar. No futuro todos vão entender." Shun Yue repetia a si mesma mentalmente, ela não desejava separar-se da sua família, mas esse era o único jeito.
O velho monge fez uma oração, pedindo perdão aos céus por mentir, mas decidido a seguir os desejos da garotinha, ele começou a falar.
"Crianca! A sua aura é negra e perversa, o mau presságio a acompanha por onde passa. Se continuar a viver nesta aldeia, a sua presença atrairá desastres, doenças e todos os tipos de infortúnios."
"Criança! Peço que seja sensata e arrume as suas coisas e deixe está aldeia o mais rápido possível. A sua família tem sorte. Todos estarão melhor sem você."
Assim que o velho monge terminou de falar, ele assustou-se com a reação dos moradores e até da família da garotinha.
"A verdade enfim foi revelada. Essa criança é realmente amaldiçoada."
"Ahhhh! Demônio"
"Vá embora!"
"Coisa ruim, saia da nossa aldeia."
"O que eu disse, ela é um mau presságio."
"O azar, dá o fora da nossa aldeia."
"Vá embora!"
"Não entre mais na nossa casa, não deixe o seu azar para trás, saia direto."
"Filha!" Shun Mao que tentava chegar até Shun Yue para defendê-la, foi parado e seguro por seus irmãos.
Shun Yue olhou para cada um dos aldeões, as lembranças dolorosas do massacre passou por sua cabeça.
A sua família que virou, agora as costas para ela, exceto por seu pai, também a expulsava.
Isso a machucou profundamente, mas mesmo assim ela curvou-se para o velho monge, e quando passou por ele em direção a saída da aldeia, ela disse baixinho. "Obrigada senhor! Isso me deixará mais forte."
Shun Yue saiu da aldeia sob as maldições e xingamentos de todos, sem levar nada e sem olhar para trás.
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Atualizado até capítulo 88
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