Capítulo 4 – Silêncios, Ratos e Leilões
Decidimos que seria importante observar como os convidados do leilão se comportam, para ver quem levanta mais suspeitas. Como o traidor está próximo, resolvemos não comentar nada sobre nossas suspeitas, assim, o rato continua montando a própria ratoeira.
— Vai ser um acontecimento marcante esse leilão... Vai entrar pra história como a primeira vez que o poderoso Don Lorenzo Ferrari participa de um evento com a intenção de interagir com seres humanos — diz Victor, se divertindo com a situação.
— Você sabe se comunicar com mais de cinco palavras? — provoca Klaus, com seu sorriso cínico, enquanto Victor coloca a mão no peito, ainda gargalhando com aquela risada irritante.
— Vocês não têm nenhuma porra de trabalho pra fazer, não? Saiam e não me encham o saco! — grito, irritado. Já estou de cabeça quente por não saber quem é o filho da puta que está armando contra mim, e ainda ter que ir a um leilão cheio de idiotas metidos a besta me deixa pior.
Chego em casa já são oito da noite. Vou tomar banho. Quando desço as escadas, encontro Mia, filha de um membro da organização. O pai dela já tentou arranjar um acordo de casamento, mas eu me recusei. Mesmo assim, ela sempre dá um jeito de estar no meu pé.
Não sou uma pessoa feita para relacionamentos e não quero ter que aguentar ninguém. Quando preciso me aliviar, prefiro uma prostituta. Nunca repito a mesma, assim evito que pensem que têm liberdade demais. Também não preciso fingir cordialidade, nem dar atenção ou carinho. Eu só chego, escolho, fodo, pago e saio. Sem conversa.
Outras mulheres são complicadas. Querem que você seja um Lord apaixonado, só pra depois sugarem o máximo de você e tentarem controlar tudo. Vejo isso acontecer o tempo todo. Basta olhar o Klaus, quase arruinado por essa porra de se envolver com uma mulher igual à Mia, e eu não estou interessado em foder com a minha vida.
— Lorenzo! Quanto tempo não nos víamos. Encontrei com a Laura no shopping e... — começa ela, mas interrompo.
— Laura, estou no escritório. Não estou pra ninguém.
Continuo andando sem me importar com Mia, que ainda tenta puxar conversa.
Entro no escritório, tranco a porta e deixo acesa apenas a luz de um abajur. Sirvo-me de um whisky e sento. Preciso do silêncio e do escuro para relaxar. Me acostumei com isso desde o tempo em que meu pai me mandou para o galpão. Quando todos iam embora e apagavam as luzes, eu ficava sentado num tatame no chão até o sono vir. Agora, preciso disso para conseguir pensar e me acalmar.
Sempre venho ao escritório, bebo no escuro e tento me livrar dos meus demônios.
Chega o sábado à noite. Me visto para o leilão, traje de gala. O salão é extremamente luxuoso, onde vários homens poderosos se reúnem tentando parecer civilizados, mas todos querendo derrubar uns aos outros.
— Senhor Lorenzo Ferrari, é uma grande honra ter você aqui hoje.
— Não poderia deixar de comparecer hoje. Todos estão dizendo que será um dia especial — digo com um tom de sarcasmo, enquanto observo um dos Capos do meu comando.
— Ah, sim! Dizem que vai entrar uma joia rara. Imaculada e arisca, ótima pra ser bem domada. Irão fechar o leilão com ela. Está cada vez mais difícil encontrar uma que nunca foi tocada — diz o homem, empolgado.
E eu não sei se entendi direito o que ele quis dizer...
Mas que porra eles vão leiloar aqui?
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Atualizado até capítulo 62
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