Capítulo 4

— Então? Você quer provas de tudo que eu disse? Aceita minha aposta? — perguntou Laura.

Michael balançou lentamente a cabeça, suas lágrimas começaram a cair. Ao vê-lo assim, Laura sentiu pena. Na verdade, ela não queria revelar os segredos do pai dele na frente do homem que agora estava chorando diante dela.

Michael dobrou as pernas para apoiar os cotovelos. Cobriu o rosto com as mãos e o som de um choro dilacerante pôde ser ouvido, embora contido. Laura respirou fundo e soltou suavemente, então se colocou no mesmo nível que Michael, apoiando-se em um joelho e com a outra perna de apoio.

— Sinto muito, não foi minha intenção revelar os segredos da sua família e te machucar. Só queria fazer você entender que não precisa conquistar tudo que deseja. Você é o único filho em casa, seja um homem responsável em quem as mulheres da sua família possam confiar. Proteja sua mãe e suas irmãs. Sei que a empresa do seu pai é propriedade da família da sua mãe, torne-se um homem melhor e mais forte. Assuma o controle da empresa da sua mãe, seja o seu escudo. Venha até mim se precisar de ajuda. — disse Laura, tentando consolá-lo.

Michael ficou em silêncio, reconhecendo as palavras de Laura. Ele precisava ser capaz de proteger sua mãe e suas duas irmãs, e também assumir o controle da empresa do pai. Ele levantou a cabeça e olhou para o belo rosto de Laura, enxugando as lágrimas de suas bochechas.

— Por que você está disposta a me ajudar? — perguntou com a voz rouca.

Laura deu de ombros.

— Não sei, só acredito que no fundo as pessoas são boas. Apenas o ambiente ou as pressões fazem com que se tornem más. — respondeu Laura.

Embora se sentisse derrotado, especialmente pela garota em sua frente, não pôde evitar sorrir.

— Obrigado, definitivamente vou precisar da sua ajuda. — disse Michael.

— Sim, você pode vir ao orfanato quando quiser. — respondeu Laura, fazendo Michael rir.

— Desculpe pelas minhas palavras. Sinceramente, eu sinto muito, Laura. — disse Michael sinceramente.

— Ah, relaxa! Eu vou te aceitar como amigo, o que acha?

— Negócio fechado...

FIM DO FLASHBACK

— Uau... incrível! Uma garota impressionante. Impressionante, isso é demais. Me arrepio. Ela consegue transformar um inimigo em amigo, meu Deus! — Lilly aplaudiu enquanto sacudia a cabeça.

O homem, que costumava ser frio com ela, sorriu. Ele estava exibindo um sorriso que ela teve a sorte de ver duas vezes naquele dia.

— Essa garota deve ser muito especial, se consegue fazer Ken Robinson sorrir duas vezes em um dia. — disse rindo.

— Hmm... você está certa. Ela é realmente uma garota especial. É por isso que eu quero que ela esteja sempre ao meu alcance e sob minha proteção.— respondeu Ken.

Ken Robinson, um homem bonito que era adorado por muitas mulheres. Além de sua aparência, ele também era um jovem empresário de sucesso. Sua empresa era reconhecida por muitas pessoas, e ele era um dos jovens mais ricos de acordo com as revistas de negócios. Rico, estável, bonito... O que mais faltava a ele? Ele era arrogante e frio, nenhuma mulher havia conseguido conquistá-lo. Até que conheceu Laura, a garota especial do orfanato.

Sentindo que já estava na hora, ela decidiu visitar as crianças de rua que agora estavam sob os cuidados da senhora Lorenza.

— A essa hora, geralmente eles estão no semáforo. Bem, seria melhor se eu comprasse o almoço para eles.— disse Laura animada. Ela caminhou até a barraca de comida que frequentava sempre. — Que a paz esteja com você, senhora Lorenza! — cumprimentou alegremente Laura.

— Que a paz esteja com você também, Lau! Onde você esteve todo esse tempo? Não te vejo há quase duas semanas. — respondeu a dona da barraca, carinhosamente chamada de Lore.

— Estou de volta, Lore! Estava ocupada procurando trabalho. — respondeu Laura enquanto sentava em um banco de madeira comprido.

— Ficarei feliz em ouvir boas notícias, Lau.— disse Lore enquanto oferecia a Laura um copo de chá gelado.

— Consegui trabalho, Lore! É por isso que vim aqui, quero te pedir 50 pacotes de arroz, senhora, para distribuir entre as crianças e outros.— disse Laura.

— Graças a Deus! Boas notícias trazem-me sorte, espera, primeiro vou embrulhá-las.— respondeu Lore entusiasmada.

Laura esperou pacientemente, brincando ocasionalmente com o seu antigo celular. Apesar de ter muito dinheiro, ela não queria trocar o seu lendário aparelho. Ela comprou o seu primeiro celular quando venceu a Olimpíada de Matemática no colégio.

Enquanto estava absorta brincando com o celular, de repente, ouviu uma voz familiar vindo de fora. Era alguém gritando com os vendedores ambulantes que estavam perto da barraca de Lorenza.

— Senhor... senhor! — gritou um dos valentões.

— Desculpe, senhor, ainda não vendi chá.— disse o vendedor de gelo.

— Muito preguiçoso! Se quer fazer negócios aqui, precisa pagar impostos. Não entende?— retrucou o valentão.

— S-sim, eu sei, senhor, mas realmente não tenho dinheiro. — respondeu o vendedor novamente.

Laura, que estava ouvindo tudo, saiu imediatamente.

— O que você está fazendo? — perguntou Laura. — Como se atreve? — continuou irritada, sua voz era fria e intimidadora.

— O grande senhor chegou! Tudo vai desaparecer! — murmurou a Sra. Lorenza enquanto embrulhava apressadamente o arroz.

— Uma garota? — murmurou um dos outros valentões em voz muito baixa.

— Mas nós temos uma heroína! É melhor voltar, garota, se esconda debaixo da saia da sua mãe. — disse ele.

Parece que esse valentão era novo, pois não tinha ideia com quem estava lidando. Laura permaneceu imóvel, encarando o valentão.

— Isso é apenas um mal-entendido, Srta. Laura. Devolveremos o dinheiro. — disse outro valentão, enquanto devolvia o dinheiro que tinham exigido dos vendedores antes.

— Tem medo dessa garota? Vejam só, vou fazê-la chorar facilmente! — disse o novo valentão.

O valentão se aproximou de Laura e a segurou pelo pescoço.

— Idiota! — disse outro valentão.

Laura jogou a cabeça para trás e olhou fixamente nos olhos do novo valentão, sem demonstrar medo. Na verdade, era o novo valentão que estava se sentindo intimidado. No entanto, ele foi inteligente o suficiente para disfarçar isso. Ele apertou ainda mais o pescoço dela.

Sem dizer uma palavra, Laura apertou o pulso do novo valentão, sem desviar o olhar.

— Merda! Merda! Isso dói! — disse o valentão dolorido e soltou o pescoço de Laura.

Ela torceu o braço do valentão. Em seguida, se virou e, sem perceber, acabou batendo contra o corpo do valentão, que era quatro vezes maior do que o dela. A baixa estatura de Laura fazia com que muitas pessoas subestimassem a sua força.

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