Capítulo 3

Laura liderou o caminho à frente, cantando alegremente. O homem simplesmente a observava em silêncio, com um leve sorriso nos lábios, seguindo-a de forma cativante até o parque.

— Tudo bem, vocês podem brincar aqui. Mas não se afastem e brinquem juntos, entendido? Vocês não podem...

— Vamos brincar! — responderam as crianças em uníssono, com entusiasmo.

— Bob, cuide de seus irmãos! Estarei vigiando-os dali.— disse, apontando uma das cadeiras no parque.

Bob, de 8 anos, concordou animado, enquanto o homem do supermercado continuava observando-a de uma distância não muito longa. Em seguida, sentou-se em um dos bancos vazios do parque. Laura se aproximou do banco, sentou-se e tirou um livro de sua mochila. O homem prestou atenção no livro que Laura segurava.

— Livro de Administração de Negócios? A julgar pelo seu rosto, ela ainda está na escola. Impressionante...— murmurou o homem, sorrindo.

Laura, ainda concentrada em sua leitura, percebeu que alguém havia se sentado ao seu lado.

— Oi — disse Laura, sem prestar atenção ao homem ao seu lado.

O homem era aquele que a perseguia desde o primeiro ano do ensino médio, mesmo que ela o tivesse rejeitado várias vezes. Desde rejeitá-lo com gentileza até fazê-lo de maneira brusca, ele era bastante determinado.

— Por que você é tão antipática, Laura? Trouxe chocolate para você! — disse o homem novamente, mas Laura não queria responder.

Não era que ela recusasse o gesto, mas estava realmente cansada desse homem ao seu lado.

— Você se faz muito de difícil por ser mulher, deveria ser grata por ter um cara bonito e rico que quer estar com você. Você é apenas uma órfã, uma garota de origem incerta! — disse o homem irritado por não ser reconhecido de forma alguma.

Laura permaneceu em silêncio e paciente. Embora o que ele dissesse fosse verdade, por que ela deveria se irritar? Laura continuou a ler seu livro, sem querer responder às palavras do homem.

O homem do supermercado ficou verdadeiramente surpreso com as palavras do homem ao seu lado. Para ele, aquilo já era um assédio verbal. Sem perceber, o homem apertou os punhos a ponto de amassar a lata de refrigerante que segurava.

Laura apenas suspirou, aquilo era o que realmente a fazia não querer responder ao homem ao seu lado. Um garoto rico que sempre menosprezava as pessoas de sua própria classe. Porque Laura era bonita, ele a perseguia. Ele a perseguia por curiosidade, ela era a única mulher que se recusava a olhá-lo.

O homem que acabara de chegar e viu que Laura não se abalava, levantou-se de seu assento. Ele ia pegar na mão de Laura, mas antes que sua mão a alcançasse, ela rapidamente segurou aquela mão e apertou seu pulso com força. Então, ela ergueu a cabeça e olhou para o homem com um olhar frio e penetrante.

O homem que seguia Laura parou sua tentativa de se aproximar dela.

— Faltam mulheres para você, é por isso que continua perturbando minha vista? Não o rejeitei várias vezes? Você não disse que é filho de um empresário adorado por muitas garotas? Então, por que continua incomodando? Por quê? Você tem curiosidade por uma garota de orfanato como eu? Uma garota pobre que o rejeitou totalmente? Sente que seu orgulho foi abalado por receber a rejeição dessa garota de orfanato? — perguntou Laura seguidamente, sem soltar sua mão.

O homem franziu o cenho e tentou soltar-se da mão de Laura.

— Ai... ai! Solta... isso está doendo muito! — exclamou ele, reclamando.

— Escute, você é Michael Smith, filho de um empresário têxtil bastante conhecido. O único filho homem entre três irmãos, fruto do casamento entre o senhor Andrew Smith e a senhora Mariam Smith. Um homem que engravidou sua amiga no ensino médio e pediu que ela fizesse um aborto, e isso se repetiu com outra mulher no segundo ano do ensino médio. Mais uma vez, você facilmente conseguiu fazer com que a garota abortasse e ela chegou à beira da morte. Com dinheiro e poder, tudo foi rapidamente resolvido, uma característica que você herdou de seu pai, que agora tem duas amantes por aí. Eu me pergunto, quais pecados e erros sua mãe cometeu para lhe trazer ao mundo e obter um marido desprezível como ele? Uma mulher que escolheu ser dona de casa, para cuidar do marido e dos filhos, mas descobriu que sua dedicação só foi recompensada com traição. Quer saber mais? O mais triste é sua irmã mais velha, que foi usada como prostituta por seu marido para obter um contrato de trabalho em conjunto. — explicou Laura detalhadamente, mantendo seu olhar frio.

— O-onde você ouviu tudo isso? — perguntou Michael.

Ele ficou surpreso por Laura saber de sua vergonha, e mais surpreendente ainda era o fato de seu pai não ter apenas uma, mas duas amantes. Além disso, ela sabia do abuso de seu cunhado contra sua irmã.

Não apenas Michael, o homem que os observava também ficou completamente surpreso. Seu pai era um dos amigos falecidos do pai de Michael, que agora era seu sócio na empresa.

— Não pode ser, não faça acusações sem provas, Lau! — disse novamente, sem aceitar.

Agora o rosto de Michael estava vermelho ao ouvir o que Laura disse. Ela apenas sorriu zombeteiramente e soltou sua mão bruscamente. Ela fechou seu livro e se levantou. Ela se aproximou do garoto. Sem perceber, Michael se afastou enquanto Laura se aproximava. Seu olhar era muito intimidador.

— E se fizéssemos uma aposta? Se tudo que eu disse for provado como verdade, você terá que cumprir todas as minhas ordens pelo resto da vida. Mas se for o contrário, serei eu quem cumprirá todos os seus desejos. O que você acha? — propôs Laura.

Michael permaneceu em silêncio, sem querer responder. Ele podia ver nos olhos de Laura que o que ela dizia era verdade.

— Michael, você já ouviu falar da frase 'Você colhe o que planta'? O que você planta, isso você colherá. Se você planta o bem, colherá o bem. Mas se planta o mal, sem dúvida alguma colherá o mal. E agora você e sua irmã mais velha estão colhendo o que seu pai plantou.— continuou Laura enfatizando cada palavra.

— O-o que quer dizer? — perguntou Michael cortando a fala, enquanto se esforçava para engolir sua saliva.

A garota à sua frente realmente tinha uma aura de liderança muito forte, sua intimidação podia ser claramente sentida.

— Você está colhendo os comportamentos ruins do seu pai, como não se contentar com uma única mulher. Enquanto sua irmã, agora também está colhendo os frutos que seu pai plantou. Ela está recebendo um tratamento desagradável de seu marido.— Laura cruzou os braços em frente ao peito. — Você não tem medo de que seus descendentes colham o que você plantou no futuro? — perguntou impiedosamente.

Michael, que desde o início se sentia fraco com a surpresa, agora se sentia ainda mais fraco ao ouvir a pergunta de Laura. Ele caiu de joelhos no chão, segurando o peito que agora sentia apertado.

— E então? Quer provas de tudo que eu disse? Aceita minha aposta? — perguntou Laura.

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