Capítulo 2

No dia seguinte, Laura continuou com suas obrigações habituais e decidiu ir à cozinha para ajudar a preparar o café da manhã para sua grande família. Assim que o café da manhã estava pronto, iniciou sua viagem para o restaurante onde trabalharia.

A viagem foi tranquila, com um sol brilhante. Muitas pessoas estavam ocupadas com seus próprios objetivos e Laura optou pelo ônibus como meio de transporte. Após descer do ônibus, caminhou cerca de cinco minutos para chegar ao restaurante.

— Ajuda-me, Deus! — sussurrou Laura enquanto ficava em frente ao restaurante, reunindo coragem e entrando. —Bom dia! — cumprimentou alguém que estava parado próximo à entrada.

O funcionário que estava apoiado no balcão apenas olhou para Laura e foi contar a outro colega.

— Tem alguém que chegou, vai recebê-lo! — disse enquanto ia embora.

Sua colega, que estava varrendo, abandonou sua atividade e se aproximou dela.

— Sim, bom dia, como posso ajudá-la, jovem? — perguntou aquela pessoa.

— Hmm, ah... ontem recebi uma ligação para uma entrevista hoje. — respondeu Laura, nervosa.

Embora tivesse contato frequente com muitos clientes, raramente encontrava-os cara a cara, apenas falava por telefone.

Caso um cliente insistisse, usaria uma máscara e um dispositivo para modificar sua voz.

— Oh, entendi. Venha, jovem, vou levá-la ao escritório da senhora Lilly. Ah, aliás, sou Penélope.— disse.

— Ah, eu sou Laura, me chame de Lau — respondeu com um sorriso.

— Tão bonita essa garota, até eu, como garota, gosto dela. Ah, pena que não gosto de garotas! — pensou enquanto observava Laura sorrir.

— Espere-me aqui, a senhora Lilly virá em um momento. — disse Penélope assim que chegaram a uma sala.

— Sim, obrigada.

— Relaxe.

Depois que ela saiu, Laura se sentou sozinha no sofá, inquieta, esperando por Lilly. Sem intenção de se levantar daquela cadeira, suas pernas não paravam de tremer de nervosismo. Ao ouvir o som da porta se abrindo, Laura se levantou de repente, surpresa.

— B-bom dia, senhora. — disse nervosa.

— Bom dia, por favor, sente-se. — disse a senhora Lilly.

Laura assentiu e voltou a se sentar. Lilly, percebendo o nervosismo em seu rosto, sorriu.

— Ei! Não vou te morder! Por que está tão nervosa? — brincou Lilly, tentando amenizar o clima.

— S-sim, desculpe. — respondeu Laura, esforçando-se para engolir saliva.

— Então você é a Laura, não é? — perguntou Lilly, assim que estavam sentadas uma de frente para a outra.

— Sim, senhora. — respondeu ela.

— Ao ver suas qualificações acadêmicas, todos os prêmios que você ganhou e também o fato de ter se formado tão jovem, suponho que tenha recebido uma bolsa de estudos, não é? — disse enquanto via Laura assentir. — Por que você não a aceitou?

— Hmm... e-eu não aceitei porque teria que sair desta cidade e isso significaria ficar longe da minha mãe e dos meus irmãos. Eu não quero isso.— respondeu Laura, enquanto Lilly assentia com a cabeça.

— Você não tem intenção de continuar seus estudos? — perguntou Lilly.

— Hmm, na verdade já fui aceita em uma universidade. Desejo estudar enquanto trabalho como meio período, para poder estudar antes ou depois do trabalho.— respondeu Laura com um pequeno sorriso.

— Que ótimo! Gosto muito da sua atitude! Você se importaria se eu te colocasse na área do caixa ou de garçonete?— perguntou Lilly, que colocaria Laura à prova.

— Adoraria, senhora! Isso significa que fui aceita para trabalhar aqui?— respondeu Laura ampliando seu sorriso e perguntando ao mesmo tempo.

— Sim, bem-vinda ao nosso restaurante! Espero que se sinta à vontade trabalhando aqui e que possa trabalhar em equipe.— respondeu ela estendendo a mão.

— Obrigada, a Deus! Muito obrigada! — Laura respondeu emocionada e apertou a mão de sua chefe quando ela assentiu.

— Está tudo bem, você pode começar a trabalhar amanhã. Se prepare. — disse Lilly a Laura após receber sua resposta.

— Obrigada, senhora, muito obrigada! Com sua permissão, me despeço, bom dia! — respondeu Laura enquanto saía rapidamente do escritório.

— Além de ser bonita, ela também tem um coração bonito. Ela escolheu rejeitar a oferta de estudar no exterior, apenas pelo bem da sua família. É compreensível que eu goste dela. Por que você não a leva diretamente para a empresa? — disse Lilly enquanto apoiava as costas no encosto da cadeira.

Aquela pergunta na verdade tinha sido dirigida a alguém que acabara de sair de seu esconderijo.

— Isso não é possível, ela não enviou sua candidatura para lá. Como eu poderia chamá-la de repente para uma entrevista lá.— respondeu o homem.

— Oh... entendo. Eu apoio você. Parece que há muitas coisas ocultas nela. Você não pofr passar mais informações sobre ela? Por alguma razão, tenho a intuição de que essa garota não é comum.— disse Lilly.

— Todas as informações sobre ela estão bloqueadas. Então, as informações que tenho são as mesmas que estão anexadas em seu currículo. Uma garota do orfanato que conseguiu uma bolsa desde o ensino fundamental até o ensino médio, ganhou muitos certificados e troféus em cada competição, tanto acadêmicas quanto não acadêmicas. Eu me apaixonei completamente pelo seu charme. — respondeu o homem enquanto se sentava no sofá.

— A diferença de idade entre vocês é considerável, isso não é um obstáculo? — perguntou Lilly.

— Só há uma diferença de 10 anos entre nós. Existem muitas pessoas por aí com diferenças de idade maiores do que a minha. — respondeu o homem irritado.

— Sim, sim, sim... As pessoas apaixonadas não se preocupam com coisas triviais assim.— disse a mulher enquanto rolava seus olhos preguiçosamente. — Ah, sim, agora estou realmente intrigada sobre como foi o primeiro encontro de vocês.— perguntou Lilly, endireitando seu corpo de curiosidade.

O homem sorriu, mostrando um sorriso que raramente deixava escapar.

— Foi naquele momento...

Flashback

Aconteceu quando o homem estava voltando do trabalho, se sentindo cansado pela rotina do dia e pela quantidade de documentos que tinha que assinar, então ele dirigiu seu carro bem devagar.

Quando parou em um semáforo vermelho, ele viu um grupo de crianças atravessando a rua, liderado por uma jovem. No começo, ele não prestou muita atenção e apenas deu uma olhada. Embora tenha sido atraído pelo sorriso de Laura, ele rapidamente desviou o olhar.

Continuou seu caminho de volta para casa, mas como estava com sede, decidiu fazer uma breve parada em uma loja de conveniência. O homem saiu do carro e entrou na loja depois de trancar a porta. Dentro da loja, pegou uma bebida refrigerante e foi diretamente ao caixa para pagar. Mas ao chegar para pagar, percebeu que esquecera sua carteira que tinha deixado no seu casaco.

— Oh não... Onde está minha carteira! — murmurou enquanto revirava todos os seus bolsos, enquanto a atendente ainda o observava atentamente.

Naquele momento, entrou Laura, com a intenção de pagar sua conta. Enquanto as crianças do orfanato esperavam do lado de fora, calmas e bem-educadas. Laura, que estava atrás do homem, aguardou enquanto ocasionalmente olhava para fora.

— Hmm... Eu vou procurar minha carteira. — disse o homem, virando-se para trás. Ele ficou surpreso ao descobrir que alguém estava na fila atrás dele. — Você se importa de esperar um momento?

O homem perguntou a Laura, que estava concentrada olhando para fora, e ela imediatamente virou a cabeça.

— Está tudo bem, senhor? — perguntou Laura com um sorriso leve.

— Um... hm, eu esqueci minha carteira. Você pode esperar um momento enquanto eu pego? — perguntou o homem novamente.

— Não vou demorar muito.— pensou Laura.

Ela olhou para os itens que o homem comprou no balcão. Então sorriu e deu um passo à frente.

— Não se preocupe, senhor, vou pagar o meu e o seu também.— disse Laura ao atendente.

— Eh, não precisa. Eu posso pagar. — disse o homem recusando.

— Não tem problema, senhor. Apenas uma lata de refrigerante, não vai me deixar sem dinheiro. — respondeu Laura sorrindo.

O homem estava realmente cativado por esse sorriso, Laura entregou o dinheiro ao caixa.

— Está-tá-tudo bem, eu devolvo lá fora.— disse o homem finalmente.

— Oh, não é necessário, senhor. Se quiser devolver o dinheiro, seria melhor dá-lo a alguém que precise mais.— respondeu Laura, tirando dinheiro para pagar tudo.

— Obrigado, senhorita, volte quando quiser.— disse o caixa, Laura assentiu e foi embora.

— Até mais, senhor! — disse Laura ao homem.

O homem percebeu imediatamente quando Laura saiu da loja. Pegou sua bebida e seguiu a garota para fora.

— Terminei! Agora vamos para o parque! Não era isso que queríamos fazer?

— Sim! — responderam as crianças animadas em uníssono.

Laura as guiou à frente, cantando uma música alegre. O homem apenas observava em silêncio, com um leve sorriso nos lábios. Não sabia o motivo, mas decidiu seguir Laura de trás.

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