Acontece que Jackson quer mandar Emily para um dos quartos dos empregados, lá não tem cama e nem ventilador, o local é pequeno e o banheiro deixa muito a desejar e como Emily acabou de passar por uma cesariana isso é praticamente suicídio ou melhor dizendo, assassinato.
Sem nenhuma paciência, Jackson olhou para Lia e depois para Emily, deu um sorriso de zombaria e disse:
—Isso é problema dela e não meu-disse ele e logo saiu batendo a porta.
Rafaela o seguiu em silêncio, Emily e Lia podia jurar que viram um pequeno sorriso nos lábios de Rafaela, mas nada disseram e continuam ali, no meio da sala, se encarando, talvez quisessem dizer algo, mas no fim ficaram em silêncio.
Emily sentou-se no sofá e ficou olhando para Lia, ela queria fazer um pedido, mas estava muito envergonhada, como se tivesse lido os pensamentos de Emily, Lia sorriu levemente e disse:
—Hora do almoço mocinha, vamos lá-disse Lia e logo foram para a cozinha, lá havia duas cozinheiras, uma legal e muito educada e a outra com cara de quem estava chupando limão.
—Meninas, essa é a Emily, ela é a ama desse bebezinho aqui, espero que todas vocês se deem bem, nós agora somos uma família-disse Lia sorrindo e daí abraçou Emily, claro que aquilo pegou a garota de surpresa, no entanto ela apenas retribuiu o sorriso.
As cozinheiras se apresentaram e logo serviram comida para Emily, Lia segura o menino para que Emily pudesse comer e as outras mulheres começaram a interrogar a jovem mulher faminta.
—Então, de onde você é? Quantos anos você tem? É casada, tem filhos ou algo do tipo?
—Algo do tipo-respondeu Emily sem querer dar corda para aquelas duas fofoqueiras, vendo aquilo, Lia soltou um longo suspiro e disse:
—Vocês nunca mudam, né? Ivone, pare de conversas paralelas e vá limpar um dos quartos dos empregados, procure o melhor dentre eles-disse Lia e daí olhou com pena para Emily.
—Não se preocupe senhora Lia, na verdade eu só preciso ficar longe daquele homem e assim estarei segura-disse Emily tentando não parecer desesperada, mas não conseguiu conter as lágrimas silenciosas que escorrem pelo seu rosto.
Muito comovida e prestes a expressar a sua opinião, Lia sentou-se mais perto de Emily e já ia falar, mas o seu telefone tocou, ela colocou o bebê no colo de Ivone e daí atendeu a chamada:
—Boa tarde senhor Jackson, em que posso ajudá-lo?-perguntou Lia enquanto tentava desesperadamente manter a calma, Jackson nunca fazia ligações e se ligou é porque o assunto é sério.
—Mande colocar uma cama no quarto do Noah, Emily realmente precisa de cuidados também e isso eu deixo sob a sua responsabilidade, mandei algumas pessoas irem até aí levando roupas e acessórios, ajude ela a escolher roupas adequadas, não quero que a ama do meu filho se vista como uma vagabunda-disse Jackson e dai encerrou a chamada deixando Lia completamente desnorteada.
Somente após alguns segundos, foi que Lia processou aquelas informações, ela voltou a sentar perto de Emily e compartilhou a novidade, mas de toda as palavras ditas por Lia, apenas uma coisa chamou a atenção de Emily, o nome da criança.
—A senhora tem certeza que ouviu direito? O nome dele é Noah?-Emily perguntou incrédula.
Acontece que esse seria o nome do bebê de Emily, isso causou um grande alvoroço na cabeça de Emily e ela voltou a lembrar do seu pinguinho de gente, o que Emily não sabe é que isso foi de propósito, Jackson sabe tudo sobre Emily, colocar o mesmo nome seria um jeito de ligar Emily a criança.
Noah foi um sonho, sonhado somente por Jackson e várias vezes ele quis conversar com Renê sobre os possíveis nomes para o bebê, mas Renê dizia que somente após ver o rostinho do seu filho é que ela seria capaz de escolher o nome do bebê, mas aconteceu uma tragédia e a função ficou para Jackson, mas aquela missão perdeu o brilho e por isso ele achou mais fácil copiar Emily.
Lia apenas acenou positivamente e ficou ali olhando fixamente para Emily, quando ela terminou de comer, Emily voltou para o quarto e daí foi dar um banho no Noah, Lia sempre a ajudando a se situar, a casa é estranha, mas Emily precisa se acostumar a essa nova realidade.
A função em si até que é boa, seria uma troca, entre ela e a criança, amor por amor, companhia por companhia, mas por quanto tempo? Haverá pagamento de um salário? Ela será privada de sua liberdade? A cabeça de Emily parecia uma montanha russa, pensamentos ruins vindo e indo sem parar.
Notando o comportamento estranho de Emily, Lia colocou o bebê nos braços de Emily, a ajudou a sentar-se na poltrona no canto esquerdo do quarto, se agachou bem perto dela e falou sinceramente:
—Eu já notei que você está aqui contra a sua vontade, mas veja pelo lado bom, esse rapazinho aqui te ama muito e precisa de você, aqui você está segura e será bem cuidada, eu quero ser a sua amiga, por favor confie em mim-disse Lia enquanto acariciava os cabelos de Emily.
Sem saber o que dizer, Emily apenas sorriu levemente e daí começou a alimentar o bebê, alguns minutos depois Emily enfim deixou que as lágrimas caíssem sem parar, ela olhou para Lia e disse:
—Estando com o Noah no colo eu me sinto bem e um pouco segura, mas na verdade eu tenho medo daquele homem, eu acabei de perder a minha família e só queria poder velar o corpo dos meus amores, mas agora eu não posso, porque eu fui sequestrada por aquele monstro, um ogro que não sabe respeitar uma mulher-disse Emily enquanto olhava fixamente para o bebê em seus braços, ele é tão lindo que Emily até esquece o inferno que está vivendo.
Ouvindo aquelas palavras, Lia apenas deu um meio sorriso, já imaginando o comportamento de Emily daqui a alguns meses, “isso ainda vai se transformar em amor", pensou Lia e logo saiu sorrindo.
Quando Noah dormiu, Emily o colocou no berço e foi procurar algo que ela pudesse vestir após o banho, no guarda-roupa de Noah tinha algumas roupas femininas e até produtos de higiene pessoal feminina.
—Isso é muito triste, a mamãe do Noah também estava com tudo preparado e no entanto também se foi de repente- Emily disse a si mesma enquanto se esforçava para não chorar.
Jackson e Emily são de mundos diferentes, mas ambos tem algo em comum, a perda do amor de suas vidas.
Tentando sair daquela melancolia sufocante, Emily foi tomar um banho, lavou os seus longos cabelos e ficou embaixo do chuveiro por pelo menos 20 minutos, ela chorou muito, ela queria que toda a sua dor descesse pelo ralo, restando apenas uma mulher forte e disposta a lutar pela sua liberdade.
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Atualizado até capítulo 77
Comments
Maria Da Guia Lima
eu também acho que não morreu esse bebê e o dela
2024-03-31
5
Fátima Vieira
Que história envolvente estou adorando essa história eu acho que o bebê de Emily não morreu 🤔🤔🤔
2024-03-21
2
Marcia Rosanova
EU ADOOOOORO LER AMIGA!!!!
2024-02-27
6