Vendo aquela jovem em apuros e praticamente diante da morte, a enfermeira, que atende pelo nome de Cecília, se aproximou de Emily e logo falou:
—Vamos senhora Emily, esse bebê não é o seu filho, infelizmente o seu bebê está morto e tudo que você pode fazer é seguir em frente, venha comigo, eu vou contar como tudo aconteceu, é triste e muito desesperador eu sei, mas você precisa ser forte.
Cecília continua a falar pelos cotovelos e algum tempo depois enfim ela conseguiu convencer Emily a sair dali, Cecília segurou em seu braço e juntas saíram dali, após dar alguns passos, Emily parou e com olhos lacrimejando ela olhou para Jackson e logo falou:
—Moço, coloque o bebê para arrotar, não queremos que ele passe mal-disse ela e logo sumiu do campo de visão de Jackson.
—Pensei que aquela mulher sairia daqui em um saco preto-cochichou um dos seguranças, enquanto soltava um longo suspiro de alívio, ele conhece Jackson há anos e nunca viu alguém tirar a paciência dele e sair com vida.
Meio desengonçado, Jackson colocou o seu filho deitado com a cabecinha em seu ombro e deu leves tapinhas e quando a criança arrotou, ele colocou o bebê no colo de Rafaela e logo foi resolver as questões da liberação do corpo de Renê.
Estando com aquele bebê no colo, Rafaela fez cara de nojo e logo falou baixinho:
—Eu acabei de tomar banho e usei o meu melhor perfume e daí tenho que pegar no colo essa coisa babona, aff que ódio-disse ela enquanto se esforçava para não chorar de raiva.
Rafaela tem 22 anos, ela é a única parente de Jackson, uma riquinha mimada que não suporta crianças e não faz questão de esconder esse seu lado cruel, sem nenhuma paciência, Rafaela entregou o bebê a Ben, um dos seguranças, e logo foi fazer algumas ligações, Renê era da alta sociedade e a sua família são pessoas poderosas, então a conversar com eles não será muito fácil.
Ao longe, Cecília observa tudo, ela ficou triste de repente, porquê no quarto estava Emily, chorando muito pela perda do seu filho e já aquelas pessoas apenas jogava aquele bebê de mão em mão.
—Senhor Jesus, ajude aquela pobre mulher-Cecilia clamou baixinho e logo foi para o quarto de Emily, ela estava fisicamente bem, mas o seu psicológico estava muito abalado e isso deixou a jovem enfermeira bastante preocupada.
Ao chegar no quarto, Cecília viu Emily parada bem próximo a janela, o seu semblante era triste e olhar sem vida, isso fez a enfermeira deixar escapar algumas lágrimas, ela limpou o rosto rapidamente, temperou a garganta e disse:
—Eu fui na recepção e lá me disseram que a senhora não deve mais nada, a conta do hospital foi paga pelo condutor do outro veículo envolvido no acidente, agora a senhora pode descansar, daqui a pouco o Sol vai nascer e aí será um outro dia, e junto com ele surge a esperança de dias melhores-disse ela e daí segurou na mão de Emily, querendo que ela fosse se deitar, mas Emily não se mexeu.
Acontece que Emily mandou Cecília ir perguntar sobre a conta do hospital, esse lugar é enorme e bem luxuoso e com certeza uma diária é muito cara e Emily teria que vender um rim para pagar a conta e por isso ela quis saber a real situação.
—Entendi, mas será se você poderia me dizer o nome do outro condutor do veículo?
“Quero gravar o nome dele em minha memória e talvez um dia eu possa me vingar, ele destruiu a minha vida, então eu também preciso retribuir”, Emily completou mentalmente enquanto olhava fixamente para Cecília.
—Me desculpe, mas nisso eu não posso te ajudar, agora eu preciso ir, amanhã de manhã o médico vem te examinar e se estiver tudo bem você pode ir para casa, com licença-disse Cecília e logo saiu do quarto deixando Emily sozinha.
Ela sentou-se na cama, cobriu o seu rosto com as mãos e chorou muito, ela estava cansada, por meses a fio, na companhia do marido, Emily trabalhou muito, de domingo a domingo e achou que merecia um final feliz, mas do nada tudo mudou, ela perdeu a família e também a vontade de viver.
—Eu acho que agora, mais do que nunca, eu realmente precisava de um abraço de vocês-Emily disse a si mesma enquanto segurava a medalha do seu colar, é em formato de coração, tem a foto de um casal bonito, eram os pais de Emily, havia também algumas palavras escritas, mas estão em uma língua que Emily não consegue decifrar e por isso aquele colar é só mais uma recordação de sua família.
Com muita dificuldade, Emily deitou-se na cama planejando dormir, ao fechar os olhos, ela viu um lindo bebezinho nos braços de um belo homem, ele sorriu levemente para ela e com isso Emily ficou muito envergonhada, naquele devaneio, Emily e Jackson parecem estar felizes e essa alegria vinha daquele pequeno bebê.
Assustada, Emily abriu os olhos rapidamente, ela parece meio desnorteada, era como se ela estivesse sonhando acordada e isso deixou Emily a beira de um infarto.
—Acho que eu preciso dormir urgentemente e também aceitar a minha derrota, eu perdi os meus amores, mas não a minha vida, eu estou voltando para casa, difícil e muito doloroso, mas é o correto-disse Emily e daí tentou dormir.
Ela não queria voltar para o Brasil, mas o que ela podia fazer se ela não tem nem mesmo um conhecido que possa lhe ajudar com um emprego ou mesmo um prato de comida?
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Atualizado até capítulo 77
Comments
Nadia Lima
É uma dor imensa, esperar um filho, ama- lo e não o ver crescer, é terrível, passei por isso.
2024-11-26
1
Maryan Carla Matos Pinto
perder um filho deve ser uma dor inexplicável
2024-11-16
0
Crazymoon
cara, a dor que ela tá sentindo deve ser insuportável... deve não, é insuportável...
2024-11-02
0