OH MENINO CHORÃO

...

Já de manhã quando Jackson resolveu tudo e já ia voltar para casa, ao se aproximar do local aonde havia deixado o seu filho, Jackson cuidou em tampar os ouvidos, pois o pequeno rapazinho estava fazendo um grande alvoroço, os seguranças já estavam prestes a chorar junto com o menino, já Rafaela há tempos que já tinha ido embora.

—Oh menino chorão-disse Jackson enquanto revirava os olhos de pura irritação.

Ele se afastou da criança e foi fazer uma ligação, ele queria saber quem era aquela mulher que conseguiu fazer o seu filho parar de chorar, ele encomendou o serviço e já estava planejando ir embora, mas nesse momento o estreito corredor foi invadido pela família Campelo.

A mãe de Renê, se aproximou de Jackson e disse:

—Como você pôde ser tão inconsequente? A minha filha está morta por sua causa e enquanto eu viver você jamais será feliz-Ameçou Izabel, ela parece transtornada e com certeza esqueceu quem é o homem a sua frente.

Jackson não disse nada, apenas deu uma olhada mortal para o senhor Jonas, o pai de Renê, ele queria que o mais velho fizesse aquela mulher calar a matraca, Jonas entendeu o recado e logo falou:

—Fique calma querida, eu tenho certeza de que o senhor Jackson não teve culpa de nada, venha, vamos ver o nosso netinho-disse Jonas e logo saiu puxando Izabel na direção do bebê, ele ainda estava no colo de Ben e ainda chorava muito, mas mesmo assim, Izabel pegou o bebê, beijou a sua testa e o abraçou levemente dizendo:

—A mamãe se foi, mas a vovó vai cuidar de você-disse Izabel e continuou a ninar aquele rapazinho nervoso, mas ela também perdeu a paciência, entregou a criança a Jonas e logo saiu, querendo vê o corpo de sua filha.

—O que ele tem? Ele é doente?-perguntou Jonas enquanto tentava fazer a criança parar de chorar.

—Só é fome mesmo senhor Jonas, é que esse moço aí não mama em qualquer pessoa, o leite é selecionado e pelo visto o colo também é-disse Ben enquanto esboçava um pequeno sorriso.

Ele é casado e tem dois filhos, mas essa é a primeira vez que ele viu uma criança tão chorona, por isso Ben estava um pouco apreensivo.

Ouvindo aquelas palavras, Jonas soltou um longo suspiro e daí caminhou na direção de Jackson e entregou a criança a ele e logo saiu a procura de sua esposa.

Nessa hora, Jackson chamou os seguranças e logo caminharam na direção da saída, a cada passo dado era um grito do bebê, claro que aquilo chamou a atenção das pessoas e logo um médico veio até eles e pediu para examinar a criança, mas tudo estava aparentemente bem, então por que essa criança não para de chorar? Todos se perguntavam a mesma coisa e ninguém sabia explicar.

Já muito irritado com a choradeira do menino, Jackson mandou providenciar chupetas e mamadeiras de vários tipos e tamanhos, enquanto os seguranças foram comprar tudo que o bebê precisa, Jackson ficou no carro, as portas estavam fechadas e choro do bebê ecoava no ambiente e por um momento Jackson pensou em deixá-lo ali e ir embora.

Muito agoniado, Jackson saiu do carro e pôs-se a andar de lado para outro tentando fazer a criança calar a boca, volta e meia, algumas mulheres se aproximaram, querendo ajudar, mas o menino também não quis o colo delas.

De repente Jackson viu a mulher que havia alimentado o seu filho durante a madrugada, ela caminhava lentamente e parecia um pouco debilitada, mas estava muito bonita, os seus longos cabelos pretos estavam amarrados em um rabo de cavalo, a sua roupa era branca tal como de uma enfermeira, mas Jackson sabia que aquela roupa não era dela, pois ficava meio frouxa e isso a deixava um pouco engraçada.

Jackson olhou para o seu filho e depois para aquela mulher prestes a sumir em meio à multidão e logo tomou uma decisão.

—Ela cuidará do meu filho e em troca a deixarei viver-ele resmungou para si mesmo e logo fez uma ligação, ele mandou que os seguranças a levassem para sua casa, sem cautela ou respeito, Jackson só quer rapidez no serviço.

Logo os outros seguranças chegaram e eles enfim puderam ir para a mansão da família Salvatore, durante o trajeto, Jackson tentou de várias formas, mas não conseguiu fazer aquela criança parar de chorar.

—Bem que eu avisei para a Renê não comer muita pimenta, agora eu estou pagando o preço, inferno- Jackson resmungou para si mesmo enquanto lembrava de sua esposa.

As pessoas dizem que consumir muita pimenta na gravidez, faz com que a criança nasça chorona e pelo visto isso é verdade e por isso Jackson estava muito irritado.

Logo o carro parou bem em frente a porta principal da mansão de Jackson, ele mandou chamar a Lia, a governanta, entregou o menino a ela e disse:

—Pelo amor de Deus tira esse menino da minha frente, dê um banho nele o faça calar a boca, eu só preciso descansar um pouco.

—Aonde está a senhora Renê?-Perguntou Lia sem saber que acabara de jogar sal na ferida de Jackson.

—Fale menos e faça mais- disse Jackson zangado e logo subiu as escadas correndo, mas ele não teve tempo de entrar no quarto, pois recebeu uma ligação importante e logo saiu apressado.

Vendo o patrão sair daquele jeito, Lia soltou um longo suspiro e daí  foi para a cozinha, ela achou que o menino estivesse  com dor de barriga e por isso não parava de chorar, então ela precisava fazer um remédio para o bebê.

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