Capítulo 18

...Mardel:...

Tudo era um caos.

Naquele momento, a única coisa em que eu conseguia pensar era em mantê-los seguros.

Mardel: Eu vou ficar bem e conseguirei escapar quando me propuser a isso, mas, para quando isso acontecer, quero vocês longe, fora deste país, quero que vão para os Estados Unidos, os dois. Dom Tomas, eu sei que sua vida está aqui, mas, no dia em que eu escapar dele, não quero que esteja na mira dele, então vá com seu filho. Depois, eu irei. Se ele quer que eu me case com ele, que seja, mas, no dia seguinte, vocês vão, ok?

Tomas: Filho, mas eu não tenho muito dinheiro, minhas economias foram todas com a faculdade deste rapaz. Nós dois juntos gastaríamos mais dinheiro do que temos. Que ele vá. Se ele estiver bem, eu também estarei. Já estou velho, já vivi minha vida, então não importa o que aconteça comigo, mas ele que vá.

Mardel: Não, eu tenho algumas economias. Peguem-nas e vão.

Digo determinado.

Mark: Não podemos. Essas são suas economias, rapaz.

Mardel: Vão, por favor. Eu irei depois. Podem pegar minhas economias para se instalarem e abrirem um pequeno negócio, sei lá. Estarei quebrado quando chegar e precisarei de vocês. Além do mais, são como minha família, não posso perdê-los.

Digo, abraçando-os.

Dom Tomas: Então, amanhã, não estará sozinho nesse casamento.

Mark: Sim, eu sou seu irmão. Não quero que se case assim. Podemos encontrar uma maneira de sair dessa.

Mardel: Por favor, não quero que nada aconteça com vocês e precisam saber que, enquanto estiverem longe daqui, poderei escapar a qualquer momento.

Dom Tomas: Bom, está bem, filho. Então amanhã iremos com você. Não estará sozinho.

Mardel: Obrigado.

Depois disso, decidimos ir ao shopping, onde comprei roupa branca. É, se ele vai me obrigar a casar, que saiba que não será como ele quer, será como eu disser.

Depois disso, voltamos para casa e fomos à boate. Eu tinha que ir aproveitar meu último dia de trabalho, porque duvido que ele me deixe trabalhar. Bebi muito álcool, tudo o que me ofereceram, inclusive aceitei passar a noite com duas mulheres, elas me pediram um ménage e eu fiquei encantado em dar a elas. O problema foi que, quando saí do meu turno, elas não estavam mais lá.

Foi decepcionante.

Mas tudo bem, acordei às 9h30.

Droga!

Dom Tomas: Meninos, acordem! Temos um casamento em meia hora.

Aaa!

Não queria me arrumar muito, mas o que posso dizer? Sou um cara que não gosta de estar mal vestido nem sujo, então tomei um banho rápido, me vesti e saí.

Dom Tomas: Tem certeza de que vai vestido assim?

Mardel: O que tem a minha roupa? Ele disse para ser de branco, nunca disse que queria um terno caro.

Mark: É verdade, ele não especificou.

Ele solta um suspiro e saímos.

Depois de um tempo, chegamos ao local. Como devem saber, devemos ter chegado umas duas horas atrasados, mais ou menos.

O local para onde fomos foi a mansão de onde saí há quatro dias. Uma empregada nos olhava de cima a baixo, mas não disse nada, apenas nos guiou até o jardim, onde tudo estava preparado para um casamento elegante.

Ricos.

Havia convidados, tudo estava muito bonito. Não posso negar que o cara tem bom gosto. Ele me olhou e ficou pálido, mas ainda assim engoliu todo o seu orgulho e se posicionou na frente, onde deveria ser o altar onde a cerimônia aconteceria. Havia um homem ao lado dele, que presumo ser o celebrante.

Dom Tomas segura meu braço e me guia até o altar. Mark caminha ao nosso lado.

Tomas: Se você tocar em um fio de cabelo dele, vai se arrepender.

Alessandro: Não se preocupe, ele será meu marido e eu cuidarei dele com a minha vida.

Eu sabia que ele estava tentando conter sua raiva, apenas ri por dentro. Havia muitas pessoas vestidas com trajes elegantes e tudo mais, eu estava muito deslocado, mas quem mandou ele querer me colocar em ridículo? Só ele mesmo.

Sinto muito, não sou adivinho.

A cerimônia começa.

Juiz: Estamos todos aqui reunidos para unir em matrimônio este homem e seu parceiro. Vieram aqui por vontade própria ou foram obrigados?

Mardel: Na verdade, eu fui o...

Ele me olhou com os olhos quase saltando das órbitas.

Mardel: Sim, vim por vontade própria.

Alessandro: É isso mesmo, viemos por nossa própria vontade e completamente apaixonados.

Ele me pega pelas mãos.

Não sei, mas em certa parte, meu lobo estava se revirando de felicidade dentro de mim.

Bom, se esse cara se comportar bem, talvez eu não precise escapar.

Juiz: Bom, podem dizer os votos que prepararam. Se quiserem trocar as alianças também, a palavra é sua, Sr. Alessandro.

Alessandro: Mardel, eu te amo. Quero que saiba que sempre estarei ao seu lado, nos bons e maus momentos. Vou te proteger e te ser fiel até que a morte nos separe.

Essas palavras podem ter sido mentiras, mas mesmo assim mexeram comigo. Talvez seja apenas o resultado da falta de amor que recebi na vida. Mesmo assim, não devo confiar, pois ele não se apresentou para mim de uma boa maneira. Tudo isso foi por ameaças. Além disso, ele é humano, ele não sente nossa conexão, ou sente?

Juiz: Jovem, e você?

Mardel: Ah, bem, eu não pude preparar nada. Alessandro, prometo tratá-lo como você me tratar, prometo te dar o amor que você me der, prometo estar ao seu lado enquanto você me respeitar.

Talvez não fossem os votos que ele esperava, mas se ele me tratar bem e me respeitar, talvez o amor venha. Meu lobo está feliz com ele, então vou tentar amá-lo como ele merece, se é que ele merece. Seu cheiro me encanta.

Juiz: Bom, podem colocar as alianças.

Um homem se aproxima com uma almofada e nela há duas alianças de casamento. Não posso negar que meu coração está batendo como um louco.

Ele pega minha mão e coloca a aliança.

Alessandro: Aceite esta aliança como símbolo de amor e fidelidade. Prometo amá-lo e respeitá-lo até que a morte nos separe.

Mardel: Aceite esta aliança como símbolo da minha fidelidade. Prometo respeitá-lo até que a morte nos separe.

Coloquei o anel.

Talvez não fosse o que ele queria, mas mesmo assim era tudo o que eu podia dizer.

Por um breve momento, pude ver um traço de tristeza que rapidamente se dissipou.

Juiz: Podem assinar.

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