O médico fez um sinal para sua assistente, que trouxe uma cadeira de rodas para ele se sentar.
— Senhor Moretti, vamos parar por hoje, é hora de descansar, relaxe um pouco suas pernas.
Aquela pequena passarela de três metros demorou muito para ser feita, ele se sentou, deixando o suor escorrer em seu rosto, a sensação que ele tinha era de que não estavam tendo progressos.
— Qual foram os resultados? — perguntou ainda ofegante.
— Comparado com a última vez, nada mudou.
O médico olhou para a expressão que Enrico fez e tentou acrescentar algumas palavras.
— Sua recuperação não é impossível, a reabilitação é um processo árduo, e os resultados vêm com o tempo, e não regredir é o maior progresso, senhor Enrico, você…
— Chega, eu já sei.
Enrico o parou com uma voz profunda, enquanto olhava para suas pernas, sentia todo seu corpo envolvido por uma escuridão. O ar daquela sala parecia ter congelado, ninguém naquela sala ousava dizer nada, todos estavam com medo de tocar em algum ponto sensível, e pagar as consequências por sua imprudência.
Todos esperaram até que algum tempo depois, Enrico disse mais algumas palavras.
— Doutor, é isso por hoje, o senhor e sua equipe estão dispensados — sua voz saiu rouca.
A expressão de alívio era inevitável no rosto daqueles profissionais, eles arrumaram suas coisas e saíram rápido daquela sala, somente depois que todos saíram, foi que ele falou com Natanael, que ainda estava em pé, próximo a ele.
— Como foi na casa dos Rossi?
— Tudo correu bem senhor, o Meng sabe lutar, então eles não ousaram impedir que pegássemos as coisas, nós entramos e pegamos o que foi pedido e já entreguei para o senhor Igor.
Enrico ouviu tudo e pareceu se lembrar de algo.
— De quem é a foto que ele pediu para trazer?
— É de uma mulher e duas crianças, fiquei com medo de violar a privacidade do senhor Igor, por isso não tirei uma foto como prova.
— Deve ser a senhora Beatrice com seus dois filhos, antes de morrer — foi a vez de Odete acrescentar aquela informação.
Enrico ficou em silêncio por alguns segundos, antes de dar algumas ordens para seu assistente.
— Natanael, volte para a empresa e verifique quais são os documentos que precisam de minha aprovação pessoal, eu cuidarei deles a noite.
— Sim, senhor, vou prepará-los imediatamente.
A porta da sala de treinamento se fechou, ficando apenas Enrico e Odete naquela sala, e ela precisava fazer uma pergunta sincera para ele.
— Senhor, está mesmo pensando em se casar com o senhor Igor? Como ele aceitou tão prontamente esse casamento?
— É falso — suspirou, parecendo ter um certo pesar — É apenas um acordo entre nós.
A governanta pareceu pensativa por alguns instantes, e uma certa complicação apareceu em seu olhar.
— Senhor, por que está fazendo isso? Ele por acaso sabe que você…
— Não sabe e não precisa saber — Enrico interrompeu as palavras de Odete, deixando aquela atmosfera quase congelante. Enrico enxugou o suor com a toalha, tentando cobrir um pouco da hostilidade que surgiu com aquele assunto.
— Odete, não precisa me tratar como uma boa pessoa, sabe bem que o que não consigo, não suporto ver outras pessoas conseguirem, eu tenho que amarrar o que eu quero por todos os meios.
Mesmo que aquele casamento fosse um acordo, era melhor do que nada do começo ao fim.
— Onde ele está agora?
— Está descansando no quarto desde o almoço, e não saiu. O senhor Igor parece ser uma pessoa bem adaptável.
— Ele está acostumado a ser jogado fora como lixo pela família Rossi, desde criança — demonstrou uma certa insatisfação e infelicidade na voz.
— Vou tomar banho, vá até o quarto dele e o chame, se ele estiver descansado o suficiente, diga que é para sair conosco às quatro da tarde.
— Sim senhor.
Igor havia acabado de acordar, quando ouviu alguém bater na porta, o cansaço pelo sonho da noite anterior e o peso do fuso horário, tinham sidos colocados no lugar, ele prontamente aceitou o convide da governanta, avisou que tomaria um banho e desceria, terminou seu banho, se vestiu e desceu para encontrar com os outros.
O carro era o mesmo daquela manhã, Enrico já estava lá dentro a sua espera, ele vestia uma camisa azul escura, quando Igor se aproximou, olhou para suas próprias roupas, vendo que ele também estava com uma camisa azul escura e aquilo o deixou feliz e ele não perdeu tempo.
— Senhor Enrico, não sabia que iríamos sair com roupa de casal, acho que estamos mesmo com uma boa conexão — tocou o lóbulo da orelha — Veja, aqui também.
Enrico seguiu com seu olhar em direção ao seu dedo, ele mostrava um brinco azul-escuro. Igor parecia gostar de coisas estampadas e coloridas, sua camisa estava com a gola aberta, que revelava sua pele macia e sua clavícula escondida sob o tecido, sempre que fazia determinados movimentos.
O cabelo comprido estava levemente encaracolado, usava um brinco que raramente se via homens usando, suas roupas condiziam com sua personalidade, descontroladamente atraentes, chamando a atenção das pessoas que o vissem.
Enrico empurrou a armação do óculos após o observar, em seguida deu a ordem.
— Peterson, dirija.
— Sim senhor.
Igor olhou para frente, vendo que quem dirigia era o guarda costa Peterson Meng, Natanael não estava, no outro banco estava Odete e ele ficou curioso.
— Onde estamos indo? — não tinha nenhum nervosismo, apenas curiosidade — Não me diga que preparou mesmo um banquete de casamento, se for isso, não estou vestido de forma apropriada.
— Não — uma simples resposta, sem muitas explicações — Você saberá quando chegarmos.
Como sempre a personalidade misteriosa de seu futuro marido reinava novamente, ele apenas queria entender um pouco, do porquê Enrico parecia tão fechado e arredio, não sabia se conseguiria ultrapassar aquela barreira que tinha envolta de si.
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Atualizado até capítulo 140
Comments
Giovanna
contaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
2025-03-12
0
É isso ai!!!
Oh muié!! conta!!!!!
2025-01-22
0
nyh_itz
Muié conta o que é pelo amor de Deus. eu sou curiosa, não posso morrer agora por curiosidade não
2024-11-24
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