Na sala de jantar, os funcionários que antes falavam mal dele pelas costas apareceram, todos estavam sem graça e desconfiados, Igor ainda olhava para eles com um olhar nada agradável, até alguém entrar naquela sala, quebrando a atmosfera estranha que estava naquele lugar.
— Pai, esta canja eu mesma preparei, coloquei alguns ingredientes bons para a saúde, espero que goste.
Uma mulher bela e elegante veio trazendo uma travessa com a canja, sua fala era amável e atenciosa, ela colocou na mesa e serviu de imediato o mais velho, enquanto Igor apenas apreciava o teatro.
— Aqui, por favor, experimente, tome cuidado que está bem quente — o serviu.
Igor ergueu a taça de vinho, bebendo um pouco e observando as atitudes daquela mulher, ela era Andrea, sua madrasta, menos de um ano após a morte de sua mãe, seu pai a levou para casa, posteriormente ele ficou sabendo por algumas fofocas, que ela era o primeiro amor de Roberto.
A história que ele ouviu era que as duas famílias eram inadequadas para se unirem naquele matrimônio, então eles tiveram que se separar, depois de sua mãe morrer devido a uma doença, a paixão entre eles renasceu e conseguiram ficar juntos.
Quando Andrea entrou na família, ela trouxe consigo seu filho de sete anos, fruto do casamento com seu ex-marido, pela lógica, o velho Francesco não concordaria com aquilo, mas ninguém sabia quais teriam sido os truques usados por ela para conseguir aquela façanha.
Após tantos anos, ela tinha se tornado a verdadeira esposa daquela casa, o filho que ela teve com seu ex-marido, passou a ser chamado de terceiro filho da família Rossi.
Igor pensava em tudo aquilo e achava irônico, eles deixaram uma criança do mesmo sangue sozinha em outro país, enquanto a outra foi criada como um dos filhos daquela família e até recebeu aquele título, ele estreitou os olhos e em seguida ouviu o velho na cadeira principal o questionando.
— Igor, você se formou já faz três anos, ainda vai continuar brincando no exterior?
Aquele tom de voz não tinha nenhuma afeição, nem carinho, era mais como se ele fosse um incômodo naquela casa, mas aquele tom também parecia indicar que uma tempestade se aproximava, Igor fingiu não perceber, balançou sua taça e respondeu de uma forma despreocupada.
— Na verdade, está ótimo no exterior, eu estou…
Como esperado, Francesco interrompeu o que ele falava, usando o mesmo tom.
— O que tem de bom nisso? Acho que sua vida de membro dessa família está muito fácil, você já tem vinte e quatro ou vinte e cinco anos, o que mais você faz além de gastar dinheiro? Você simplesmente não sabe ajudar nas responsabilidades da família.
Igor estava incrédulo diante daquelas acusações infundadas, a dois anos ele voltou e se ofereceu para ajudar com a empresa, mas ele foi ignorado, as palavras de seu avô foram: "Você acabou de se formar, o que sabe? Não se incomode, pode ir embora” ele foi dispensado dessa forma, como poderia ser culpa dele?
Ninguém falou nada e a atmosfera na mesa de jantar ficou congelante, o olhar de Roberto passou do avô para o neto, mesmo hesitando, ele se levantou e pegou um pedaço de peixe, servindo seu filho.
— Igor, seu avô está falando para seu próprio bem, você passou muito tempo no exterior, nós os mais velhos não estamos à vontade com isso, aqui, coma um pedaço de peixe, eu lembro que você gostava bastante de peixe quando era criança — tentou amenizar aquele clima.
A preocupação há muito perdida de seu pai era para ter feito o coração de Igor aquecer, mas era uma pena que as ações e palavras de Roberto em demonstrar ser um “bom pai” não era nada natural e Igor já tinha passado da idade de precisar daquele tipo de amor paternal.
Igor olhou para o peixe em seu prato, deu um leve sorriso e respondeu.
— Pai, quando eu tinha oito anos, eu me engasguei com uma espinha de peixe, a babá não estava lá, o senhor e a tia estavam em um encontro, eu chorei muito, mas nenhum dos empregados veio me ajudar, eu fiquei traumatizado com isso, hoje em dia eu não como mais peixe, o senhor não sabia?
Roberto ficou sem reação diante do que seu filho falou, como ele não se lembrava desse episódio? Ele tentou amenizar aquele constrangimento entre seu pai e o filho, mas acabou entrando em outra situação embaraçosa. Roberto sentia que talvez por não passar tanto tempo com seu filho, não o conhecia tão bem, naquele momento mesmo, sentia um certo sarcasmo na forma com que seu filho falou, como se o criticasse por não ser um bom pai.
Vendo que a atmosfera estava estranha novamente, Andrea olhou para seu marido fazendo um sinal, como se houvesse algo importante a ser dito, Igor olhou para seu avô que ainda tinha uma expressão carrancuda, tentando entender aquela situação.
Igor havia voltado para casa a pedido do seu pai, que alegou que a saúde de Francesco não estava nada boa, e ele como sendo seu neto deveria voltar rápido, mas olhando bem para seu avô e para aquela situação, percebeu que era uma desculpa para tentar persuadi-lo a voltar para o país.
— Vovô, se tem algo a me dizer, apenas diga.
Igor aprendeu a ser direto enquanto morava no exterior, não gostava de rodeios e preferia que eles dissessem de uma vez o que estava acontecendo. Andrea, ao ouvir o que ele tinha falado, viu uma deixa para explicar.
— A verdade é que a empresa investiu em um projeto a algum tempo atrás, mas houve uma perda grande no capital investido, se nossa família não encontrar uma solução, nós poderemos… — hesitou em dizer falência na frente do velho — Nós já negociamos com a família Moretti, desde que você se case com o filho mais novo da família, eles vão…
Igor se levantou de uma vez, entendeu naquele momento qual era a urgência para seu retorno, sua família queria o usar como moeda de troca.
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Atualizado até capítulo 140
Comments
Giovanna
é isso aí mesmo jogue na cara
2025-03-09
0
Giovanna
casa o seu filho sua mocreia desalmada nojenta
2025-03-09
1
Ceci
é você não foi um bom pai entendeu! kkkkk meu Deus cara /Facepalm//Grievance/
2024-12-03
1