capítulo 16

olho no meu relógio de ouro impaciente. essa patricinha idiota tá demorando tomo um gole do meu champanhe observando as pessoas ao meu redor estou em um dos restaurantes mais chiques do rio de janeiro uma mulher refinada como eu não deve frequentar qualquer espelunca. eu nasci em uma família rica tive tudo do bom e do melhor até meu pai falir. então eu tive que me casar com Rodolfo um homem sem graça e imbecil. quando conheci sua família eu me apaixonei por Vicente seu sobrinho que tinha 17 anos na época. eu tentei esquecer esse amor impossível mas não consegui. toda vez que ele aparecia com uma namorada meu coração se quebrava.

mas agora Vicente é um adulto lindo e independente é só eu me livrar do Rodolfo para ficar com o meu homem. mas uma vadia se meteu entre a gente.

Helena uma faxineira pobre e sem educação.

eu pensei que ela iria ser mais um caso passageiro de Vicente mas me enganei ele tá mesmo gostando daquela preta vagabunda.

mas se depender de mim a história deles não vai ter um final feliz!

sou interrompida dos meus pensamentos com a voz insuportável de Sandra Regina.

- fiquei tão feliz que você me chamou pra almoçar sogrinha.

diz se sentando e eu reviro os olhos.

- eu não sou sua sogra!

digo controlando a vontade de quebrar a minha taça de champanhe em sua cara.

- desculpa mas e que você é uma mãe para o Vicente então...

não deixo ela terminar.

- eu preciso da sua ajuda pra separar o Vicente daquela negrinha ordinária.

vejo curiosidade e surpresa em seus olhos.

- o Vicente tá com outra? mas já.

- sim ela é empregada nova da casa dela. é uma mulherzinha brega e suburbana.

- o Vicente só pode ter perdido o juízo como ele me troca por uma empregada? eu sou rica linda e maravilhosa na cama. essa mulher deve ter feito alguma macumba pra ele.

diz com olhar de indignação e raiva.

- calma querida com a sua ajuda tenho certeza que vamos separar os dois.

digo sorrindo falsamente.

brindamos nossas taças celebrando nossa aliança.

Helena

olho para as crianças indo pra escola os adultos indo trabalhar e os cachorros de rua latindo para os carros. eu quase não dormi e ainda não tomei a minha decisão. eu amo o Vicente mas tenho medo dos obstáculos que teremos de enfrentar a sua tia megera a alta sociedade que não vão aceitar o nosso namoro.

me lembro da minha mãe de como ela era corajosa e não desistia de nada e nem de ninguém.

me levanto da calçada da minha casa já sabendo oque devo fazer pego a minha bolsa e vou pro ponto esperar o ônibus.

(...)

chego no apartamento de Vicente e me deparo com ele na sala com um buquê misto de rosas vermelhas e rosas brancas.

assim que me vê ele abre um lindo e contagiante sorriso.

- finalmente você chegou! são pra você meu amor.

diz me entregando o buquê.

- obrigada são lindas.

digo sentindo o aroma das rosas.

- eu li em algum lugar que rosas vermelhas e rosas brancas são uma maneira de dizer desculpas a quem nos magoamos. eu te amo Helena você é a pessoa mais importante da minha vida eu quero viver pra fazer todos os seus dias especiais e felizes.

diz e eu olho encantada e o beijo com paixão e ternura.

como eu pensei que podia viver sem ele?

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