capítulo 2

sou chamada pra limpar a sala de uma advogada e quando vou em direção ao elevador de serviço percebo que o mesmo tá quebrado.

droga! e agora? não quero subir as escadas vou demorar uma eternidade pra chegar.

penso em solução e a única que acho é ir pelo elevador social.

- é o jeito.

se eu demorar pra limpar a sala da dona Lidiane ela vai reclamar de mim e eu não posso perder esse emprego foi muito difícil de consegui-lo. o salário é bom e faz toda a diferença lá em casa.

vou empurrando meu carrinho em direção ao elevador, espero uma mulher sair e entro no elevador torcendo pra ninguém entrar e me expulsar. mas minhas preces não são atendidas e um homem em um terno sofisticado entra antes do elevador fechar.

merda!

fecho os olhos como se isso me fizesse ficar invisível.

passam alguns minutos e ele não fala nada mas do nada o elevador para.

- porra isso não tá acontecendo.

diz o homem furioso e aperta os botões nervosamente.

não isso definitivamente não tá acontecendo eu tô presa no elevador com um homem que nunca vi na vida...

e eu achando que o meu dia iria ser especial.

- meu deus eu tenho que limpar a sala da dona Lidiane.

digo e aperto todos os botões do elevador.

- funciona, funciona.

suspiro frustrada ao percebe que o elevador continua parado.

- quem é você?

o homem percebe a minha presença e me olha com curiosidade.

minha nossa senhora esse com certeza é o homem mais lindo que eu já vi em toda a minha vida.

o olho fascinada a beleza dele é digna de um deus grego que homão da porra!

- você é faxineira né?

diz olhando pro meu uniforme e pro nome no meu crachá.

- Helena, olha eu não quero ser rude mas oque faz nesse elevador?

o olho com coragem.

- desculpa senhor o elevador de serviço tá quebrado e eu achei que chegaria mas rápido ao meu destino se fosse de elevador e não de escada.

digo nervosa e com medo de levar uma bronca eu trabalho há alguns meses nesse escritório e tem pessoas simpáticas aqui mas também tem gente que se acha melhor que todo mundo só porque tem dinheiro.

- ei, tá tudo bem Helena não precisa pedir desculpas eu acho que elevador de serviço e social uma besteira todo mundo aqui trabalha e precisam usar o elevador.

o encaro encantada esse homem é real? parece aqueles príncipes de conto de fadas.

- obrigada pela compreensão achei que o senhor ia me dá a maior bronca.

- me chamo Vicente de Almeida Prado.

diz estendendo a mão pra mim

Vicente de Almeida Prado? meu deus ele é o dono do escritório!

processo a informação que tô presa com o meu chefe e aperto sua mão.

- Helena dos Santos.

digo e sinto um imenso calor nas pernas ao sentir nossas mãos se tocando meu coração bate tão rápido que tenho medo que Vicente seja capaz de escutar.

- o senhor acha que vão demorar muito pra concertar o elevador?

- espero que não tenho que encontrar um cliente.

diz e me perco nos seus olhos azuis que me lembram o oceano.

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