capítulo 3

eu e Vicente estamos sentados no chão esperando concertarem o elevador.

- tá um calor dos inferno aqui.

digo enquanto me abano.

- eu me sinto em um forno.

diz e pega um envelope em sua maleta e também começa a se abanar.

- o senhor sempre quis ser um advogado? desculpa se eu tô sendo intrometida é que pelo jeito vamos passar um bom tempo aqui. então acho que se conversamos um pouco o tempo vai passar mais rápido.

ele me encara e abre um lindo e rápido sorriso.

- meu pai era um importante advogado criminalista eu sempre quis seguir os passos dele mas infelizmente ele e minha mãe faleceram quando eu ainda estava na faculdade. e desde então eu me esforço ao máximo pra ser tão bom quanto o meu pai era. espero que onde meus pais estejam eles tenham orgulho de mim.

diz emocionado.

- tenho certeza que eles estão muito orgulhosos do grande advogado que o senhor se tornou.

digo e pego na sua mão.

ele me olhar com um olhar enigmático. e eu o olho completamente encantada por esse homem que parece que saiu dos livros de romance que eu gosto de ler.

como eu trabalho aqui alguns meses eu escuto elogios de como o Vicente é um advogado extraordinário.

- me conta mais sobre você faz algum curso ou faculdade?

diz e eu percebo que a minha mão ainda tá tocando a sua.

retiro minha mão da sua

- não eu nunca tive dinheiro pra fazer faculdade sempre trabalhei.

- e não tem vontade de fazer?

- eu não sei. quando eu era criança eu queria fazer as pessoas felizes e fazer do mundo um lugar melhor. mas eu cresci e tive que batalhar pra colocar comida na mesa. sabe eu e minha irmã passamos por muita dificuldade chegamos a comer comida do lixo.

digo e ele me olha com compaixão.

- eu sinto muito. Helena mas e agora você tá precisando de alguma coisa?

- não tá tudo bem isso foi há muito tempo. eu moro com minha irmã minha sobrinha e meu cunhado. todo mundo exceto a minha sobrinha trabalha e o salário que eu ganho ajuda muito.

- fico feliz. já te disseram que você tem um sorriso muito bonito.

diz e eu fico sem graça

- o senhor também.

- para de chamar de senhor me chame de você.

- eu prefiro chamá-lo de senhor já que é meu chefe.

- se essa é a sua vontade eu vou respeitar. sabe Helena eu nunca pensei que ficar preso no elevador fosse tão bom.

- eu também não, eu tava certa que o dia de hoje seria especial.

sorrimos um pro outro e ele acaricia meu rosto suavemente mas nesse momento o elevador abre.

vejo quatro pessoas olhando pra gente e saio de lá correndo sem me despedir de Vicente.

sinto alguém agarrar meu braço com força. olho pra traz e vejo Lidiane uma advogada arrogante que adora humilhar os funcionários.

- você deveria tá arrumando a minha sala menina e não dando em cima do dono do escritório você não tem vergonha nessa sua cara não?

a olho assustada droga eu tô na rua!