Um Pai Para Minha Filha: Uma História Sobre O Que Já Era Antes Mesmo De Ser

Um Pai Para Minha Filha: Uma História Sobre O Que Já Era Antes Mesmo De Ser

A promessa

Helena estava radiante naquela manhã ensolarada de sexta-feira. Ela finalmente havia conseguido passar no vestibular de medicina, algo que ela sonhava desde a adolescência. Com 18 anos recém-completos, ela sentia-se a pessoa mais feliz e realizada do mundo.

Ela saiu da universidade e correu para casa para contar a novidade para a mãe e a irmã, que sempre a apoiaram em seus sonhos. Mas ao chegar em casa, percebeu que algo estava errado. A casa estava silenciosa e não havia ninguém lá dentro. Preocupada, ela começou a procurar por sua mãe e irmã, mas não conseguia encontrá-las em lugar nenhum.

Foi então que ela recebeu a notícia mais trágica de sua vida: sua irmã e mãe haviam morrido em um acidente de carro. E para piorar a situação, sua sobrinha, que nem tinha completado um ano ainda, havia sobrevivido e estava sob seus cuidados.

Helena ficou arrasada. Ela não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo com ela. Mas ela sabia que precisava ser forte pela sobrinha. Então, ela colocou toda a sua vida em espera para cuidar da menina. Ela passou a ser a mãe, a irmã e a amiga da pequena, e mesmo com todas as dificuldades, ela nunca desistiu.

Aquele dia que começou tão feliz, tornou-se o mais triste da vida de Helena. Mas a partir daquele momento, ela prometeu a si mesma que faria de tudo para proporcionar uma vida feliz e saudável para sua sobrinha, mesmo que isso significasse adiar seus próprios sonhos.

...- 3 anos depois -...

Helena: [Entrando no quarto da sobrinha e acendendo a luz] Beatriz, acorda! Estamos atrasadas para a escola e o trabalho.

Beatriz: [Sonolenta] Só mais cinco minutinhos, mamãe.

Já faz um tempo desde que a pequena pediu para lhe chamar de mãe apesar dela sempre ter lhe explicado sobre sua irmã, e ela aceitou, afinal ela era sua mãe mesmo no fim das contas.

Helena: [Suspirando] Desculpe, meu amor, mas não temos tempo para isso. Você precisa se vestir e tomar café da manhã.

Beatriz: [Sentando-se na cama] Tudo bem, mamãe. Eu vou me vestir.

Helena: [Começando a ajudar a filha a se vestir] Rápido, querida. Precisamos sair daqui em 10 minutos.

Beatriz: [Vestindo a roupa e bocejando] Eu estou com sono, mamãe.

Helena: [Colocando os sapatos da filha] Eu sei, meu amor. Mas temos que ir. Eu prometo que você pode dormir mais cedo hoje à noite.

Beatriz: [Suspirando] Tudo bem, mamãe.

Helena: [Pegando a mochila da filha] Pronto, filha. Agora vamos tomar café da manhã.

Beatriz: [Caminhando com a mãe até a cozinha] O que vamos comer, mamãe?

Helena: [Preparando o café da manhã] Vamos ter torradas e suco de laranja.

Beatriz: [Sorrindo] Adoro torradas e suco de laranja.

Helena: [Dando um beijo na filha] Que bom, meu amor. Agora coma rápido para podermos ir.

Beatriz: [Comendo apressadamente] Eu estou com fome, mamãe.

Helena: [Sorrindo] Eu sei, meu amor. Mas agora temos que ir.

Beatriz: [Terminando o café da manhã e pegando a mão da mãe] Vamos, mamãe.

Helena: [Saindo da cozinha e indo em direção à porta da frente] Isso mesmo, filha. Vamos logo.

A escola dela não é tão longe de casa, e as duas começam a andar apressadas, Helena carregando a mochila de beatriz em uma mão e segurando sua mão na outra.

Beatriz: [Caminhando aos tropeços] Eu posso dormir no colinho mamãe?

Helena: [Pegando a filha no colo] Tudo bem, meu amor. Durma um pouco.

Beatriz: [Fechando os olhos] Boa noite, mamãe.

Helena: [Rindo] Boa noite, filha. Mas ainda é bom dia!

15 minutos depois Helena em frente à creche acordou Beatriz e a colocou no chão. Ao entrarem no prédio, foram recebidas pela educadora, que as cumprimentou sorrindo.

Educadora: Bom dia, Helena! Bom dia, Beatriz! Como vocês estão?

Helena: Bom dia! Desculpe o atraso [respondeu Helena, um pouco ofegante] Estamos um pouco atrasadas hoje.

Educadora: Sem problemas, Helena. Vamos lá, Beatriz. Vamos encontrar seus amiguinhos [disse a educadora, pegando na mão da menina.]

Beatriz segurou a mão da educadora e, antes de sair, olhou para trás e acenou para a mãe. Helena acenou de volta, sorrindo, e assistiu enquanto a educadora levava sua filha para a sala de aula. Com um suspiro de alívio, Helena seguiu para a cafeteria onde trabalhava, se preparando para enfrentar o seu dia agitado.

40 minutos depois ela entra na cafeteria onde trabalha e cumprimenta sua amiga que já estava a todo vapor com a cafeteria cheia de clientes esperando para tomar o café da manhã.

Helena: [Entrando ofegante na cafeteria] Desculpe, pessoal! Eu sei que estou atrasada.

Carla: [Sorrindo] Sem problemas, amiga! O importante é que você está aqui agora.

Helena: [Agradecida] Obrigada pela compreensão. Eu estou pronta para começar.

Carla: [Passando-lhe um avental] Vamos lá, então! Temos muitos clientes esperando.

Enquanto Helena trabalha, o gerente chato da cafeteria se aproxima.

Flávio: [Fazendo uma cara de desaprovação] Helena, você está atrasada, veio a pé de novo? Isso não pode continuar acontecendo.

Helena: Desculpe, senhor. Houve um imprevisto.

Flávio: [Criticando] Não quero desculpas. Eu espero que você esteja disposta a fazer horas extras para compensar pelo atraso.

Carla: [Interrompendo] Senhor, não é justo culpar a minha colega. Ela está trabalhando duro para atender aos clientes.

Flávio: [Irritado] Eu sou o gerente e estou dando ordens aqui. Se você não pode seguir as regras, pode procurar outro emprego.

Carla: [Sarcástica] Ok, senhor. Vou procurar outro emprego agora mesmo.

Flávio: [Ficando vermelho] Agora?! Mas você mal começou o turno e a cafeteira está lotada!

Carla: [Fazendo cara de desentendida] Bem se o senhor pedir eu fico…

Flávio: Fique! Err… por favor.

Carla: Como quiser senhor. [Vira-se para Helena e sussurra] Não se preocupe, amiga. Ele é sempre assim.

Flávio sai um pouco confuso e volta para sua sala. Ele nunca foi muito esperto e os funcionários simplesmente não conseguem respeitá-lo. Sinceramente, se ele não fosse irmão de um dos sócios nunca seria gerente.

Helena: [Agradecida pela troca de assunto] Obrigada. Eu vou compensar pelo atraso, eu prometo.

Carla: [Sorrindo] Não se preocupe com isso agora. Vamos nos concentrar em fazer um bom trabalho e atender aos nossos clientes da melhor forma possível.

Helena concorda com a cabeça, grata pela solidariedade da colega de trabalho. Ela tenta esquecer o gerente chato e trabalhar o mais duro possível para compensar pelo seu atraso. Juntos, eles conseguem manter a cafeteria funcionando bem durante o resto do dia, apesar do começo tumultuado. Até que uma visita inesperada aparece.

Maria: [entrando na cafeteria e sorrindo] Olá, pessoal!

Todos: [sorrindo de volta] Olá, Maria!

Helena: [olhando para a dona da cafeteria e sorrindo] Olá, Maria. Que surpresa agradável!

Maria: [caminhando em direção a Helena] Helena, como vai?

Helena: [sorrindo] Estou bem, obrigada. E você?

Maria: [sorrindo] Estou ótima! Só vim dar uma passadinha para ver como anda tudo por aqui e resolver umas pendências com o Flávio.

Helena: [mostrando a cafeteria] Tudo está indo muito bem, obrigada. Os clientes estão gostando do nosso café e dos nossos lanches.

Maria: [olhando ao redor e elogiando] Que bom! E você está fazendo um ótimo trabalho cuidando de tudo como sempre, Helena. Estou muito feliz em ter você aqui na equipe.

Helena: [sorrindo] Obrigada, Maria. Eu também estou muito feliz em trabalhar aqui.

Maria: Bom, vou lá tratar de negócios com o cha… Flávio. [E dá uma piscadinha enquanto vai em direção ao escritório]

Helena só consegue pensar em como é bom ter ela no trabalho, as duas criaram um forte laço nesses anos que Helena trabalhou aqui. Ainda se lembra da noite em que estava desesperada por qualquer emprego com Bia dormindo em seus braços e Maria, sem hesitar a deu um emprego bom na cafeteria.

Desde então ela passou por diversas funções dentro da cafeteria e aprendeu de tudo, até corrige os dados e controle de estoque que o Flávio deixa passar. Ela sabe que Maria confia muito nela para manter tudo funcionando e em ordem.

Alguns minutos depois o Flávio aparece com uma cara esquisita, como se não quisesse fazer oque veio fazer, mas precisasse.

Flávio: Helena, a Maria que falar com você.

Carla: [Tomando as dores da amiga]Poxa Flávio, achei que a gente já tinha se resolvido.

Helena: Tudo bem amiga. [Se dirigindo até o escritório].

Flávio a acompanha de perto. Desconfortável com as insistentes tentativas de aproximação dele, Helena apressa o passo para chegar no escritório com Maria o mais rápido possível.

Maria: Imagino que você não faça ideia de por quê foi chamada aqui não é?

Helena: Se for pelo atraso eu já pedi desculpas e posso fazer hora extra.

Maria: O que? De forma alguma, já disse para o Flávio parar de te encher com essas picunhinhas [E olha para ele desapontada].

Flávio se mexe desconfortável. Maria é a única pessoa que ela já viu conseguir impor alguma autoridade em cima dele, mas ela suspeita que o irmão dele também deva ter alguma influência, apesar de nunca o ter conhecido nesses 4 anos.

Maria: Vou ser breve pois temos muito o que fazer. Estamos abrindo uma nova filial em outro estado e precisamos da ajuda do Flávio para treinar a nova equipe. Sendo assim ele passará no mínimo 1 ano para treinar o novo pessoal e acompanhar o progresso da equipe nesse primeiro momento. E como vamos ficar sem gerente, uma vaga foi aberta e eu pensei que você seria uma excelente substituta já que entende como tudo funciona por aqui.

Helena fica em choque, nunca imaginou que essa oportunidade pudesse ser dada a ela.

Maria: Você está interessada?

Helena: Claro! Com toda certeza. Mas Maria, eu não tenho formação em administração e também tem a Bia, você sabe…

Maria: Se tem alguém que é capaz de lidar com tudo isso é você. Já pensei em tudo. Você trabalha meio expediente, durante a manhã que é o pico, cuida da Bia à tarde e estuda à noite. Já fiz sua matrícula na melhor universidade de administração e não se preocupe que já foi tudo pago. Também receberá um aumento de salário além de outros benefícios como creche, um carro e plano de saúde.

Helena: [Com lágrimas nos olhos] Muito obrigada Maria. Eu aprecio muito isso, não vai se arrepender de me dar essa oportunidade, pode ter certeza!

Maria: [dando um abraço em Helena] Continue assim, minha querida. E se precisar de algo, não hesite em me procurar.

Enquanto isso, Flávio observava a cena com um ar de desaprovação, mas Helena não deixou que isso afetasse o seu bom humor e o seu desempenho no trabalho.

Parece que finalmente ela poderia dar uma vida melhor para sua filha.

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Comments

Junior Carlos

Junior Carlos

Comecei a ler e estou gostando da história, Helena e uma boa pessoa e muito esforçada merece tudo de bom para ela e a sobrinha.

2023-03-28

5

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