Depois do almoço Helena foi pegar Bia na escola e as duas passaram a tarde juntas, brincando e fazendo as atividades da escola dela. Por volta das 18h, Carla, que queria uma renda extra, chega para ficar de babá da pequena enquanto Helena vai para a faculdade.
Ela se arrumou e vestiu uma roupa quente e confortável já que estava fazendo frio essa noite.
Beatriz: [Batendo palmas] Tá linda mamãe! Posso ir junto?
Helena: Obrigada! A mamãe ta indo pra escolinha filha, não posso te levar, mas prometo que chego a tempo de te colocar para dormir.
Beatriz: [Conformada]Ta bom mamãe.
Helena: [Se dirigindo a Carla] Qualquer coisa manda mensagem ou liga, deixei os documentos dela nessa bolsa aqui, e por favor não esquece que ela tem alergia à proteína do leite, então nada de laticínios para essa mocinha.
Carla: Tudo bem amiga, vai lá. Mas antes vamos torar uma foto do seu primeiro dia de aula!
Carla: [Conferindo a foto] Ficou ótima, agora cuida se não vai se atrasar.
É realmente, ela precisava chegar no metrô em 10minutos se não perderia o próximo trem. Então ela apressa o passo e consegue chegar à tempo. O metrô está bastante movimentado essa hora, o que bom, assim ela se sente mais segura.
40 minutos depois ela chega na universidade e se dirige para o prédio de administração procurando a sala de aula indicada em seu horário. Ela se apresentou ao professor e aos colegas de classe e se sentou na primeira fileira, ansiosa para começar a aprender.
O professor iniciou a aula com uma apresentação sobre a importância da administração nas empresas e na sociedade. Ele discutiu sobre os princípios da administração, destacando a importância do planejamento, da organização, da liderança e do controle.
Helena percebeu que muitos dos conceitos eram novos para ela, mas se esforçou para acompanhar as explicações do professor. Ela fez anotações e tentou fazer perguntas sempre que surgia uma dúvida.
No final da aula o professor avisa que vai chamar os nomes dos participantes selecionados para um programa de mentoria premium que precisam ficar um pouco mais para terem o primeiro encontro com um magnata figurão.
Helena já começa a arrumar suas coisas e se dirige à saída quando escuta seu nome ser chamado pelo professor.
Professor: e por fim: Helena Pereira de Oliveira.
Helena para imediatamente e se vira com os olhos cheios de lágrimas. Maria se supera a todo momento, ela não consegue acreditar que vai ter mais essa oportunidade. Volta então para perto do professor e dos outros 5 selecionados. É um grupo bem seleto para uma turma de 100.
Todos se dirigem então para uma sala menor e começa um burburinho sobre quem será o mentor desse ano.
Quando bate exatas 22h entra um homem alto de porte elegante com uma expressão séria no rosto.
Helena até tenta, mas não consegue se esconder e obviamente que ele a reconhece, surpreendentemente sua expressão fica ainda mais carrancuda depois do primeiro momento de surpresa.
Rodrigo: Boa noite a todos e todas, meu nome é Rodrigo Siqueira Cunha e durante esse programa ficarei disponível para acompanhá-los e ensiná-los a como se tornarem os melhores nas suas áreas.
Imediatamente todos começaram a cumprimentá-lo e a se apresentar, parecendo urubus em cima de um pedaço de carne. Helena sem jeito se manteve afastada pensando em formas de pedir desculpas pelo incidente de mais cedo já que não teve oportunidade de fazê-lo na hora.
Depois que o professor conseguiu acalmar o tumulto, Helena pôde perceber que Rodrigo estava extremamente incomodado embora disfarçasse bem. Ele então falou o seguinte.
Rodrigo: Vou me reunir com cada um de vocês em particular, vocês terão 3 minutos para me falarem quem são, de onde vieram, suas experiências e aspirações. Então eu decidirei quem entra e quem sai. Só dois de vocês serão selecionados então pensem bem nas suas respostas. Pedirei para chamá-los na ordem da chamada.
E se retirou da sala em que estavam para uma porta lateral, onde Helena acreditou haver um outro espaço mais reservado.
O clima ficou tenso entre eles e todos ficaram bem nervosos com a possibilidade de perderem a vaga. Se fosse para considerar o histórico, Helena tinha certeza que não entraria, mas também não ia desistir assim, ia lutar com garras e dentes, afinal se Maria a inscreveu nesse programa é por que acresita que ela tenha capacidade para tal.
Colega de turma: Oi, você é a Helena né? Eu sou o Matheus, muito prazer.
Helena: [Sorrindo] Oi Matheus, prazer. Meio intenso né? [Olhando para a porta em que Rodrigo entrou]
Matheus: [Rindo] Você esperava menos do bam bam bam dos negócios? O cara só tem 30 anos e já é um dos magnatas mais importantes do mundo.
Helena: [Engolindo em seco] É, faz sentido.
Matheus: [Curioso] Mas me conta, o que seus pais fazem para conseguir uma vaga par você aqui? Por que tenho que ser sincero, eu convivo com essa galera desde pequeno, mas você é nova.
Helena se pergunta o quão influente Maria é para ter colocado ela nessa seleção, e antes que possa responder à Matheus ele é chamado.
Matheus: [Piscando para ela] Me deseje sorte então.
E entra na sala em que Rodrigo está.
As pessoas continuam a serem chamadas, mas ninguém volta. Eles provavelmente estão saindo por lá. Nenhuma outra pessoa além de Matheus deu sinal algum de querer conversar com ela. Na verdade eles eles até cuidaram para manter distância.
Quando a quinta pessoa é chamada, Helena fica sozinha pensando na pontualidade de Rodrigo que passou exatos 3 minutos com cada candidato.
O professor retorna então e chama Helena, se retirando em seguida deixando os dois a sós. Helena admira a beleza da sala e se senta na poltrona em frente à que Rodrigo está, decidindo então começar pelas desculpas que preparou cuidadosamente.
Só não esperava que fosse perder o fôlego vendo-o tão de perto. Mesmo com a cara de bravo ele era um homem muito bonito ela tinha que admitir.
Rodrigo: Então senhorita Helena de Madereira…
Helena: [Corrigindo-o] Oliveira… senhor.
Rodrigo: [Ignorando-a] Quer dizer que você me ataca com espuma, não se digna a fazer um pedido de desculpas e ainda se candidata ao programa que estou dando esperando ficar com uma vaga… Não me parece muito inteligente.
Helena: [Indignada] Mas você nem me deu chance de retratação! No momento do incidente eu precisava cuidar da minha funcionária e fui bem clara quando falei que assim que socorresse ela conversaria com você, mas você fugiu.
Rodrigo: [Exaltado] Eu fugi? Você fala como se eu tivesse culpa por sua funcionária estar em chamas e ainda colocar outras pessoas em risco.
Helena: [Firme] Felizmente nada de pior aconteceu, acredito que a situação foi controlada rapidamente e inclusive já providenciei um curso de gestão de acidentes e segurança no trabalho para todos os funcionários. Também foi oferecido um suporte para os clientes que permaneceram no estabelecimento e destribuído um mimo para evitar evasão e fazer com que na memória deles só ficassem boas experiências. Agora o senhor como cliente mais afetado em todo o caos deveria ter permanecido para que pudéssemos resolver juntos toda a situação em vez de ficar me acusando e a meus funcionários de irresponsáveis.
Rodrigo fica sem palavras, ele nunca foi confrontado dessa forma por ninguém, ainda mais estando errado, que percebia agora ser o caso.
Rodrigo: Então vamos esquecer esse assunto de uma vez.
Helena: [Contrariada] Se é assim que prefere senhor.
Rodrigo volta para a pauta da entrevista e descobre o quanto Helena é diferente dos riquinhos mimados que entrevistou mais cedo. Descobriu também que quem pagou sua faculdade foi a Maria, e conseguiu ver um pouco da garra e inteligência que ela demonstra ter.
Rodrigo se vê cada vez mais curioso sobre ela e faz mais e mais perguntas todas de cunho profissional para não ser tachado de invasivo. De repente o faxineiro entra no escritório e pede desculpas por não saber que ainda teria gente ali. Rodrigo olha o relógio e Helena o celular.
Helena: [Alarmada] Meu Deus, já é meia-noite?!
Rodrigo ficou espantado por não ver o tempo passar, mas Helena já imaginava que era bem tarde. Só não pensava que seria tão tarde assim.
Helena: [Apressada] Eu tenho que ir!
Rodrigo: Claro. Te acompanho até o estacionamento. [Se dirigindo à saída]
Helena não fala nada, mas não faz ideia de como voltar para casa. O metrô não funciona mais esse horário e chamar um carro não é uma opção para ela. Sem saber o que fazer ela acompanha Rodrigo até o estacionamento e ele percebe que o único veículo lá é o dele.
Rodrigo: Você não veio de carro?
Helena: Na verdade não, vim de metrô.
Rodrigo: [Impaciente] Sua empresa não te forneceu um carro? [Ele sabia que sim]
Helena: Sim, mas eu não dirijo.
Rodrigo: [Respirando fundo] Então vem, eu te dou uma carona.
Helena: [Nervosa] Não é necessário. Eu dou um jeito.
Rodrigo: Vai chamar um carro então?
Helena: I-isso. [Pega o celular e finge digitar algo] Pronto, já está a caminho.
Rodrigo: Eu espero com você então.
Helena: [Mais nervosa] Não precisa, de verdade, eu me sentiria muito melhor se você não esperasse por mim.
Rodrigo fecha a cara, quem essa menina pensa que é? Primeiro o desafia abertamente e agora teima em rejeitar sua ajuda. Ela deve ter algum namorado ciumento, só pode.
Rodrigo: [Aquiescendo] Tudo bem então. Fique perto da entrada pelo menos, é mais seguro.
Ele entra no carro e sai do estacionamento olhando para Helena que ficou abraçada a si mesma no frio da noite. Ela vai ficar bem, chamou o namoradinho que logo chega. Olha para a frente e segue seu caminho.
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Atualizado até capítulo 50
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