Encontro inesperado

Helena entra em casa e Carla está dormindo no sofá. Ela pega um cobertor para a amiga e vai até o quarto de bia que está dormindo como um anjo, se deita ao lado dela e dormindo ali mesmo do lado da sua pequena, exausta física e emocionalmente.

Enquanto isso, na volta para casa Rodrigo aproveita para mandar uma mensagem para Maria pelo carro:

🔔”Maria, dê o dia de folga amanhã para a nova gerente.

Atenciosamente,

Rodrigo Cunha”

Depois dessa noite ela vai precisar recuperar as energias.

...- Na manhã seguinte -...

Helena acorda com uma dor no pescoço pela posição que dormiu, já amanheceu e Bia não está na cama.

Ela procura a filha e Carla pela casa e não as encontra. Pega o celular preocupada e tem 2 mensagens, uma de Carla e outra de Maria. Abre a de Carla primeiro.

🔔”Amiga levei a Bia para a escolinha agora cedo e já estou no trabalho, não se preocupa que ta tudo certo por aqui, a Maria já nos avisou sobre hoje.”

Ela se sente grata pela amiga ter cuidado de tudo e fica curiosa sobre a mensagem de Maria, então abre imediatamente.

🔔”Bom dia florzinha, tire o dia de folga hoje para que consiga descansar um pouco, já avisei à equipe e eles sobrevivem sem você hoje.

Da sua melhor chefa”

Agradecida, Helena olha as horas, já são 10h, como se sente bem descansada apesar da dor no pescoço, ela decide se arrumar para almoçar na cafeteria e trabalhar um pouco. Liga para a creche e avisa que só vai pegar Bia no final do seu turno.

Decide já ficar pronta para a faculdade então, e se pega pensando mais do que o normal na roupa que vai usar. Acaba se achando uma idiota e coloca uma roupa preta básica mas faz um coque simples para aguentar o resto do dia e a noite com praticidade.

Chegando na cafeteria todos ficam surpresos em vê-la.

Juliana: [Abusada] Essa gosta de trabalhar viu.

Carla: [Ignorando a outra] Conseguiu descansar amiga?

Helena: [Agradecida] Consegui sim, o que seria da minha vida sem você? Obrigada por tudo.

Carla: Que é isso, que bom que ajudei. Veio almoçar?

Helena: Almoçar e trabalhar, depois do acidente de ontem tenho muita coisa que preciso resolver, arranjar um substituto, administrar o estoque e investigar o que de fato aconteceu.

Carla: Entendi. Deixa eu trazer seu almoço aqui então antes que você se enfurne naquele escritório e não saia mais.

Helena: [Rindo] Ta bem, obrigada.

Carla sai em busca do almoço de Helena e ela se senta na única mesa vaga. Assim que Carla trás seu almoço um homem to e másculo entra na cafeteria e se dirige ao balcão perguntando à Juliana se há alguma mesa disponível.

Juliana pisca os olhos sedutoramente para ele e com voz de chateada diz que infelizmente todas estão ocupadas mas que se ele quiser ficar no balcão ela terá o prazer de atendê-lo pessoalmente.

Helena que estava atenta à situação se levanta da sua mesa e fala com o homem que está de costas para ela.

Helena: Licença senhor, pode ficar com minha mesa.

Rodrigo: [Se virando para ela] Mas oque… Você não tirou o dia folga?

Helena: [Surpresa] Ah, oi Rodrigo. Tirei só a parte da manhã, já estou pronta para trabalhar, estava prestes a almoçar, pode ficar com minha mesa, vou para o escritório.

Rodrigo: [Ansioso] Não é necessário, se não for muito incômodo, poderíamos almoçar juntos?

Helena: [Surpresa com a proposta] Claro. [E se dirige de volta à mesa]

Ela achava que, depois de ontem, ele iria querer era distância dela. Provavelmente ele estava preste a lhe dizer isso mesmo, mas uma partezinha dela falava que se fosse esse o caso ele não aparecia assim de qualquer forma, apenas não a procuraria mais e fim.

Helena: Então, o que o trás por aqui?

Rodrigo: Vim almoçar, mas não esperava te ver por aqui.

Na verdade ele esperava que ela estivesse descansando em casa, só até a cafeteria para ver se estava tudo em ordem.

Helena: [Desapontada] Claro, tirei a manhã de folga mas já estou pronta para trabalhar.

O almoço de Rodrigo é entregue por Juliana que não para de piscar os olhos para ele e olhar feio para Helena. Assim que ela se retira os dois começam a comer.

Helena: Então, Rodrigo, o que você acha do nosso café? Como cliente, claro.

Rodrigo: [Sério] Eu gosto muito, Helena. A comida é ótima e o ambiente é muito agradável.

Helena: Que bom ouvir isso. Nós trabalhamos muito para manter a qualidade dos nossos produtos e serviços.

Rodrigo: Eu sei que você se esforça muito para manter o padrão de qualidade alto, Helena. Aliás, falando nisso, você parece estar sempre muito ocupada aqui. Como você lida com o estresse do trabalho?

Helena: [Rindo] Ah, eu tenho que admitir que pode ser desafiador às vezes. Mas eu adoro meu trabalho e sinto que estou fazendo a diferença aqui. E você, Rodrigo, o que faz da vida?

Rodrigo: Eu sou dono de algumas empresas. E, na verdade, uma delas é… do ramo alimentício também, mas é bem pequena, estamos começando a expandir agora.

Helena: [Interessada] E qual a especialidade dela?

Rodrigo: [Cauteloso] Também é uma cafeteria. Na realidade era da minha mãe, depois que ela faleceu resolvi cuidar dela. Foi um dos meus primeiros investimentos.

Helena: [Admirada] Aah então veio analisar a concorrência.

Rodrigo: [Com um sorriso nos olhos] Não se preocupe com isso.

Helena acha sua fala um pouco condescendente mas não fala nada. Eles terminam de comer em silêncio e Helena se despede.

Helena: Bom, tenho que trabalhar agora, muitas coisas para resolver.

Rodrigo: É claro, também vou indo.

Helena acena com a cabeça e se levanta, quando passa por ele Rodrigo a pega pelo braço e onde ele toca ela sente formigar como estática em suas peles e seu coração acelera o passo. Ela vira ruborizada para ele.

Ele não tinha intenção de fazer isso e a acha linda com as bochechas rosadas assim, quase esquecendo o que ia falar.

Helena: Sim?

Rodrigo: Você vai para a faculdade hoje?

Helena: Sim, estarei lá.

Rodrigo: [A liberando] Ok.

Helena: [Confusa] Ok.

Cada um segue seu caminho então e o resto da tarde passa tranquilamente. Helena entra em contato com seguradora pedindo as imagens das câmeras de segurança e resolve algumas pendências da cafeteria. De 17h vai pegar Bia na escola que fica muito feliz em vê-la e pula para lhe dar um abraço.

Helena acaba magoando ainda mais o pescoço e compra um esparadrapo para dor na farmácia. Passa o restinho da tarde brincando com Bia até Carla chegar e ela sair para a faculdade.

Na faculdade Matheus senta perto dela durante a aula e o professor continua o assunto da aula anterior. Ao final da explicação ele pede para que os seis alunos da seleção do programa se reunam novamente e comunica os escolhidos.

Professor: Parabéns Matheus e Helena, espero que vocês façam bom proveito dessa oportunidade. O Sr. Cunha vai entrar em contato com vocês para marcar os encontros.

Todos os colegas os olham com inveja e certa raiva.

Matheus: Isso pede uma comemoração. Vamos para o barzinho da esquina, por minha conta!

Helena: Ih Matheus não vai dá pra mim, preciso voltar para casa.

Matheus: [Insistindo] Vamos, só uma dose. Esse tipo de conquista não pode passar em branco.

Helena: [Aquiescendo] Tudo bem, mas só uma dose.

Matheus: [Com um sorriso de orelha a orelha] Combinado!

No barzinho eles se sentam no balcão e Matheus pede duas doses de tequila. Eles brindam e Helena quase se engasga quando o líquido desce queimando sua garganta. Faz 4 anos que não ingere álcool algum e sua resistência já não era alta.

Não sabe como mas Matheus convece ela a tomar mais uma e ela já está bem alta, porém consciente o suficiente lara saber que precisa voltar para casa antes que perca o metrô de novo.

Helena: Matheus, sério, aglra eu vou. Muito obrigada por tudo e até amanhã.

Matheus: Mas já? Não, fica mais um pouco!

Helena: [Se levantando] Eu vou perder o metrô.

Matheus: [A segurando] Eu te levo para casa vem. E a puxa.

Helena: [Nervosa] Não! A gente acabou de beber, me solta por favor.

Matheus: [Rindo] Mas eu tô bem, você que ta tropeçanso nos próprios pés.

Já no estacionamento.

Helena: [Aterrorizada] Não vou entrar no seu carro, por favor me solta.

Nesse momento Rodrigo para o carro do lado deles.

Rodrigo: [Com voz firme] O que está acontecendo aqui? [Olhando para o aperto de Matheus no braço de Helena]

Matheus: Nada demais Sr. Cunha, só estou levando a Helena para casa.

Rodrigo: Não me parece que ela queira ser levada por você, quer Helena? [Olhando para ela]

Helena: [Trêmula] Não senhor.

Rodrigo: [Firme] Venha, eu te levo então, pode soltar o braço dela Matheus.

Matheus solta-a imediatamente e, Paulo, o motorista de Rodrigo desce rapidamente para abrir a porta do banco de trás para ela.

Sentada do seu lado, ela se atrapalha ao tentar encaixar o sinto e ele a ajuda. Seus dedos se encostam por um segundo e Helena sente a eletricidade de novo, puxando a mão rapidamente.

Helena: [Ruborizada e com voz arrastada] Obrigada Sr. Cunha.

Rodrigo: [Irritado] Já disse que pode me chamar de Rodrigo. Você bebeu?

Helena: [Gesticulando] Só um pouquinho. Fomos comemorar.

Rodrigo: [Sério] Quantas doses tomou?

Helena: Duas [Fazendo o número 2 com os dedos].

Rodrigo: [Sorrindo] E você já ficou desse jeito?

Ela olha para ele admirada.

Helena: [Suspirando] Você fica lindo quando sorri, deveria sorrir mais, para tirar essa carranca.

Paulo solta umas tossidinhas do banco do motorista.

Rodrigo: [Estreitando os olhos] Ta precisando de um tapa nas costas Paulo?

Paulo: Não senhor, tudo certo por aqui.

Helena se apoia no ombro de Rodrigo e começa a dormir profundamente. Ele a adimira tão em paz assim e com a guarda baixa. Quer dizer que ele fica lindo sorrindo não é? Essa garota ainda vai colocar ele em perigo.

Rodrigo passa o endereço dela para Paulo que segue caminho sem questionar como o chefe sabe o endereço dela.

Algum tempo depois eles chegam ao destino e Rodrigo tenta acordá-la mas ela resmunga alguma coisa e se vira. Ele suspira, sai do carro e a pega no colo.

Paulo: [Apressado] Senhor, deixe que eu faço isso.

Rodrigo: Tudo bem Paulo, ela é levinha.

E segue em direção à porta da casa com Helena encolhida em seus braços. Toca a campainha e escuta uma voz aguda chamar:

Beatriz: Mamãe, mamãe…

Quando a porta se abre ele vê uma garotinha descabelada.

Beatriz: [Falando com Carla] Tia Carla, tem um moço mal encarado carregando a mamãe.

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