Apresentações

Apresentações

Enquanto os pequenos, apesar da inusitada hostilidade inicial, aproximaram-se com facilidade, o Duque permanecia sentado na poltrona do quarto de hospedes aguardando sua bela convidada acordar. Estava extremamente ansioso, entretanto, esperaria a eternidade se isso fosse preciso.

Algumas horas depois, Wynnie desperta desorientada percebendo que não estava em sua casa. O nobre continuou sentado na poltrona, observando-a, apoiando seu queixo com o punho. Satisfeito e com um pouco de malícia, ele sorri para a jovem que quebrando o silêncio perguntou:

— Onde estou? A última coisa de que me lembro é de estar em meu quarto e de você estar lá... Como entrou na minha casa? Você não me é estranho.... Nós já nos vimos? Quem é você?

Albert não responderia a todas suas perguntas de imediato, não queria parecer descontrolado ou obsessivo, muito menos, que Wynnie desconfiasse que ele a seguiu por vários dias.

— Você está no castelo da aldeia, minha donzela... e eu sou o Duque Albert Drummond, entretanto sou mais conhecido como Duque Albert Drácula. Fiquei conhecido desta forma por ser associado a um Conde da Transilvânia que compartilha da minha condição. — Afirmou abordando o tema com sinceridade.

A jovem demorou alguns instantes para juntar as peças, mas assim que compreendeu exclamou com medo:

— Você é um vampiro!

— Tenha calma minha adorada, eu prometo que vai ficar tudo bem. — Suplicou ele tentando contê-la.

— Afaste-se de mim! — Gritou ela assustada, levantando-se abruptamente, correndo em direção a porta tentando fugir.

O vampiro, superior em força e agilidade, pulou em frente a ela posicionando-se a fim de bloquear sua saída. Movimentando-se com presteza, apoiou a mão esquerda na parede, trocando de lugar com sua hospede, cercando-a, pressionando Wynnie com seu corpo contra a porta de forma passional, mortalmente sedutor. Tocou em seu rosto lentamente com as costas da mão acariciando seus lábios com o polegar, a moça fez uma expressão de pavor e sofrimento enquanto fechava os olhos, mortificada.

— Não... por favor... não me toque... — Suplicou hesitante.

— Me dê uma chance minha bela... a muito tempo eu aguardo te reencontrar. — Disse Albert avançando em direção a ela segurando seus ombros intencionado a beijá-la.

— Afaste-se! — Repetiu ela tentando se desvencilhar dele.

A atmosfera do recinto ficava mais tensa a cada instante e a jovem acabou se desequilibrando enquanto tentava inutilmente evitá-lo. O nobre abraçou-a na esperança de impedir sua queda, contudo, foi em vão. O vampiro acabou caindo sobre ela, mas de certa forma, ao tomá-la em seus braços, cobrindo-a com seu corpo, ele, por fim, impediu que sua convidada se machucasse.

Apesar da resposta rápida do Senhor do Castelo a fim de proteger sua hospede, a moça não conseguiu deter seu pranto. Acreditava ser a primeira vez que estava frente a frente com uma Criatura das Trevas, estava aterrorizada, não apenas por Albert ser um vampiro e sim porque devido a todas as humilhações que sofreu enquanto trabalhava na Estalagem Sweetspell tinha um imensurável medo de todo e qualquer homem.

— Não chore querida... esse castelo será seu lar de hoje em diante... — Disse ele tentando animá-la.

O Duque sentou no chão acomodando a jovem em seu colo, envolvendo-a de forma passional deslizando docemente as mãos em seu pescoço, percorrendo seus braços com suaves caricias. Wynnie podia sentir o hálito do vampiro em sua nuca, um calafrio percorreu sua espinha, seria esse seu trágico fim?

— Não quero viver aqui Senhor... permita que eu retorne ao vilarejo, em breve a Taberna abrirá as portas, se eu não aparecer para trabalhar minha tia ficará preocupada. — Respondeu a jovem esperançosa que seus argumentos pudessem convencê-lo a deixá-la voltar para sua casa.

— Perdoe-me minha Rainha... mas não pretendo deixá-la ir... sei que pareço um tanto afoito perante seus olhos... todavia atravessei oceanos de tempo a fim de estar ao teu lado. Evidentemente, reencontrá-la depois dessa longa espera me fez agir de forma tão impulsiva... e agora, que finalmente posso contemplar a perfeição de sua figura, tudo o que desejo é fazê-la minha.... Não fuja de mim Wynnie. — Implorou o Sr. Drummond enquanto acariciava seu rosto enxugando as lágrimas.

— Como sabe o meu nome? — Perguntou admirada tentando se erguer do chão, sem conseguir compreender nenhuma palavra do que seu atrativo raptor dizia.

— Sua irmãzinha me disse seu nome. Aliás... foi a pequena

Wendy que me ajudou a trazê-la aqui. — Segredou ele finalmente

erguendo-se e ajudando sua convidada a levantar-se.

— Onde ela está? — Indagou ela, dando um passo para trás, mais uma vez buscando distanciar-se do Duque.

— Com meu filho, Eduard.

— Seu filho? Ele também é um vampiro?

— Sim, mas não se preocupe, juro que nós não lhe faremos nenhum mal... a proposito, gostaria de mais tarde jantar comigo?

— Não tenho fome! — Respondeu com a voz áspera.

— Minha bela... até quando pretende resistir? Até quando tentará evitar o inevitável? — Indagou Albert se aproximando novamente, entretanto, ela se afasta, rejeitando-o outra vez.

— Meu pretendente Clinton Carter é um exímio caçador de vampiros, ele vai aniquilar você! — Disse ela reunindo toda a sua coragem tentando intimidá-lo.

— Eu não contaria com isso... — Respondeu com ironia.

— Tenho certeza que ele descobrirá onde estou e virá me resgatar! — Insistiu a jovem.

— Pedirei a minha governanta que te prepare um banho, descanse e se mudar de ideia sobre o jantar... troque de roupa e desça, estarei te esperando. Amanhã, pretendo te mostrar o castelo e também lhe apresentarei ao meu filho. — Prosseguiu sem ligar para as ameaças.

— Não tenho interesse em conhecer nenhum dos dois...

— Hum... Tens personalidade.... Gosto disso! É... desafiador! Durma bem, donzela. — Respondeu esbanjando confiança.

Albert saiu do quarto fechando a porta sem trancá-la. Pois afinal de contas, Wynnie não era sua prisioneira. Ela estava sem sono e após ficar sozinha, Começou a explorar o quarto, tentando manter a calma para encontrar uma forma de sair dali.

A mobília de seus aposentos era antiga, porém refinada, os lençóis da cama eram inacreditavelmente delicados e os travesseiros macios. Uma majestosa lareira, uma cômoda com cinco gavetas, uma caixa de música e um magnífico espelho de parede faziam parte da decoração, completando o nobre cenário diante de seus olhos. Tudo era totalmente diferente de sua realidade. Abriu o armário e ficou encantada com os inúmeros vestidos novos ali guardados. Certamente, jamais em toda sua humilde vida, conseguiria comprar, nem ao menos um modelo parecido com qualquer um daqueles trajes fabulosos.

— A quem pertenceram aqueles vestidos? Será que não fui a única mulher que esse Ser das Trevas já sequestrou? — Pensou

tomada pela incerteza.

No canto do quarto havia um balde com água limpa, sabão e

uma escova, ao ver os objetos concluiu com pesar:

— Certamente ele me trouxe aqui para ser sua criada... para servi-lo de todas as maneiras: Limpar como serviçal, na cama como sua concubina e na mesa como prato principal.

Aceitar os insistentes pedidos de casamento do Sr. Carter não lhe parecia tão ruim agora, sabia que Clinton era um homem violento, mas tinha medo que o destino lhe reservasse algo pior do que um casamento sem amor... ser a escrava de um vampiro.

Com lágrimas nos olhos pegou o balde, a escova e começou a limpar o chão.

Ao anoitecer não compareceu para jantar, Albert a esperou, por uma, duas, três horas e ela não desceu. Ele retornou aos seus aposentos para verificar se sua convidada havia adormecido e se deparou com Wynnie ajoelhada esfregando o chão como uma empregada. Vê-la em posição tão humilhante, despedaçou o coração do Duque, que jamais pensou que sua amada entenderia que ele a trouxe para o castelo com o objetivo de servi-lo.

— Já estou quase terminando Senhor... — Disse Wynnie humildemente sem conseguir levantar os olhos para encará-lo.

— Porque está fazendo isso? E porque não desceu para jantar? — Indagou incrédulo.

— Não foi para isso que me trouxe Senhor? Para agradá-lo e servi-lo? — Respondeu resiliente.

— Não! Como pode pensar isso? Eu desejo que seja minha Senhora, não minha criada! — Decretou decidido.

Albert ajoelhou e com leveza tirou das mãos dela o esfregão.

— Pedirei que os empregados tragam a banheira e que a governanta venha agora mesmo preparar seu banho, Srta. Sweetspell. — Disse o vampiro ainda de joelhos enquanto a abraçava com total entrega.

— Estou suja Senhor... — Respondeu Wynnie extremamente constrangida por esse gesto amável.

— Pouco importa... mas não sou seu Senhor minha estimada donzela. — Afirmou o nobre ofertando a ela um beijo na testa.

A jovem teve medo, sabia que nada em sua vida era de graça, a cobrança de toda aquela hospitalidade logo chegaria e não estava disposta a pagar. Desconfiava das reais intenções dele.

— O que realmente quer de mim? — Perguntou tensa.

— De você não quero nada.... Apenas quero você! — Afirmou

Albert com paixão retirando-se do aposento, deixando-a sozinha, aguardando a governanta e a banheira, para tomar seu banho.

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Comments

Simone Souza

Simone Souza

eu também

2024-05-06

2

Dienyffer

Dienyffer

e eu quero vc Albert kk/Drool/

2024-03-13

1

Dienyffer

Dienyffer

Albert sempre carinhoso/Whimper//Rose//Heart/

2024-03-13

1

Ver todos

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