Doce Rapto
Wynnie preparava-se para dormir após um longo dia de trabalho na pousada que pertenceu aos seus pais e que agora, estava sob os cuidados de sua tia. A moça, apesar disso, nunca desconfiou que era a verdadeira proprietária do estabelecimento. Morava com Dorina desde os 14 anos, em outro vilarejo, não fazia muito tempo que haviam retornado e reaberto a estalagem. Ajoelhou-se próxima da cama para fazer suas orações, rogava a Deus que de alguma forma sua sorte mudasse e que não precisasse mais trabalhar exaustivamente até o fim de seus dias.
Fazia meses que o homem misterioso não a visitava em seus sonhos, queria revê-lo, finalmente conseguiria visualizar sua fisionomia? Seria ele o rapaz que encontraria no fatídico dia que perdeu os pais naquele terrível incêndio?
Às vezes pensava que sua vida seria diferente se seus pais não tivessem morrido e se tivesse conseguido comparecer naquele encontro... Aquele cavalheiro lamentou sua ausência? Teria ele procurado por ela? Triste, pensou que nunca saberia... não poderia mudar seu passado, resolveu parar de pensar nisso e tentar dormir, achou que jamais tornaria a vê-lo e deveria se conformar com isso. Amanhã um dia longo a aguardava. Deu boa noite a sua pequena irmã e dormiu.
Mais tarde, naquela noite, Albert retornou à aldeia. Foi até a casa de Wynnie e bateu na janela do segundo andar onde ficava
o quarto das jovens. Wendy abriu a janela sorridente:
— Olá tio! Como vai? Por que demorou tanto? Como subiu até aqui?
— Eu... eu... eu escalei... sim, isso... eu escalei. Não vai me convidar para entrar pequena Wendy?
— Mas porque não entrou ainda?
— Quantas perguntas! Precisava ser uma menina tão inteligente? — Pensou Albert, fazendo uma pausa.
— Eu tenho uma superstição terrível... só entro em lugares onde sou convidado. — Respondeu por fim.
Wendy então, sem mais cerimonias, o convidou. O Duque entrou e pediu que a menininha pegasse seus vestidos pois, ela e a irmã passariam uns dias no castelo, como suas hospedes.
— No castelo? — Perguntou ela eufórica, sempre quis ir ao
castelo e seguiria sem hesitar, qualquer um que pudesse levá-la até lá.
— Vou pegar alguns para Wynnie também. — Prosseguiu.
— Não será necessário... um armário cheio de trajes novos a aguarda.
— Para mim também tio? — Questionou encantada.
— Mas é claro! Providenciarei o mais rápido possível todas as roupas que desejar!
Enquanto Wendy foi buscar seus vestidos, Albert tratou de hipnotizar Wynnie para que não houvessem dificuldades ao conduzi-la ao castelo. Gostaria que as coisas fossem diferentes, não se orgulhava de levá-la dali sem seu consentimento, mas devido a maldição, havia perdido a oportunidade de se aproximar dela e conquistá-la naquele dia em que se falaram na taberna.
O vampiro sentou na cama a despertando com cuidado, ela acorda assustada perguntando de forma insistente:
— Quem é você? O que faz em meu quarto? E como entrou aqui?
Ele olhando fixamente para ela, com seu penetrante olhar azul safira, responde de forma convincente:
— Não se preocupe minha bela... vai ficar tudo bem, prometo que todas as suas perguntas serão respondidas, sou um amigo e você pode confiar em mim. Agora volte a dormir.
Wynnie então adormeceu novamente, Albert ajoelhou ao lado da cama, admirando sua beleza, não resistiu e tocou em seu rosto carinhosamente, ela ainda dormindo, sorriu.
Wendy retornou com a trouxa de roupas, o Duque desceu com a menina pela janela depois voltou para buscar sua doce amada. Sozinho com ela no quarto a tomou em seus braços e por alguns instantes sentiu o seu perfume, suas presas surgem, cheias de desejo, foi necessário muito autocontrole para voltar a sua forma humana e não reivindicar seu sangue.
— Meu Deus... ela é linda. — Pensou suspirando, desejoso.
Rapidamente desceu com sua beldade pela janela levando as irmãs até a praça, onde a carruagem e Olivier já os aguardava.
Chegando ao castelo, a pequena Wendy estava maravilhada. Nenhum detalhe da decoração passou despercebido por seus pequeninos olhos verdes, tudo era incrível, principalmente o fato de estar ali. Wynnie ainda dormia e foi levada ao quarto de hospedes por Albert. Ele a colocou na cama cuidadosamente e
voltou ao saguão para acomodar a menina Wendy.
— Quero que conheça meu filho. Amanhã mesmo chamarei
uma modista para tirar suas medidas e encomendarei seus vestidos, como prometi.
Albert a levou ao quarto de Eduard, os apresentou e encheu o pequeno vampiro de recomendações, que tivessem cuidado para não se machucarem e que não fizessem nada errado.
— Filho, essa é Wendy, irmãzinha da minha amada rainha, ela é nossa hospede, seja um pequeno cavalheiro. Vou deixar vocês brincando, tenham cuidado para não se machucarem, farei companhia a Wynnie até ela acordar, mais tarde retornarei para ver como estão.
Eduard, surpreso com a presença de Wendy, balançou a cabeça concordando, mas após o pai se retirar e fechar a porta ele se transformou e pulou na direção da pequena garota.
— Vou te morder! — Declarou decidido.
Ela sem compreender o que acontecia, correu pelo quarto, derrubou objetos, esbarrou nos moveis, jogou um castiçal nele, sem conseguir acertá-lo. Entretanto, isso a distraiu e a fez tropeçar em um brinquedo, a pequena Wendy caiu e ficou imóvel admirada, mas, sem esboçar medo. Eduard se aproximou, estendeu a mão para ela na intenção de ajudá-la a se levantar, esboçou um pequeno sorriso e disse:
— Estou muito cansado para te morder... vamos apenas conversar. — Propôs o garoto ocultando o fato de que nunca mordeu ninguém.
Wendy ajudou Eduard a pôr o quarto em ordem, depois sentaram no chão e puseram-se a brincar, a menina nunca teve brinquedos, e seu novo amigo tinha muitos, tudo era muito curioso e ao mesmo tempo impressionante.
— O que é você? Seu pai me disse que tem quase a minha idade... — Perguntou ela curiosa.
— Somos vampiros... eu e meu pai e nos alimentamos de sangue... não é tão ruim quanto parece... não precisa ter medo, meu pai está apaixonado por sua irmã e jamais faria mal a ela. De certa forma, meu pai não mentiu. Se eu fosse humano, eu teria a sua idade, mas como não sou... tenho 75 anos, vampiros envelhecem mais lentamente.
A menina sorriu, pois, tinha certeza que seria fácil se acostumar com as novidades, um admirável mundo novo surgia diante de seus olhos e estava disposta a explorá-lo.
— Está com fome? Agora entendo porque Papai deixou essa cesta de frutas aqui, elas são para você.
Wendy se sentiu muito à vontade, sorrindo, aceitou as frutas.
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Beatriz Silva
𝐠𝐨𝐬𝐭𝐞𝐢 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐞 𝐜𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨😍
2024-03-28
2
Rafaela
Que sofrência /Cry/
2023-12-30
1
Diva
O poder de uma oração bem feita.
2023-09-08
2