Santini Lacerda
Eu realmente me arrependo de ter vindo. E talvez a única coisa boa seja o bourbon no meu copo.
— Coloque um sorriso no rosto engomadinho! — Henrry disse erguendo o copo de uísque na minha direção, estava com uma mulher de cada lado, e parecia estar se divertindo muito.
— Não sabe o quanto estou amando estar aqui. Esse ambiente tem tudo a ver comigo Henrry. — Eu reviro os olhos e me sento, e logo alguém senta ao meu lado, provavelmente a mulher que ele queria me apresentar.
— Oi Santini, meu nome é Anelise. Henrry falou de você. — Ela se apresenta tentando puxar assunto.
— E ainda assim teve coragem se se sentar ao meu lado? — Eu fui sarcástico, mas ela pareceu não notar isso. Pelo contrário, abriu um sorriso e pousou a mão na minha perna.
— É por causa do que ele disse que eu estou aqui. Você não quer dançar?
— Eu não danço. — Talvez eu esteja sendo idiota? Talvez, a mulher ao meu lado é linda, mas não gosto desse tipo de aproximação, e eu definitivamente não sou um aproveitador. Não gosto desse tipo de ambiente e fico ainda mais insuportável quando sou levado a fazer algo que não quero. Não tive tempo de dizer nada? ela segurou a minha mão e eu me vi sendo arrastado para a pista de dança. Luzes, música eletronica e gente aglomerada. Me dá fobia apenas de pensar. Anelise agarrou o meu pescoço e começou a dançar no ritmo da música, tentou me fazer seguir o ritmo dela, mas de repente ela me beijou, seu hálito era puro uísque e cigarro e eu detestei. Se fosse só o uísque maravilha, mas nicotina é insuportável, dei um passo para trás esbarrando em alguém que estava atrás de mim, me virei para pedir desculpas, olho para baixo e vejo novamente a vizinha, perto de mim ela era quase um chaveiro. Percebi isso agora.
Só pode ser mais uma das ironias da minha vida.
— Está virando hábito senhor certinho. — Ela deu risada, e me ignorando completamente voltou a dançar, os seus movimentos eram suaves, era como se a melodia da música a guiasse. Anelise segurou a minha mão e saiu me empurrando pelo meio da multidão enquanto eu olhava para trás vendo a minha estranha vizinha que se destacava no meio da multidão. Vi quando um homen se aproximou dela e passou a mão em volta da cintura dela. Anelise estava me encarando visivelmente chateada.
— Desculpe Anelise. Eu não estou com cabeça.
— Sei de algo que pode ajudar. — Me empurrou em direção a parede.
— Eu não duvido, mas eu não estou interessado.
— Santini... Eu só quero transar, não firmar um compromisso. — Olhei para ela espantado.
— Então está atrás do homem errado. — Ela saiu irritada e eu voltei meus olhos para a vizinha. O homem mantinha a mão na cintura dela, e quando ele tentou beijar ela se esgueirou e saiu. Fui para o bar e pedi outro uísque, mas me entregaram no lugar do meu uísque um drink chamado "alegria". Pouco tempo depois ela encostou no balcão e disse que eu estava precisando daquilo.
— Beba. — Ela disse com um sorriso alegre.
— E desde quando você sabe o que eu preciso?
— Você é sempre assim? Carrancudo, sempre afastando as pessoas? Eu só queria me desculpar.
— Só com quem acha que pode me dizer o que fazer.
— Você é muito implicante, deve ser difícil sustentar toda essa arrogância.
— E o que você sabe sobre mim? — Eu a encaro.— Nada. Você não sabe nada.
— Você também não sabia nada de mim, no entanto, deduziu tantas coisas. E agora não posso fazer o mesmo?
— Então você quer um pedido de desculpas.
— Esta vendo? Esta deduzindo algo novamente. — Ela pegou o bebida no balcão e tomou. — Acredito que depois de ficar alguns poucos minutos com você sou eu que preciso disso. — Antes de sair ela ainda tem a audácia de piscar para mim, que petulância dessa princesinha. Vi o Henrry sair com duas mulheres, era a minha deixa de sair dali. Olhei para a pista novamente e o mesmo homem se aproximou dela, eu deveria ir embora mas algo naquela mulher irritante me chamava a atenção. Vi quando ele tentou agarrar ela, mas ela resistiu. Por que esses filhos da put* nunca entendem um não? Estava prestes a ir até lá, mas ela jogou o drink da alegria na cara do desgraçado, e sumiu no meio da multidão.
Pelo menos sabe se defender. — Pensei.
Ao chegar em casa pendurei o terno na lavanderia, e depois coloquei as roupas na máquina. Assisti um pouco de televisão e ouvi quando a minha vizinha chegou cantarolando.
Está precisando disso. — ah se eu topasse com ela esse final de semana. Ela iria ver o que é ser carrancudo. Mas isso não aconteceu, eu não vi o desastre ambulante o final de semana todo.
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Atualizado até capítulo 59
Comments
Cris Araújo
Todos até imaginando, onde isso vai parar
2024-08-20
1
Sonia Beatris
Sr certinho 😂😂😂😂
2024-08-03
0
Deisinha Silva🐶❤🐱
Carrancudo kkkk
2024-06-26
0