Faço o xixi no potinho como indica a embalagem e me sento na tampa do vaso sanitário. Como unha, levanto, ando em círculos, fecho os olhos e suspiro pesadamente. Tudo é novo para mim, eu nunca me imaginei nesta situação, mas, seria necessário, eu não tenho o que fazer. — Transou sem camisinha porque quis, Monalisa! — me autocrítico — mas pensando bem.. eu não lembro de ter feito nada com Léo sem proteção.
Na verdade, eu uso anticoncepcional escondido porque o sonho dele é ter um filho e eu não quero, de jeito nenhum. Não me acho preparada psicologiamente para isso, tenho muitas lembranças gravadas na mente desde a época em que morava com a minha avó e isso me causa um medo terrível. Pensar em ter um filho me traz calafrios onde eu nem imaginava que poderia sentir, além disso, um filho com Leonardo é a última coisa que eu quero para a minha vida. Não que ele seja uma pessoa ruim com crianças ou comigo, mas não tem como confiar nele, não após ele me trair.
— Lisa... — Diana me chama. — Ainda está aí?
— Oi. — saio do banheiro a encontrando. — Aconteceu alguma coisa? — Vejo seu rosto preocupado.
— É... O Leonardo está aí! — Ela segura em minhas mãos e me leva novamente para o banheiro. — Ele bebeu muito e está gritando que você o traiu, te chamando de diversos nomes. O que deu o teste?
— Olha comigo, por favor. — mumurro, aquilo não pode estar acontecendo comigo — estou com medo.
— Vamos lá. — Pega um dos potinhos e o teste. — Esse deu.. negativo. — me entrega e eu sorrio meio constrangida — negativo e... — Ela olha atentamente para o último. — Esse está estranho.
— Estranho como? Deu negativo, né?
— Parece que sim, mas está diferente dos outros. — Ela diz. — Vamos esperar mais uns dias e fazer de novo. — A abraço.
— Obrigada, amiga. — Ela me prende mais forte. — Por tudo.
— Não agradeça, conte comigo para qualquer coisa. — Beija minha bochecha. — agora vai lá e mande aquele nojento ir embora, parece que está louco e disse que só vai embora depois que te ver, vou ligar para o Gael.
— Por favor, faz isso. — digo por fim. — Me dá cobertura. — Beijo suas mãos e quando ia saio do quarto, avisto Leonardo entrando. — Ei, ei.. pode ir dando o fora.
— Não mete essa, Monalisa. — diz meio embolado. — Vamos conversar.
— Não tenho nada para falar não, Léo. — mumurro —Nem temos nada e...
— Não brinca comigo, Lisa! — grita.
— Ué, não estou brincando, não era nada sério e pronto. Cansei disso, perdi muito tempo com esse lance sem sentido.
— Eu vou mudar, Monalisa. — Ele se aproxima me fazendo dar um passo para trás. — Por você, eu mudo.
— Se afasta de mim. — peço encarando Diana — Vai embora, Leonardo, seu tempo acabou.
— Que tempo, Monalisa? Eu tô dizendo que eu mudo por você, amor. — vocifera. — Eu mudo porque eu gosto de você, gosto até demais.
— Não dá mais, Léo. Estarei viajando assim que terminar o estágio.
— Você é ingrata para caramba, eu te ajudei em tudo e você faz isso comigo.
— Obrigada pela ajuda, Leonardo. Mas, não preciso mais de você, posso me virar sozinha.
— Pode, é? — ele dá risada. — essa aí encontrou algum cara com grana para você roubar?— aponta para Diana
— De onde você tirou isso, Léo? — questiono, aquele assunto ainda é delicado para mim — Está inventando coisas, Leonardo
— Eu vi os seus e-mails — encaro Diana — você se acha esperta, mas não passa de uma garota qualquer! Você vai voltar a se vender, não é? Porque aquela pessoa do e-mail vive te chamando para voltar.
— Você não sabe de nada, Leonardo Konami, não sabe!! — grito furiosa e já sinto meu rosto arder. — Saia da minha casa, agora!
— Não se preocupe, vou esquecer de você, nojenta. Não me procure mais não. — aponta no meu rosto. — Puta do caralho.
—Eu lhe procurei? — Pergunto irônica — você está dentro do meu quarto, seu idiota.
— Vai se ferrar, Monalisa. Você e essa sua amiga que te acoberta nos seus vacilos, pelo menos a minha prima fica ao meu lado.
— Vocês se merecem! — grito no momento exato em que Nádia aparece no quarto — Pronto, a dupla está reunida!! Vai embora LEONARDO!
— Não grita com ele, Monalisa. — ela o defende enquanto o abraça de lado, não consigo evitar a cara de nojo.
— Eu mereço. — reviro os olhos. — Saiam, saiam.. corja de podres!
...∞∞∞...
São três horas da manhã e estou sozinha em casa, acordo com um estrondo na porta e tento me encolher na cama pensando ser um assalto, jamais iria levantar e correr o risco de tomar um tiro, facada ou soco no rosto.
Retiro a coberta da cabeça quando a luz se acende. Avisto Leonardo olhar em minha direção, ele está ainda mais bêbado. Permanece alguns minutos imóvel e me encara com um olhar mortal, o meu coração bate acelerado somente por cogitar sua proximidade.
— O que você faz aqui? — Rosno entredentes ao ver ele se aproximar lentamente. — Não vou lhe procurar, prometo. — Ele chega mais perto... e mais perto...
— Eu quero você, Monalisa. — Ele diz com o rosto fechado, aparentemente com raiva. — Eu te amo, ingrata. — disfere uma tapa em minha perna. — Quero você para mim, junto comigo.
— Qual o seu problema? — Grito saltando da cama. — Eu vou chamar a polícia, tá legal? Para tocar em mim, está ficando louco? — O enfrento e isso parece que aumenta a sua ira.
Leonardo se aproxima de mim e prende os meus braços na altura da cabeça na tentativa de me beijar. Chuto com toda a força o meio de suas pernas e corro para a porta. Ele vem atrás de mim manco e me chuta os meus calcanhares, tropeço mas corro e pego um jarro, jogo em sua direção.
— Você vai se arrepender. — Vocifera. — Eu te odeio! — Ele grita se contorcendo de dor.
Minha garganta está seca, o coração acelerado e o meu corpo parece muito dolorido. Então tenho a ideia desesperada de descer as escadas e destrancar a porta principal, corro o mais rápido que consigo pela rua.
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Atualizado até capítulo 77
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