O tempo para ela passou tão rápido que sequer notou quando já havia terminado. Analisando papéis, sequer parou para comer algo ou ir ao banheiro. Estava tão concentrada que não podia interromper. Achou entre os papéis, um erro de contabilidade no balanço das finanças do mês. Aquilo era mesmo um erro ou alguém estava roubando o dono da empresa? A quem ela deveria contar sobre isso? Era seu primeiro dia e já estava envolvida nesse tipo de situação. Isso não era bom.
Sentada em uma cadeira, ela ponderou por quase uma hora se deveria contar para seu supervisor. Até que percebeu que a educação da qual tivera desde a infância não lhe permitia ser de outra forma. Em Uma lufada de ar puxada para dentro de seus pulmões, Samia se levanta e caminha em direção a porta do escritório de seu supervisor. Ela hesita duas vezes antes de finalmente ter coragem para bater.
– Entre!
– Com licença, senhor.
– Quem é você? Não me lembro de vê-la aqui antes.
– Sou a nova assistente do senhor Rizzo.
– Todos nós somos... – Seu óculos cai para o nariz. Ele o empurra com o dedo indicador, antes de perceber que a mulher ainda estava parada em frente a porta.
– Entre e feche a porta.
– Desculpe, senhor. Não posso.
Ele deixa a caneta sobre a mesa, fazendo-a rolar entre os papéis. Juntando suas mãos, ele tenta entender o motivo para aquela mulher ser tão retraída. Esse tipo de coisa não era comum. Quando finalmente parou para olha-la, finalmente pôde reparar no quanto suas feições eram lindas.
– Porque não poderia? Tem medo que eu a ataque?
– Não senhor, é a minha cultura.
– Está na América agora, se pretende se dar bem aqui, deve deixar essas besteiras de lado e fechar essa porta.
– Me desculpe.
Sem jeito, ela fecha a porta com delicadeza. Esta acostumada a não fazer barulhos. Cresceu ouvindo de seus avós que o único som vindo das mulheres devem ser o de suas pulseiras de ouro balançando em seus braços. Caminhando devagar, ela se senta em frente ao homem, colocando a pasta bege em cima da mesa.
– Agora me diga o que há de errado.
– Senhor... – Ela respira profundamente antes de continuar. – Já havia acabado o meu serviço e vi que...
– Terminou todo aquele serviço?
– Sim, senhor.
Ele se recosta contra a poltrona giratória, fazendo movimentos que a fazem ficar tonta. – Já vi que não é o tipo de mulher que faz corpo mole.
– Senhor, eu encontrei alguns erros.
Ele se assusta. – Onde?
Abrindo as paginas, ela procura pelo local onde riscou com uma caneta marcadora de texto. – Olhe, os números não batem. Isso poderia ser um grande problema no balanço geral da empresa. Eu não sei se foi proposital ou... Eu não sei, mas achei que deveria vir conversar sobre isso.
Tomando a pasta de sua mão, ele a fecha, olhando para o nome escrito nela. Levanta-se da poltrona tão rápido, que Samia não conseguia reagir de outra maneira a não ser segui-lo. Ela sabia que havia um grande problema, mas o que?
– Senhorita Jacobs. – A voz do homem reverberou por todo o escritório, fazendo com que todo serviço fosse paralisado. Quando a mulher finalmente se levanta, ele se despede de Samia. – Fez um ótimo trabalho. Eu cuido disso agora. Vá para sua casa agora. Volte amanhã.
A verdade é que a Callie Jacobs havia cometido um grave erro ao não se atentar para os números descritos por ela nos relatórios. Era sua função calcular lucros líquidos da empresa, mas entre bares e restaurantes caros, esqueceu-se de se concentrar realmente. Acompanhando o supervisor, ela olhava para a Samia como se quisesse fulmina-la.
Olhando para a mulher que entrava no escritório, Samia encarava-a como se fosse sua obrigação ajuda-la. E depois, com a porta fechada, se perguntava o que aconteceria. Mas já era muito tarde para ajuda-la. Só poderia ir para casa e esperar que ainda estivesse ali no dia seguinte. Agarrando sua bolsa simples, como as que usava para ir a universidade, ela sai do prédio luxuoso em direção ao ônibus mais uma vez. É claro que não esperava que seu pai a buscaria. Era a primeira vez que ela voltava do trabalho e estava muito tarde. Ele queria manter sua segurança, ou ao menos era o que ele lhe havia dito quando entrou no carro. A verdade é que seu pai temia aos Happy haur que via na televisão, em filmes americanos que assistia escondido de seus filhos porque temia que isso pudesse influencia-los.
– Como foi seu primeiro dia.
– Muito bem.
– Só muito bem? Não aconteceu nada de importante.
Ela estava feliz. Seu pai mostrava interesse por seu trabalho. Talvez fosse um bom sinal, talvez se tudo ocorresse bem, ela poderia ficar ali e crescer na empresa sem romper com sua família. Seu pai, no entanto, pensava de outra forma. Esperava que sua filha se contasse sobre com quem ou onde conversou com homens. Ele sempre foi muito tradicional, e o fato de sua filha estar em um emprego já era demais para ele esquecer tudo que aprendeu.
– Sim, não teve nada de importante.
– E quanto ao senhor Rizzo? Não é a assistente dele?
– Eu e mais duas dúzias de pessoas, baldí. (Pai).
– Ótimo!
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 94
Comments
Cleidilene Silva
vamos prosseguir está boa.
2024-11-18
0
Carmem Azambuja
por enquanto indo bem.
2024-03-26
1
Adiji Abdallah
Tô gostando dessa história
2023-02-16
3