Quando Samia chegou em sua casa, a mensagem das mulheres estava em seu celular. “Você pretende ir ou não”. Não havia outra escolha a não ser responder. Sabia que continuariam a perguntar, até que a resposta fosse sim. Seu pai não olhava seu celular, ele sequer sabia como usar esse tipo de tecnologia. Sabia, no entanto, que sua filha era confiável o suficiente para ter um aparelho como aqueles. Haviam anos que tinha aquilo em suas mãos. Seu noivo ligava para ela quando não estava tão ocupado em suas viagens, mulheres e luxo que o dinheiro poderia pagar. Ela nunca gostou de como ele falava com ela. Sempre parecia que ela deveria ser grata por ele ter se interessado por ela. A verdade é que Niraj tinha a grande necessidade de se auto afirmar. Ele não era um assíduo seguidor da religião e muito menos os dogmas de sua religião. Na verdade, era um homem rude e soberbo. Não costumava ser gentil nem mesmo com seus pais idosos, e ela sabia que em algum momento acabaria levando uma nova esposa para casa. Havia dinheiro suficiente para se vender mais uma vez quando enjoasse dela, caso ela lhe desse o primeiro filho, uma menina.
Quando Samia saiu de casa pela manhã, não sabia como seria seu dia ou que conheceria a face do diabo em sua visão. Era a primeira vez que desobedecia seus pais e rezava para que não fosse descoberta. Andou pelas ruas da cidade próximo ao seu trabalho até que suas amigas fossem busca-la. Quando entrou no carro, tinha certeza de que seu pai a estava vigiando em frente ao grande prédio da Família Rizzo, mas tudo não passava de uma vaga impressão. A festa começaria apenas a tarde, mas ela não sabia mais para onde ir ou para quem deveria ligar. Quando o carro da Callie seguiu viagem, teve um pressentimento ruim, ela sempre tinha esse tipo de coisa quando algo iria acontecer, mas preferiu ignorar. Talvez o fato de estar fazendo algo escondido pela primeira vez em sua vida esteja causando esse tipo de sentimento nela. Depois de dirigir por quase duas horas, Aria desceu do carro e entrou em uma casa, onde demorou alguns minutos para sair.
– Onde você foi?
– Ao banheiro.
– E porque demorou tanto? Você só tinha a tarefa de pegar as roupas.
– É, mas o que eu posso fazer? A dor de barriga não espera.
– Nossa, você é tão nojenta.
– Mas foi você quem perguntou.
– Nossa, deixa para lá. Melhor irmos agora.
– Não esta cedo?
– Não, para você, esta tarde. Ainda temos que te arrumar...
Olhando para elas de um jeito confuso, havia algo no ar que Samia não conseguia compreender. O carro seguiu viagem mais uma vez, e quando parou na garagem lotada de carros de uma luxuosa mansão, Samia ficou encantada. Sempre gostou da decoração mais simples, mas havia algo que a encantava naquele lugar.
– Vamos lá, vista isso.
Quando Samia segura a pequena peça de roupa que a Callie lhe entrega, desejou não ter aceitado ir aquela festa, mas era tarde demais. Ela não poderia recusar-se a usa-lo, não havia levado nada apropriado para uma festa de um lugar como aqueles. Havia uma grande chance de que conhecesse seu chefe. Sem jeito, ela hesitou tirar a roupa. Precisou que as mulheres saíssem do carro para que ela aceitasse trocar-se ali dentro.
Sem qualquer maquiagem ou penteado elegante como das outras mulheres, ela saiu do carro usando apenas um vestido preto de veludo que possuía uma abertura frontal bastante sexy. Era algo revelador que Samia jamais usaria em outra ocasião em toda sua vida. Seus sapatos eram pretos e bastante altos. Ela usava coisas assim, mas não estava acostumada a ficar tão exposta. Suas saias costumavam cobrir os seus pés, nem mesmo seus ombros poderiam ficar amostra. Para seus pais, era algo sensual demais. Estava ofegante e não sabia se deveria mesmo ir para aquela festa. Quando suas amigas a viram, o olhar de inveja era nítido, mas Samia não levou a mal. Tinha um metro e setenta e nove de altura e cabelos muito longos que viviam presos. Era comum que a olhassem assim.
Aria caminhou até ela e rapidamente puxou a presilha que segurava seu longo cabelo.
– Por favor, me devolve. – Diz, enquanto espalhava a mão no ar para pegar o objeto.
– Quer se misturar ou não?
– Sim!
– Então vamos. Agradeça por não termos passado maquiagem em você.
Samia não entendeu o que queriam dizer. Indianas costumam usar muita maquiagem, ela apenas era uma mulher mais puritana. Não estava interessada em chamar tanta atenção porque sabia que em um país estrangeiro, tudo isto poderia ser demais para as outras pessoas.
Ao entrar no salão, ela viu um mundo a qual achou que nunca faria parte. A decoração luxuosa, as bebidas, tudo ali gritava o quanto ela era deslocada do se ambiente. A música alta que tocava, não era o que ela estava acostumada a ouvir, e muito menos esperava algo assim de uma festa dada pelo seu chefe. Parecia algo tão informal. Olhando ao redor, não viu quase ninguém do escritório além delas. Deu-se conta de que estava ali quase que de penetra.
– Eu acho melhor nós irmos.
– A não, você fica! Sabe o que eu precisei fazer para conseguir esses convites?
– Não, o que?
– Meu bem, foi uma pergunta retórica. Vamos lá!
Segurou na mão de Samia, obrigando-a a avançar pela festa. Callie e Aria riam o tempo todo enquanto conversavam em segredo algo que somente ela não deveria saber. Quando sua amiga lhe trouxe um copo com bebida, recusou-se. Álcool não deveria ser consumido, sobretudo porque a tiraria dos eixos.
– Não é alcoólica, meu bem. Beba!
Samia segurou o copo e hesitou em dar o primeiro gole, mas quando percebeu que de fato não era uma bebida alcoólica, se permitiu relaxar.
As luzes que viam de algum lugar piscavam, deixando a casa como em boates que ela havia visto no cinema uma vez com a sua avó. Dançou da forma que sabia. Era sempre muita habilidosa com a dança e a conquista. Isto era preciso, mas não esse tipo, então permitiu-se apenas balançar seu corpo no ritmo da música, enquanto sentia seus longos cabelos livres serem soprados pela ventilação que vinha de algum lugar que ela não conseguia identificar. Notou tarde demais que haviam muitos olhando para ela. Um deles se aproximou, e a cada recusa, ela se sentia mais desconfortável. Podia apenas sentar-se em um sofá e tentar não chamar tanta atenção. Mas para alguém como ela, isto era impossível. Começou a se sentir mal depois de algum tempo. Ela sabia que deveria ir para casa. Mas mal podia sair sem ajuda. Subiu as escadas da casa a procura de suas amigas que haviam ido para lá na sua frente, como se servissem de guia. Ela mal sabia o que estava fazendo quando decidiu obedece-las.
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Atualizado até capítulo 94
Comments
Janete Neves
Ela não é burra,não teve experiência nenhuma na vida.
2024-10-26
0
Nalva Oliveira Silva
vrd além de ingênua ela é burra
2023-12-19
0
Judes Nascimento
por mais ingênua que vc seja, jamais vá atrás de quem vc não conhece... desobedece aos pais indo de encontro a sua cultura e fazendo coisas pra agradar a quem não conhece... assim que se quebra a cara 😔
2023-06-16
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