...Adriel:...
Depois da minha transformação, passamos mais um tempo juntos em família. O lado ruim do passado é que eu via isso como perda de tempo. O lado bom de saber tudo o que eu perdi é que agora eu sei que há muitas coisas que estão acima de qualquer outra coisa.
Como a minha família. Perder meus pais e vê-los morrer na sua frente sem poder fazer nada é doloroso; perder meus filhos é a agonia em vida.
Depois disso, fui dormir. Amanhã tenho que ir ver meu pequeno; com certeza o tio Lucas estará lá e eu quero aproveitar para falar com ele.
Acordei, como faço todas as manhãs, com medo de que isso fosse apenas um sonho e eu acordasse na crua realidade.
Mas mesmo assim acordei e vi meus móveis antigos, minhas mãos, mas a dor no meu peito ainda estava lá.
Levantei-me e…
John: Amigo, você já está pronto? Estamos atrasados.
Adriel: Atrasados? Para quê?
John: Como assim “para quê”? Está certo que você vai ser o alfa, mas mesmo assim temos que estudar. Anda logo, se chegarmos atrasados, o professor não vai nos deixar entrar.
Nesse momento, me veio à mente…
A universidade.
Droga, voltar ao passado também implica isso: eu tenho que voltar para a escola! Que beleza, já sei tudo o que preciso saber, agora vai ser mais chato ainda.
De qualquer jeito, fui tomar banho e saí pronto para ir para a aula. Antes, eu espantava o tédio com qualquer vadia, humana ou loba, que me desse trela, mas agora não. Vou ser casto e puro para o meu Kevin.
Tomei café da manhã em família.
Ao chegar à universidade, milhares de lembranças me vieram à mente. Naquela época, eu não me importava muito com os estudos, mas, mesmo assim, era um requisito para poder herdar o legado do meu pai.
As aulas foram chatas como sempre, mas desta vez eu me mantive na linha. Como sempre, havia uma ou outra que não perdeu a oportunidade de se insinuar, mas desta vez eu não dei bola.
À tarde, ao passar pelo shopping, lembrei-me de que ontem não comprei nada para o meu pequeno, pois depois que ele foi embora, eu fiz o mesmo.
Adriel: John, precisamos passar no shopping. Ontem, com o Leonardo lá, não consegui comprar o presente do meu pequeno.
John: Você não acha que está sendo muito próximo desse garoto?
Ele me olhou com expectativa, como se quisesse procurar algo em meu olhar.
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Adriel: Acho que vamos ter que contar a ele.
Dark: Sim, vamos ter que contar. Além do mais, todo mundo vai acabar suspeitando.
Adriel: Amigo, vou deixar você ver uma coisa, mas quero que você mantenha a mente aberta.
Ele assentiu e eu comecei a relaxar, deixando que ele entrasse na minha mente e lesse meus pensamentos. Isso é algo bom, porque ele pode ver o que eu vi ou ouvi através da transfusão mental. Normalmente, um lobo pode ouvir os pensamentos de alguém do seu próprio clã que esteja vinculado. Os alfas, quando ascendem, fazem um pacto com a alcateia e, dessa forma, podem ouvir todos os pensamentos da alcateia, claro, sempre e quando eles os deixem entrar em suas mentes ou os vinculem. Mas com a transfusão mental, ele pode ver imagens que só eu me lembro ou ouvi e, como se fosse um filme de ficção científica, eu o deixei entrar na minha mente.
Comecei a mostrar imagens das nossas festas e saídas, das nossas aventuras regadas a bebida. Também mostrei o dia em que conheci o Kevin, embora, claro, eu não o tenha deixado ver as imagens do meu ômega dormindo ou nu. Mostrei como escondi que ele era meu destinado e o engravidei para que ele não me deixasse, como o perdi, o quanto sofri ao perdê-lo e, além disso, como as coisas acabaram, a sua morte, a dos meus filhotes e da minha família, e como eu voltei no tempo.
John: Maldito bastardo.
Foi a primeira coisa que ouvi dele, seguida de um soco.
Adriel: Ai, isso dói!
John: Você é um filho da puta, sabia?
Adriel: Ei, você tem que me respeitar! De onde eu venho, eu era um alfa!
John: Pois aqui você ainda não é, e enquanto não for, vou continuar te tratando assim. Você foi um idiota, sabia?
Adriel: Sim, eu sei. Mas agora eu pretendo fazer as coisas direito, e você vai me ajudar.
John: E o que eu ganho com isso?
Adriel: Ter a sua companheira aos 18 anos e não aos 32, como naquela época. A Nia é irmã do Leonardo.
John: Como é que eu não percebi isso?
Adriel: Vai saber, talvez porque nunca estávamos na alcateia e passávamos o tempo todo na farra?
John: Você acha?
Adriel: Acho.
John: E agora, o que você vai fazer? Pelo que eu vi, o Leonardo não gostou nem um pouco do que você fez.
Adriel: Por isso eu pretendo me comportar para ganhar pontos com o cunhado. Além disso, desta vez eu vou ficar perto do meu pequeno.
John: E aquela tal de Ravena e o rei Rasad?
Adriel: Eu não sei, mas preciso pedir ajuda ao rei Lucas.
John: Bom, então eu tenho que comprar quatro buquês de flores.
Adriel: Por que tantos?
John: Um de rosas vermelhas e brancas para o meu amor e três de outros tipos de flores para as minhas cunhadas e para o meu sogro, o William. Preciso conquistá-lo para ser o genro predileto.
Adriel: Bom, então eu também tenho que fazer o mesmo. Vamos lá.
Fomos comprar os presentes no shopping. Não sei que brinquedos o meu pequeno gosta, mas eu comprei um ursinho de pelúcia enorme para ele.
Além disso, eu tinha um ás na manga: também precisava conquistar o sogro, o Stefano. Aquele velho é um pé no saco, mas é necessário.
Chegamos à mansão.
Mike: Filho, e todos esses presentes?
Adriel: Ah, pois é, pai. Hoje é aniversário do irmãozinho do Leonardo, e eu pretendo ir.
Mike: Ok, filho. Só não vão chegar atrasados, está bem?
Assenti e fui me trocar. Mas antes de sair, entrei sorrateiramente no escritório do meu pai. Ele tem um quarto secreto onde esconde seus tesouros, e um deles são cinco garrafas de uísque que ele guarda a sete chaves. Acho que se eu roubar uma, ele não vai perceber.
Entrei e peguei a garrafa de uísque, mas ao me virar, dei de cara com o meu pai.
Merda! E agora, o que eu digo?
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Atualizado até capítulo 70
Comments
caroline souza
Diga que se ferrou Adriel kkkkkk
2025-04-13
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