Capítulo - 06

Mas é claro que o destino não estava ao meu favor porque? Simplesmente quando íamos para começar o jogo de queimada, o infeliz do diretor falando pelo auto - falante nos mandou ir para ao pátio da escola o motivo, uma palestra sobre algo que provavelmente não me interessa. Sai do vestiário já vestido com a roupa de antes menos a jaqueta que era do Derek que estava nas minhas mãos e encontro a bela a me esperar.

- Com medo do que eu mate aula Bell? - Brinco divertido. - Vamos.

Ela riu e começou a me acompanhar.

- Sinceramente? Estou surpresa que você ainda não tenha decidido matar aula. - Falou reflexiva. - Por isso está chovendo.

Olhei para as janelas do corredor vendo o tempo nublado com gotas de chuva a despencar do céu.

- Ainda estou pensando nisso. - Revelei pensativo. - Estou ponderando se vale a pena escutar os seus sermão depois.

Bella virou o seu rosto na minha direção surpresa.

- Só por isso? Não tem outro motivo não? - Perguntou desconfiada. - Que não seja levar bronca depois.

Eita que a baixinha sabe ser certeira as vezes, não que eu tenha dado na cara o meu interesse pelo grandalhão.

- Não viaja. - Mudei de assunto rapidamente. - Posso dormir quando foram falar na palestra?

Balançou a cabeça e suspirou não acreditando no que escutou. Qual é, quem consegue ficar ouvindo uma palestra sem parar, sem dormir nem que seja alguns minutinhos? É ninguém, e comigo não seria diferente.

- Não, não pode. - Ralhou seriamente. - Pode ter assunto sério.

- Claro...- Murmurei com um mínimo de um sorriso. - Pode deixar não vou dormir.

- Fico feliz com a sua decisão.

Vai pensando Bell que ficarei perdendo o meu tempo ouvindo essas baboseiras enquanto posso muito bem dormir. Adentramos no pátio um lugar aberto com uma cobertura no lado de fora da escola, estava lotado com os alunos a se sentarem em cadeiras de plástico brancas, suspirei caçando lugares vazios e encontrei só não era o que esperava encontrar. O destino sabia ferrar com a minha vida as vezes, olhei para Bella que ficou petrificada encarando o mesmo lugar que eu olhava. O grandalhão junto dos seus irmãos estavam sentados em suas cadeiras na fileira atrás e na frente solitárias havia duas cadeiras, uma na frente do grandalhão e a outra na frente do de cabelos de bronze, suspirei pondo a mão nos ombro de Bella a incentivando a ir.

- Bell, eles não mordem. - Falei quando a sua atenção estava voltada para mim. - Eu acho....

Bella me olhou confusa por alguns instantes.

- Do que você está falando Stiles? - Acusou - me estreitando os olhos. - Você é estranho.

Dou um sorriso de lado nada afetado ao ser chamado de estranho.

- De você. - Apontei dando de ombros. - Ficou paralisada ao ver o crush de cabelos acobreado como se ele fosse te morder. - Sorri ignorando a vermelhidão das suas bochechas. - Mas....

- Mas o quê? - Perguntou constrangida.

- Acho que ele é um gay incubado. - Revelei viajando nos pensamentos. - Não se decide se sai ou não do armário, indeciso no que acha que amor ou uma simples interesse por curiosidade...hum... - parei de andar pensando. - Se ele não se decidir logo vai perder a pessoa que mais ama, ah um gavião a espreita pronto para tomar o que é dele a qualquer deslize.

Fechei os olhos sentindo os arder e respirei fundo, da onde ele tirava aquelas coisas?

- Gay? - Perguntou surpresa olhou para os irmãos, precisamente o seu crush e o examinou. - Olhando para esse lado, ele tem a mesma cara de gay incubado. - Disse dando de ombros. - Como é que você sabe dessas coisas?

Segui o seu olhar para os irmãos que nos olhavam bem não tinham como não olhar, eu e Bella andávamos em suas direção até às cadeiras livres e tentavam esconder as suas expressões de divertimento, incredulidade e surpresa e um tanto que irritado vindo do acobreado como se tivessem ouvindo toda a nossa conversas, um sorriso nervoso formou nos meus lábios ao encontrar o olhar do grandalhão e tentando não corar abaixei o rosto.

- Não sei Bell. - Falei sincero passando as mãos no cabelos. - E como se eu estivesse no modo automático, sei que tenho uma dedução de juntar fatos impressionante e os concluir sem ao menos saber dos detalhes é só olhar e examinar a pessoa, na sua postura, expressão corporal e facial e até no estilo de roupa que usa e como se elas falassem a resposta e indicassem um caminho para o acerto, não é algo que consigo controlar e não é algo que sempre acontece, isso só acontecia diariamente quando eu estava perto de....

Cortei a fala, já estava revelando de mais e o fato de que estar perto do sobrenatural de novo que fez o meu "dom" se ativar novamente, ficar perto de uma aldeia de lobisomens de novo ainda vai me trazer problemas.

- Incrível. - Disse ela chocada. - Por isso que disse que era um investigador nato.

- E por aí. - Resmunguei como se fosse nada, finalizando o assunto.

Caminhamos rumo às cadeiras e nos sentamos e eu por pura vergonha não levantei o olhar assim que me sentei na cadeira em frente ao grandalhão mesmo me coçando inteiro para o olhar.

- Não dorme. - Bella chamou a minha atenção quando inclinei a cabeça no encosto da cadeira e fechei os olhos. - Você disse que não iria dormir.

Suspirei pesadamente e encarei o teto.

- Eu deveria ter ido embora na primeira aula. - Reclamei emburrado. - Ficar ouvindo gente falando por uma hora completa e fogo.

- Pare de reclamar. - Sussurrou ela. - Você nem sabe do que se trata.

Tentei conter um sorriso convencido mas não consegui, voltei a fechar os olhos.

- Eles vão falar sobre os ataques de animais que vem ocorrendo ultimamente e do novo assassino em série quem vem rondando as cidades vizinhas, que provavelmente já pode estar em Forks. - Murmurei dando uma pequena resumida das informações que recebi. - Eles querem que tomemos cuidado por que o principal alvo do assassino são jovens entre 11 e 30 anos, o assassino tem uma estranha mania de esgotar o sangue de suas vítimas e esquartejar logo em seguida.

Permaneci com os olhos fechados, não querendo ver a sua expressão chocada e assustada.

- Como?

- Como o que Bella?

- Como você sabe de todas essas informações? Ninguém sabia, eu não sabia e meu pai não me falou nada. - Reclamou alterada. - Como?

Suspirei pedindo paciência para manter a calma abri os olhos e girei o rosto e o corpo de lado para a olhar, Bella me olhava irritada e de modo acusatório, arquei a sobrancelha com um sorriso debochado na cara.

- Já ouviu falar de noticiário? Ou de jornal? Você por acaso já que chegou um dia e perguntou ao seu pai como foi o trabalho ou se interessou no que ele faz ou a menos perguntou se aconteceu algo? - Perguntei retoricamente irritado a fazendo se encolher. - Por acaso você notou que tem três caçadores com rifles de caça nas mãos lá no palco? - Perguntei apontando o dedo na direção que estava os caçadores. - E que há cinco animais diferentes entalhados em exposição atrás deles? - Ficou quieta e isso me incentivou a continua. - Observe, análise, junte os fatos e conclua e isso que faço de melhor com um raciocínio rápido e lógico, então antes de vir acusar ou cobrar resposta, pense e encontre a sua própria resposta Isabela. - Finalizei e sorri mordiscando o lábio. - E ontem entrei na rede da escola para saber os meus horários e acabei por ler a agenda da escola, agora posso voltar a dormir?

Bella me olhou estática sem saber o que falar, cruzou os braços e a suas expressões murchou ao se dar conta de algo.

- Você está certo Stiles. - Disse com um suspiro triste. - Eu só cresci com a minha mãe, e você sabe como ela é, avoada e essas, então sempre tive que olhar por ela e se preocupar e cuidar dela, mais isso não justifica a minha falta de se importar com o meu pai.

Dei um longo suspiro e peguei a sua mão.

- Olha Bell sempre há tempo para mudar de atitude. - Falei melancólico. - Diferente de você eu cresci só com o meu pai, quando perdi a minha mãe, Noah se afogou no trabalho para esquecer a dor da perda e consequentemente esquecendo que tinha um filho de 10 anos para cuidar, meu pai chegava todas noite do trabalho bêbado, bebia ao ponto de esquecer quem ele era, eu dava banho e colocava para dormir quando o mesmo não conseguia nem raciocinar direito, essas ações duraram por três anos completos, durante esse tempo aguentei todo as bebedeiras, a negligência, a falta de um pai, os xingamentos e tendo que lidar ainda com a minha própria dor, com o peso de uma responsabilidade que uma criança entrando na conturbada adolescência não deveria ter , cuidar da casa e com os assuntos da escola, cuidar de um pai preso num luto mas. - Fiz uma pausa e respirei fundo, olhando os olhos da Bela a lacrimejar. - Eu tinha que ser forte por mim e pelo meu pai, não podia me permitir a sucumbir na dor, pois sabia se fizesse isso seria a ruína dele, da pessoa que mais amo.

- O que fez ele mudar? - Perguntou com a voz embargada. - O que levou a mudar de atitude.

- Quando não consegue mais esconder que tinha ataque de pânico e crises de ansiedades . - Falei sorrindo fracamente. - Guardar tudo para mim trouxe consequências, consequências essas que poderia ter me levado a morte se meu pai não tivesse me encontrado no chão da sala inconsciente e sem conseguir respirar em meia uma crise dupla de ataque de pânico e ansiedade e me levado ao hospital a tempo. - Apertei a sua mão quando ouvi o seu soluço. - Então ele mudou depois disso, mudou ao ver que quase me perdeu, mudou porque quase viu o seu único filho morrer em seus braços em seu único momento de lucidez, mudou ao ver que com as suas ações estavam levando uma desistência da minha parte, eu estava desistindo dele e Noah percebeu ao ver no meu quarto uma mochila com todas as minhas coisas, eu planejava fugir de casa naquela noite.

- E agora? - Fungou chorosa.

Dei uma risada.

- Ele voltou ser o que era antes do falecimento da minha mãe só que pior. - Sorri emotivo. - Um pai hiper coruja e super protetor, atencioso e amoroso, um pai presente e que ama ficar no meu pé e que mata qualquer um que tenta fazer mal a mim e isso só piorou quando casou com Peter Hale e os dois se juntarem no modo pai. - Dei uma risada divertida ao lembrar das situações que todos eles promoviam. - Agora tenho que lidar com um primo, uma prima, uma meia irmã e meus pais no meu pé vigiando os meus passos rosnando a qualquer tipo de aproximação, ameaças ou futuros namorados.

- Você mudaria algo se pudesse voltar no tempo? - Perguntou-me surpreendo.

Olhei - a pensativo.

- Não, eu não mudaria. - Falei convicto. - Se não fosse por esses acontecimentos eu não seria o que sou hoje e nem teria encontrado as pessoas que mais amo, não teria encontrado a melhor família do mundo mesmo eles sendo um pouco fora do normal e fora da casinha. - Baguncei os seus cabelos a fazendo rir e logo fiquei sério. - Bella por mais que Forks aparente ser seguro e pacato sempre a algum mal à espreita, nas sombras pronto para pegar um desavisado e o seu pai junto dos outros polícias são o que estão na linha de frente para manter a segurança, pense nisso, nunca é tarde para mudar de atitude mais em raras ocasiões ela não espera, ela age e você pode vir a se arrepender depois.

Voltei a inclinar a cabeça sobre o encosto da cadeira e a fechar os olhos.

- Fico feliz que tenha melhorado as coisas com você Stiles. - Disse de repente. - Vou pensar no que disse na última parte, mais por que você ficou tão sério ao falar de Forks e perigos que ficam escondidos.

Soltei um outro longo suspiro mas permaneci com os olhos fechados pensando no que iria dizer para não revelar demais, abrir os olhos e a olhei.

- Porque Beacon Hills era do mesmo modo que Forks pacata, calma, segura e nada acontecia, mas isso acabou quando veio a primeira morte, um corpo pela metade na floresta e foi dado como ataque de lobos ao ter uma testemunha, depois veio outro e quando víamos um serial killer começou a fazer as suas vítimas a cada dois dias, corpos eram encontrados comidos, sem membros era uma verdadeira cena macabra. - Falei com pesar. - Quando um assassino era preso outro aparecia, matando e sequestrando criando um tipo de ritual satânico...

- Chega! - Me interrompeu assustada. - Está bom, já entendi.

Dei uma risada alta e balancei a cabeça em negação. Acho que Bella não aguentaria lidar com as situações que eu e meus amigos passamos para proteger a cidade

- Desculpa. - Falei sem um pingo de arrependimento. - Me empolguei.

Ela me olhou e revirou os olhos e abriu a boca para falar mas parou quando começaram a falar no palco e começou a prestar a atenção no que diziam.

- Se eu contasse que esses serial killers eram na verdade criaturas sobrenaturais me internaria num hospício Bella. - Murmurei baixo só para mim não sabendo que logo atrás os irmãos estavam chocados e incrédulos ao ouvirem toda a conversa perfeitamente bem. - E que eu e meus amigos salvamos a cidade de Beacon Hills várias vezes deles, não acreditaria.

Voltei a ficar no modo viajando na maionese com os olhos fechados e suspirei pesadamente com a louca e imensa vontade de ir embora.

- Que essa merda termine logo.

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