CAPÍTULO — A PRISÃO DOURADA
Ah, minha gente... se vocês acham que já viram de tudo, se preparem. Porque hoje começa oficialmente o show de horrores em forma de matrimônio compulsório. E adivinha quem é a estrela principal? Ela mesma: nossa doce e agora confusa Sara!
A dor de cabeça veio como uma onda brava, daquelas que nem ibuprofeno resolve. Sara abriu os olhos devagar, e foi como acordar de uma rave que ela nem sequer frequentou. Tudo girando. Nada no lugar. E a ressaca... bem, a ressaca era da vida mesmo.
— Meu Deus... que dor de cabeça! Parece que estou de ressaca, mas nem me embriaguei... Ai, tudo está girando... Onde estou? Pai? Pai?!
Sim, ela chamou o pai. Mal sabia ela que aquele era o último grito de liberdade. Porque, meus amores, quando ela bateu o olho naquele quarto mais decorado que vitrine de loja fina, percebeu que estava presa... com classe. Porque luxo, a gente tem que admitir, o lugar tinha.
Mas a maçaneta? Trancada! Sim, TRANCADA! Já imaginou ser sequestrada em alto estilo? Pois é, nossa princesa do interior acabou de ganhar o título de "refém com vista para o jardim francês".
— Alguém me ajuda!
Mas ninguém ajudou. Ninguém nunca ajuda nas novelas, né? E lá estava ela, jogada no chão, chorando como mocinha de comercial de perfume — dramática e linda.
Enquanto isso, lá embaixo, pisadas de sapato caro ecoavam pelo mármore. E quem vinha? Quem? O próprio vilão com voz mansa e olhar de quem já leu o roteiro inteiro: Rodrigo Vasconcelos.
— Ela acordou! Ouço gritos... Vamos ver a nova senhora Vasconcelos.
Sim, senhoras e senhores. "Senhora". Vocês não estão preparados.
Lá em cima, nossa Sara teve uma ideia digna de final de novela das nove: o abajur! Porque se o amor não salva, talvez um objeto de decoração salve.
Ela ficou ali, toda guerreira, com o abajur na mão, pronta pra dar na cabeça do primeiro que ousasse entrar. E então... tcharam! A porta abriu!
— Ei! Calma! Não me acerta com isso!
Mas Sara estava furiosa. Quem não estaria? Você dorme mocinha livre e acorda esposa sequestrada!
— Quem é você? O que estou fazendo aqui? Cadê o meu pai?! Anda, fala! Se não, eu acerto você! Não ligo se é mais velho!
Pausa dramática. Rodrigo sorriu. Sim, ele sorriu. O homem é de outro mundo.
— Uma pergunta de cada vez, mocinha. Vamos lá, solta esse abajur.
— Não!
A plateia vibra. Eu inclusive.
Rodrigo se apresentou com a calma de quem manda e desmanda em novela: dono da casa, inimigo dos limites e... agora, sogro forçado.
E foi aí que veio o golpe final:
— Quero você. Mas não como imagina. Quero você para o meu filho, Vinícius.
Gente, a menina mal acordou e já virou presente de casamento?! Isso nem o cupido explica.
Ela olhou para as fotos espalhadas pelo quarto. E lá estava ele: o tal Vinícius. Sorriso de galã de comercial de xampu e cara de “vou causar muito”.
— Sim, é ele. E você está casada com ele.
O abajur caiu. E com ele, toda a sanidade da moça.
Sara Vasconcelos. Isso mesmo. O sobrenome já veio com boleto de responsabilidade incluso.
Rodrigo explicou o plano diabólico: dívida do pai, casamento forçado, futuro brilhante na culinária, mas com a condição mais absurda da galáxia: não pode se separar.
E pra fechar com chave de ouro:
— Tome um banho, vista-se. O closet é todo seu. A partir de hoje, você e Vinícius dividirão esse quarto.
Sim, ele falou isso e saiu como se tivesse dado um bom-dia. Cinismo nível 1000.
Agora, respira, porque o próximo ato é digno de aplausos.
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Mais tarde, na mansão Vasconcelos...
Vinícius Vasconcelos — também conhecido como "o presente de casamento que não pediu por isso" — subia as escadas assobiando. O rapaz estava achando que ia ganhar um carro novo, um relógio caro, talvez uma viagem pro Caribe. Mas não, amores. O destino entregou uma esposa.
— Papai! Cheguei. Qual é a surpresa?
— Tá no seu quarto.
Gente, nem o diabo prepara armadilha com tanta calma.
E lá foi ele, todo serelepe, subir as escadas. Mas quando abriu a porta... BUUUM!
— Ah... Meu Deus. Quem é você?
— Sua esposa.
Ah, a cara dele! Se vocês pudessem ver! O homem ficou branco, pálido, mudo. E olha que isso nem é casamento de verdade — é contrato disfarçado de romance.
— Isso é uma piada?
— Infelizmente, não. Sou Sara Vasconcelos.
Ele tentou rir, mas não colou. A realidade bateu com força. E ele desceu as escadas como se o elevador estivesse pegando fogo.
— Pai, que loucura é essa?!
Rodrigo, o diretor dessa ópera caótica, respondeu com a maior naturalidade do mundo:
— É sua esposa. Linda, não é?
Vinícius surtou. Eu também surtaria.
— Você é maluco! Casar com uma desconhecida?!
— Já está feito. Agora sentem. Vou explicar as regras.
REGRAS, MINHA GENTE. TEM REGULAMENTO!
Sara veio logo atrás, com dignidade, salto alto e raiva contida.
— Tem mais regras?
— Sim. Quero vocês dois no mesmo quarto. Quero netos. E se vocês se separarem, perdem tudo.
NETOS! O homem quer netos! Alguém chama a polícia do bom senso!
Vinícius tentou argumentar.
— Eu não assinei nada!
— Mas eu tenho a assinatura. Confie em mim, filho.
Com esse “confie em mim” começou metade dos traumas de novela, viu?
Ah, e claro, pra encerrar com elegância...
— O casamento na igreja é semana que vem. Depois, lua de mel. Sara escolhe o destino.
Sara, mesmo no meio do caos, brilhou.
— Posso mesmo?
Ela já estava pensando em Paris, Roma, ou qualquer lugar que desse pra fugir por uma janela.
E como se não bastasse:
— Já te matriculei na melhor faculdade de culinária do país.
Sara sorriu. Foi discreto, mas eu vi. A esperança nasceu como uma plantinha em solo rachado.
E Vinícius, subindo as escadas feito criança birrenta, começava a perceber que sua vida ia virar um caos delicioso.
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Atualizado até capítulo 96
Comments
Lilian Sousa
kkkkkkkkkkkkkkk
2025-01-07
1
Creuza De Jesus Oliveira Alves
Nossa ela tá muito calma aceitou se primeira sem mesmo questionar nossa to surpresa
2024-12-15
1
Amanda
Segue o fluxo 😂😂😂😂
2024-07-13
0