Minha Protegida!

Minha Protegida!

Capítulo 1

Luna

Depois de deixar meu carro no estacionamento, ajeito minha mochila nas costas e vou em direção à entrada do hospital.

Passo pelas portas duplas, e logo me dirijo até o elevador, apertando o botão do quinto andar.

Como já sou presença constante aqui, na última semana, só passo na recepção do andar e pego meu crachá de acompanhante e assino o livro de controle.

Caminho lentamente pelo corredor, até chegar em frente à porta do quarto 503. Dou um longo suspiro, antes de colocar meu melhor sorriso no rosto e dar leves batidinhas na porta, girando a maçaneta e entrando em seguida.

- Bom dia, paizinho! - falo, fingindo estar animada. - Como passou a noite?

Me aproximo da cama onde ele está e beijo sua testa. Acaricio os cabelos meio grisalhos e o vejo sorrir levemente.

- Bom dia Michael. - cumprimento o afilhado do meu pai, que tem revezado comigo, cuidando do meu velho teimoso, enquanto ele está hospitalizado. - Obrigada por ter ficado com ele. Agora, pode ir descansar. Você parece não ter dormido bem à noite.

Michael

Ele apenas assenti, com as mãos nos bolsos e uma expressão cansada no rosto...mas não parece só cansaço.

- Luna, antes de ir, nós podemos conversar? - ele fala, torcendo os lábios.

- Claro! - me viro para o meu pai, que observa atentamente o afilhado. - Pai, eu vou até a lanchonete com o Michael, mas não vou demorar. Se precisar de alguma coisa, é só tocar a campainha.

- Tem dois seguranças do lado de fora. Podemos ir tranquilos.- Michael fala, encarando meu pai. - Até mais, padrinho. Se cuida!

O semblante do Michael demonstra preocupação, e isso vindo dele, nunca é um bom sinal. Afinal, Michael Bianchi não é um homem que costuma demonstrar sentimentos ou emoções.

Ele é um ex fusileiro, dono e instrutor chefe da maior agência de seguranças de elite do Brasil, a Força Delta! Eu fiquei 6 anos nos Estados Unidos estudando e não o vi durante todo esse tempo, porém, quando eu era pequena, Michael sempre estava presente em datas comemorativas e feriados.

Ele perdeu os pais quando ainda era muito jovem, então meu pai sempre cuidou dele e foi seguindo o exemplo dele que o Michael entrou pra marinha.

Meu pai, o almirante Carlos Henrique Alves, foi como um pai pro Michael. E agora, depois de ser vítima de um atentado, meu pai foi hospitalizado, e o afilhado dele tem me ajudado nos cuidados com meu paizinho.

Saio do quarto e caminho em silêncio ao lado do Michael, até a lanchonete do hospital.

Nos sentamos e, após nossos pedidos chegarem, ele suspira pesadamente, enquanto mexe a colher na xícara de café, parecendo procurar as palavras.

- Michael, você está começando a me deixar nervosa! - falo, batendo as unhas na mesa. - O que você quer me dizer?

- Eu estou tentando achar as palavras certas, Luna! - ele fala, finalmente me olhando.- Mas parece que não tem um jeito fácil de dizer o que eu preciso...

Encaro ele, me ajeitando na cadeira, me sentindo desconfortável.

- Então fala logo! - disparo.

- Eu...- ele suspira novamente. - Seu pai...ele...- parece ser difícil pra ele, as palavras parecem não querer sair.

- Fala logo! O que tem o meu pai? - falo, nervosa.

- Ele não tem muito tempo de vida, Luna...- ele fala, triste.

Eu o encaro e sinto minha garganta apertar. Meu coração parece afundar no meu peito e eu sinto meus olhos aderem.

- Isso não é verdade! - falo, repirando fundo, tentando me controlar. - Ele está se recuperando devagar, mas meu pai é forte e já superou coisas bem piores, e você sabe disso, melhor do que ninguém!

- Eu sei Luna! - ele fala, fechando as mãos em punho. - Mas ontem a noite, ele teve outra parada e os médicos quase não conseguiram o trazer de volta. Os ferimentos foram muito sérios, ele estar vivo é um...

- Milagre? - falo, fechando meus olhos e suspirando profundamente. - E você acha que eu não sei disso, Michael!? Eu sei, e exatamente por isso que eu não vou desistir e vou me agarrar ao mínimo fio de esperança que houver. Porque aquele homem, que está lá em cima, naquele leito de hospital, lutando pela vida .. - sinto uma lágrima rolar. - Aquele homem é a única família que eu tenho, a única pessoa nesse mundo que se importa verdadeiramente comigo e se eu perdê-lo eu vou me perder também. Porque se eu não tiver ele pra me guiar, eu vou acabar perdida!

《••••》

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