capítulo 17

Na festa do colégio, Lara foi procurar as crianças, ela ficou procurando eles junto com Caio, mas não achavam. As amigas de Isadora ficaram procurando ela, elas perguntaram a alguns colegas e principalmente ao Noah. Ele achou que ela estivesse com a família, mas não viu mais os pais dela.

Lara viu as crianças passando, mas Noah parou ela quando ela ia em direção deles.

Noah: Lara, onde está a Isadora?

Lara: Oi Noah, ela se sentiu mal e foi para casa.

Noah: Sério? Ela nem falou nada, parecia estar bem, obrigado, eu vou até lá ver como ela está agora.

Lara: Noah, espera.

Noah: Ela não tá em casa, não é?

Lara: Ela foi para o hospital, não queria te deixar preocupado, mas merece saber. Ela desmaiou, Diogo levou ela.

Noah: Qual hospital?

Lara informou para ele o endereço, Noah falou com os seus pais e eles foram para o hospital. Não tinha como eles continuarem lá, eles foram imediatamente.

Lara encontrou Caio com as crianças, eles foram para o carro e foram para a casa dela. Lara deu uma desculpa às crianças, assim não ficaram preocupados.

Noah e sua família infelizmente demoraram no trânsito, ele ficou mais preocupado ainda, havia acontecido um acidente e por isso eles demoraram a chegar.

No hospital, Noah correu até a recepção, e pediu informações, mas só com autorização da família. Diogo foi chamado, ele foi até a recepção saber quem era e viu que era o Noah.

Noah: Por favor, me dê notícias dela, eu aceito qualquer regra nova, mas deixe-me vê-la.

Diogo: Noah, agora não é o momento.

Eduarda: Diogo, nos dê noticias pelo menos.

Diogo: Ela tá dormindo pelo efeito dos remédios, é anemia, mas não é nada grave.

Noah: Eu vou esperar aqui.

Marcos: Filho, ela provavelmente vai dormir até amanhã, é noite, horário de visitas já encerrou. Porque não volta amanhã?

Noah: Não, eu não tô com sono, eu vou ficar aqui. Eles não podem me deixar entrar, mas não podem me tirar daqui.

Diogo: Noah...

Noah: Não vou embora.

Noah ficou sentado em uma cadeira, Diogo não podia obrigar ele a ir embora.

Diogo: Eu cuido dele.

Eduarda: Qualquer coisa nos ligue.

Diogo: Obrigado por terem vindo.

Marcos: Melhoras para ela.

Diogo agradeceu com um aperto de mão, ele foi até o Noah sem saber se deveria falar a verdade ou não.

Diogo: Quer tomar um café?

Noah: Pode ser.

Eles foram em direção à lanchonete, Diogo pediu dois cappuccinos, eles sentaram em uma mesa e ficaram em silêncio mexendo as mãos.

Diogo: Você gosta mesmo dela, não é?

Noah: Ainda pergunta? Gosto da Isadora desde o dia que a conheci, ela com suas loucuras que conquistou kk

Diogo: Mas a história que eu sei é outra.

Noah: Também, ela quem pediu para ficar comigo, é claro que é não diria não, ficamos, gostei dela mais ainda, me apeguei e quando vi já estava todo bobo.

Diogo: Quando ela faz a entrada dela na vida das pessoas ela fica e arrasa.

Noah: Ela é única.

Diogo: Noah, o que aconteceu naquela viagem?

Noah: Nada demais.

Diogo: Eu quero a verdade.

Noah: Não posso.

Diogo: Eu já sei sobre isso, me diga sua versão.

Noah: Eu não sabia que elas iam para a festa, tanto que eu não aceitei ir, achei que elas não fossem quebrar essa regra. Eu fiquei no quarto, fiquei com um amigo e dormimos. No dia seguinte eu soube que eles foram, Isadora não estava muito bem com isso, parecia arrependida.

Diogo: Você sabe o que aconteceu na festa?

Noah: Não, mas sempre saem boatos.

Diogo: Quais?

Noah: Os meninos ficaram falando no grupo sobre quem eles ficaram, ficaram com as amigas da Isadora e ela ficou com um cara que estava lá bebendo.

Diogo: Mais alguma coisa?

Noah: Não, só ficaram comentando isso mesmo. Não briga com ela, ela foi pela cabeça da Priscila, ela não queria ir, mas no fim aceitou.

Diogo: E essa Priscila?

Noah: Ela só anda com uma amiga no colégio, já foi amiga das meninas, mas a amizade acabou. Ela não é uma boa influência.

Diogo: Sabe onde ela mora?

Noah: Sim.

Diogo: Sabe o nome da boate que eles foram?

Noah: Acho que tá no grupo.

Diogo: Se eu te pedir ajuda com uma coisa, você faz?

Noah: Sim.

Diogo: Priscila drogou a Isadora na festa, eu quero dar uma lição nela, vou precisar da sua ajuda.

Noah: Ela fez o quê?

Diogo: Fica calmo.

Noah: Como? Essa garota passou de todos os limites, ela...

Diogo: Noah, tem mais.

Noah: Eu vou matar ela.

Diogo: Você gosta realmente da Isadora?

Noah: Eu amo a sua filha.

Diogo: Isadora precisa de apoio agora, descobrimos hoje que ela tá grávida do cara dessa festa.

Noah: O que? G.Grávida? Ela...ela se entregou para um estranho?

Diogo: Noah, lembrando que ela estava drogada, Isadora não foi para a cama com ele lúcida.

Noah: Grávida?

Ele estava atordoado, abaixou a cabeça ainda assimilando, sua voz saía como um sussurro, ele não conseguia acreditar.

Diogo: Eu sei, é difícil, nem eu mesmo aceito isso, mas não posso mudar o que aconteceu.

Noah: Eu preciso ficar sozinho.

Noah saiu de lá, ele saiu do hospital e ficou andando na rua com pressa, ele não sabia para onde ir, para onde estava indo, ele voltou e ficou dando voltas sem sair do canto. Sua mente estava uma bagunça, ele chorou e sentou em um banco na rua.

Noah ficou lá fora por muito tempo, quando havia assimilado, ele voltou para o hospital e ficou sentado na mesma cadeira de quando chegou. Emma estava passando, havia saído para tomar água.

Emma: Noah?

Noah: Oi, boa noite.

Emma: Boa noite, como está?

Noah: Como a senhora está?

Emma: Eu sei que é difícil, muito, estamos ainda tentando descobrir como lidar com isso, mas no momento só precisamos dar apoio a ela. Tá difícil para nós, mas para ela tá pior ainda.

Noah: Eu sei.

Emma: Você quer ver ela?

Noah: Eu vou deixar ela descansar, vou comer alguma coisa, qualquer coisa me avise.

Emma: Não precisa mentir, Noah. Eu entendo o seu lado, pense, assimile, é um choque, mas não solte a mão dela agora.

Emma foi para o quarto, Noah tentou não chorar, ele ficou quieto mexendo as mãos e permaneceu lá.

Isadora acordou pela madrugada, ela viu seus pais dormindo no sofá, sentiu muita tristeza ao lembrar de tudo, o jeito que Diogo falou com muita decepção, tristeza, ela evitou chorar.

Diogo viu ela se mexendo, ele foi até ela.

Diogo: Tá sentindo alguma coisa?

Isadora: Preciso ir ao banheiro.

Diogo: Vem.

Diogo ajudou ela ir até lá, ele só queria garantir que ela não fraquejasse, Emma ficou observando, ela não se mexeu.

Isadora usou o banheiro e voltou para a cama, Diogo cobriu ela e entregou um copo com água.

Isadora: Ela tá bem?

Diogo: Sim.

Isadora: Pai…

Diogo: Descanse, Isadora. Precisa descansar.

Diogo voltou para o sofá e abraçou Emma. Isadora não estava com sono, ela ficou pensando ate o sono vir e ela dormir novamente.

Ao amanhecer, Isadora foi acordada por uma médica, Diogo e Emma acordaram também.

Obstetra: Bom dia, sou a obstetra, Marcela. Preciso te levar para fazer uma ultrassom, se estiver tudo bem poderá ir para casa em seguida.

Isadora: Eu não quero.

Emma: Filha, é importante.

Obstetra: Não quer ver o seu bebê?

Isadora: Não.

Obstetra: Não posso forçá-la a isso.

Diogo: Ela vai sim, ela vai fazer essa ultrassom e vai saber como está o bebê. Você vai ficar com esse bebê aí dentro sem saber o estado dele? Você não pensa? Ela vai sim.

Isadora ficou em silêncio, eles foram para a sala onde será feito a ultrassom, a obstetra foi paciente, entendeu o que estava acontecendo e sabia que existe um tempo para a aceitação.

Ela fez a ultrassom, informou aos pais que o bebê estava bem, mas que precisava de ajuda de vitaminas, do esforço da mãe com a alimentação, hidratação, explicou tudo o que ela tinha que fazer a partir de agora. Emma não soltou a mão dela, deu apoio, Isadora não quis olhar, ela ficou com o rosto virado, mas em alguns momentos por curiosidade ela olhava.

Quando recebeu alta, eles encontraram Noah na recepção ainda sentado, Isadora ficou em choque, ele mais ainda.

Noah: Tudo certo?

Diogo: Sim, ela vai para casa agora e vai tomar alguns medicamentos.

Noah: Entendi.

Diogo: Quer uma carona?

Noah: Não, eu vou de táxi.

Isadora: Noah…

Noah: Depois conversamos, Isadora.

Isadora: Por favor.

Noah: Se eu for falar com você agora nós vamos discutir, durante todo esse tempo eu estive do seu lado, não te julgo pelo o que aconteceu, pois você foi drogada. Mas o mínimo era falar o que aconteceu, se abrir, eu acreditava que não tínhamos segredos, que fôssemos amigos acima de tudo. Eu nunca te julguei, nem mesmo agora iria te julgar por a gravidez, mas te julgo pela mentira.

Ele saiu, ela ficou parada olhando ele sair, não falou nada, apenas ficou quieta.

Emma: Ele precisa ficar sozinho, precisa esfriar a cabeça.

Isadora: Ele passou a noite nessa cadeira?

Diogo: Ele ficou todo o tempo aqui, igual nós ficamos aqui durante anos e você não teve coragem de falar para os seus pais. Sua mãe não era a sua melhor amiga? Se tivesse falado no primeiro dia, não estaria grávida agora, ela tinha te orientado. Vamos logo para casa.

Isadora respirou fundo e seguiu Diogo ao lado de Emma, ela sabia que agora serão dias difíceis, complicados e cinzas. É claro que ela deveria ter falado para alguém, pelo menos a alguém, mas não conseguiu. Apontar o dedo todos sabem, mas quando passa por isso só sabe a imensidão na mente, o peso, o medo, quem passa.

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