Capítulo 18

    Augusto entrou dentro daquele carro ficando pensativo, sua mala foi colocada atrás e ele olhava para fora pelo vidro da porta, pensando no seu futuro. Pietro, no entanto, não quis dizer nada naquele momento, ele poderia provocá-lo um pouco, mas aquilo não faria com que ele passasse a gostar mais dele, então preferiu ficar quieto, apenas dando a ordem aos seus homens.

    — Vamos direto para minha casa, vou deixar o Augusto lá primeiro.

    Ele deu a ordem e saíram de frente a casa dos pais de Augusto, de dentro daquela casa, os pais e a irmã dele ficaram na janela observando a partida deles, naquele momento o pai do jovem estava indignado.

    — Como ele pôde permitir que essa maluquice acontecesse? Ele planeja mesmo fazer esse noivado hoje? Será que ele vai seguir mesmo com isso? — perguntou um pouco incrédulo.

    — Ele não pareceu estar brincando quando disse que aceitava ele em meu lugar papai, acredito que o noivado esteja de pé.

    — Ridículo! — estava inconformado.

    Para o pai de Augusto, não importava que aquilo tivesse sido um sacrifício em benefício de sua filha, ainda achava inadmissível toda aquela história, não queria pensar em seu filho sendo usado daquela forma.

    Augusto de certa forma, também não podia deixar de pensar em como seria aquele tipo de contato com Pietro, não sabia se ele tinha falado sobre estar na cama dele, como uma forma para assustá-lo, ou se ele realmente estava disposto a ter algo com ele.

    A casa de Pietro também era grande e bonita como a de seus pais, Augusto já tinha estado naquela casa, porém, como um dos seus guardas, mas daquela vez estava sendo como algo mais, assim que desceu, já pôde perceber alguns olhares de alguns seguranças que estavam por ali.

     — Me siga — foram as primeiras palavras que disse, depois que saíram daquela casa.

    Augusto fez como ele mandou, seguindo Pietro que subiu escada acima, quando chegou em frente a um dos quartos, ele parou.

    — Esse aqui é o meu quarto, caso precise de alguma coisa durante a noite, pode vir me procurar — tinha um sorriso malicioso.

    Augusto apenas levantou uma sobrancelha, diante daquele comentário, ele entendeu o que Pietro quis dizer, mas fingiu ignorância naquele momento, logo o outro continuou e parou em frente a outra porta, abriu e entrou, mostrando tudo para o homem à sua frente, que ainda tinha uma expressão bem carrancuda.

    — Por enquanto esse será seu quarto, ao menos até amanhã, mesmo que o seu caso seja diferente, ainda seguirei as regras, acho que não vou precisar provar sua pureza para ninguém — falou se aproximando mais dele — Até porque sabemos que não é mais virgem.

    Pietro não estava mais afim de fingir nada, já tinham chegado até aquele ponto, não tinha necessidade de continuar fingindo uma indiferença que não existia, a partir daquele momento estava disposto a flertar com Augusto, não precisava dizer que sempre o desejou, mas como ele seria seu noivo depois daquela noite e seu marido no dia seguinte, queria começar a investir na conquista.

    — Como já sabe sobre minha castidade, ainda assim vai me aceitar? — criou coragem e perguntou.

    — Não se preocupe com isso, acho que para o que vamos fazer, pode se dizer que você ainda manteve sua pureza — o sorriso aumentou em seu rosto.

    Augusto não conseguiu evitar engolir em seco depois daquela fala, ele não podia evitar pensar naquela parte e em como iria reagir quando aquilo fosse acontecer, não tinha a menor ideia de por onde começar e não saber nada sobre aquilo, de certa forma o deixava nervoso quanto ao que poderia vir.

    Enquanto provocava Augusto, o telefone de Pietro tocou, viu que era o chefe da segurança, então se afastou e atendeu aquela ligação.

    — Pode falar.

    — Senhor, preciso reportar que o soldado Augusto Castro não compareceu hoje, ontem ele foi dispensado devido ao aniversário da noiva do senhor, mas hoje ele também não se apresentou ao trabalho.

    — Entendo — olhou para Augusto — Ele também estará dispensado por hoje e amanhã, depois disso vou ver como ficará a situação dele, nesses dois dias que citei, ele estará à minha disposição.

    — Sim senhor.

    O chefe da segurança ainda não estava sabendo que Augusto tinha sido levado para a casa de Pietro, então somente achou estranho o que foi dito por seu chefe, mas não tinha direito de contestar.

    — Estavam falando sobre mim? — percebeu pela forma que Pietro o olhou.

    — Sim, ele queria reportar que você não foi trabalhar.

    — Não tive oportunidade de ir trabalhar hoje, o senhor mesmo sabe o que aconteceu — falou com uma certa ironia.

    — Não estou repreendendo o meu noivo, acho que já posso te chamar assim, você pode começar a me chamar de você a partir de hoje, não vamos precisar de tantas formalidades, quanto a questão do seu posto na organização, eles ainda não sabem o que está acontecendo, mas sou eu que vou tomar as decisões sobre o que você faz ou deixa de fazer depois de hoje.

    — Não está pensando em me deixar trancado aqui, está? — começou a ficar preocupado.

    — Trancado não, você não vai ser refém para ficar trancado ou algo assim, mas posso querer ficar te olhando o dia todo, por isso vou determinar o que vai fazer.

    Augusto não estava entendendo a forma como ele estava agindo depois que chegaram naquela casa, até o sorriso que não era fácil ver no rosto de Pietro, estava estampado ali, não sabia se ele estava achando divertido aquela situação e o que iria fazer com ele, ou se de alguma forma estava apreciando aquilo.

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