Capítulo 6

Algum tempo depois, os seguranças chamaram por Alice, já estava na hora de levá-la ao salão, no entanto, ela não quis que seu irmão a acompanhasse.

— Não precisa ir comigo, eu vou ficar bem, eu confio no que você me disse e não acredito que ele possa fazer alguma coisa, ele vai seguir as regras, então vá fazer suas coisas e se arrumar, assim não chegamos atrasados.

Por um lado, Augusto ficou sentido por ela não querer que ele a acompanhasse, mas por outro, era bom ver ela mais forte e destemida como estava se mostrando naquele momento. Ele a acompanhou até o lado de fora da casa, Alice ainda lhe deu um sorriso antes de entrar no carro e ele voltou para dentro.

Naquele dia em questão, Augusto tinha sido dispensado de suas funções devido ao evento daquela noite, o chefe da segurança lhe deu o dia para cuidar de suas coisas e foi o que ele fez. Ele deixou algumas de suas coisas prontas naquele dia, se o plano desse errado como seu amigo Mark o avisou, teria que estar preparado, mas torcia muito para Pietro desistisse daquela ideia.

As horas se passaram, Augusto e sua família começaram a se aprontar, eles não queriam se atrasar, pois seria um motivo a mais para criar problemas com o anfitrião daquela festa e eles não queriam aquilo. Quando Alice chegou, eles estavam todos prontos, ela estava linda mesmo naquele jeans, seu cabelo e maquiagem, somente realçaram sua beleza.

Alice somente deu um sorriso para sua família e subiu para se vestir, sua mãe foi atrás para ajudar e quando desceu, Augusto achou que ela estava deslumbrante, ela usava um vestido vermelho que também foi enviado por Pietro, naquele momento, ele percebeu que sua pequena princesa, tinha se transformado em uma mulher incrível e diante daquela percepção, tinha mais certeza ainda do que estava disposto a fazer para protegê-la.

— Você está maravilhosa — a elogiou, um pouco emocionado.

— Realmente... você está linda minha filha — falou quase chorando.

— Obrigada aos dois, mas vocês são suspeitos para falar — respondeu com um belo sorriso.

— Querida, vou fazer mais uma recomendação essa noite, evite fazer qualquer coisa que aborreça o Pietro, só finja que está gostando de tudo e se divertindo.

Augusto não gostou que ele falasse aquilo naquele momento, ele queria continuar vendo aquele sorriso no rosto de sua irmã e o comentário de seu pai, fez com que ele sumisse dos lábios dela.

— Tinha mesmo que tocar nesse assunto pai? Estragou o clima.

— Não era a minha intenção, mas você melhor do que ninguém, sabe como o Pietro é, só não quero que sua irmã sofra alguma coisa, por agir de uma forma impulsiva.

Antes que Augusto pudesse responder, sua mãe se aproximou e segurou a mão de Alice.

— Querida, sei que isso não é o que sonhou para você e nós também não, mas infelizmente não podemos fazer nada, a não ser deixar as coisas menos complicadas. Veja, o Pietro tem te tratado muito bem esses dias não têm? Talvez com você ele não seja o monstro que todos sabem que ele é, eu também me casei sem nem mesmo conhecer o seu pai, nesse nosso mundo é assim, mas olha como estamos hoje, somos felizes e temos dois filhos maravilhosos — tentou confortá-la.

— Mãe, não queira comparar o papai com aquele homem, ele é um assassino frio que mata desde criança, onde que meu pai pode ser comparado com ele? Sem falar que sabemos bem como a maioria dos homens da máfia trata suas mulheres, elas são violentadas, espancadas e deixadas trancadas como animais, não quero isso para mim.

Augusto não queria que aquele assunto continuasse, então decidiu intervir, para que falassem de outra coisa.

— Chega! Vamos mudar de assunto, ou o humor de todos não vai estar bom.

Ele sabia que tudo que ela havia falado era verdade e ele não estava disposto a deixar ela passar por aquilo, ele até poderia passar por aquilo, caso seu plano falhasse, mas ela, Augusto não queria que passasse por aquele tormento. Por sorte, um dos seguranças bateu na porta e entrou, nem mesmo esperando ela ser aberta, assim aquele assunto tinha parado de vez.

— Está na hora, precisamos ir.

Todos saíram e tinha uma limusine parada esperando por eles, Augusto pôde perceber que Pietro não estava economizando mesmo com o que estava fazendo por ela, enquanto seguiam para o local, ele até se questionou, se aquele homem poderia mesmo estar apaixonado por sua irmã, mas independente daquilo, ele seguiria a vontade dela e não a dele.

Eles foram em direção a casa dos pais de Pietro, a festa seria naquele local, a casa era uma mansão com um grande jardim lateral muito bonita. Pela quantidade de carros sendo estacionados ali, dava para perceber que havia muitas pessoas naquela festa, Alice estava nervosa por perceber que era um evento grande e Augusto não fazia ideia do que Pietro poderia estar planejando para aquela noite.

Assim que o carro parou, um dos seguranças abriu a porta, eles desceram e Alice ficou por último, ainda parecendo um pouco hesitante, seu irmão lhe estendeu a mão e a ajudou sair daquele carro, mostrando seu apoio a ela.

— Não se preocupe, vou estar do seu lado a festa toda — tentou acalmá-la.

Eles entraram e os aplausos começaram, Alice apertou ainda mais o braço do irmão, Augusto logo viu que Pietro vinha na direção deles, mas achou estranho o fato de que ele o encarava, ao invés de olhar para sua irmã, chegou até a pensar que talvez ele tivesse descoberto seu plano, mas como sempre, o olhar que ele lançava o fazia congelar e só quando chegou bem perto, foi que desviou o olhar para Alice.

— Você realmente está muito linda.

Ele a elogiou e deu um pequeno sorriso, estendeu o braço para ela, que olhou para seu irmão, como que pedindo ajuda a ele, mas Augusto não poderia impedir que ela fosse com ele, então apenas acenou com a cabeça, indicando que ela fosse com aquele homem, mesmo que ele a levasse para andar pela festa, ainda continuaria mantendo sua palavra, sobre ficar perto dela.