Poderia simplesmente ir para casa e descansar, lidar com os convidados dos meus pais e Claire, mas não. Fiquei olhando aquele cara velho, na qual estou saindo e vendo ele fumar olhando para o retrovisor. Quando a balsa atraca, entro no caso sem dar uma palavra com aquele sujeito babaca — ele me mandou calar a boca — se eu fosse aquele velho, antigo aluno popular e aceito por todos na cidade, poderia armar uma para ele, fazer algo tão grandioso para manchar sua reputação de vez e ele nunca mais conseguirá trabalhar na área da educação em qualquer lugar do estado de Massachusetts. Ele talvez teria que ir embora para outro país para recomeçar e esquecer de vez o número do meu celular.
— Ficará se comportando como meu filho? Não falará comigo a noite toda?
Peguei ranço de sua cara, ele era um cretino, um filho d p*. Por conseguir sentir aquela repulsa, aquele ódio por sermos vistos juntos e reconhecidos; a maneira que Charles me olhou entendendo que me tinha nas suas mãos... Era o melhor momento para acabar com essa história. Ele iria concordar comigo assim que mostrasse que aquele lance todo, o dono do motel e o da blusa era mais do que o suficiente para nos afastarmos.
— Eu quero parar. Eu quero para com essa história, terminar o ensino médio de forma honesta, justa. Ver você apenas como meu professor.
Ele parou o carro num cruzamento que dava ao pequeno centro comercial de Newport e um hotel cinco estrelas, quase um resort, parece que seu tamanho interferiu para não receber esse nome. Era um local escuro, eu não conhecia muito Newport, mas o hotel New Castle Pamplona é da minha família, assim que inaugurou, as festas de final de ano dos funcionários e reuniões com pessoas importantes eram todas lá. Minha mãe, eu, Cíntia, Edgar e Ondine — ainda não existia Marieva — passávamos as férias e muitos finais de semana nele.
— Eu nunca mais te darei uma nota alta se você realmente não merecer, mas eu não quero terminar!— Ele chega bem perto e passa suas mãos geladas entre meus cabelo e puxa eles para trás direcionando minha cabeça a encará-lo. — Eu te amo! Eu sei que tenho que resolver isso. Mas me dá um tempo, dê esse tempo para você, eu sei que você não tem ninguém por aqui. dê esse tempo para nós dois. Prometo não te encher o saco, como estou fazendo, procurarei uma atividade além da academia e sair com você.
Ele força um beijo. Estava em desvantagem, no meio do nada, teria quer andar muito para chegar no hotel e explicar o que eu fazia naquele local sem carro. Tudo bem que poucas pessoas me reconheceriam, há uns sete anos, eu não sei o que é passar um final de semana por lá.
— Vamos jantar. Eu estou com fome.
— Certo.
Ele parou num píer, andamos pela parte boemia de Newport e surpreendentemente aquele local tinha a atmosfera boa, casais apaixonados, crianças correndo... Era uma forma de me senti um pouco acolhido, eu gostava desse clima de família — até senti saudade de Debra — ela não saia lá de casa e ela fazia minha mãe cozinhar e arrumar a mesa de forma menos pretensiosa. Fiquei contemplando as pessoas, o mar e tudo que fosse belo naquele jardim perto da costa.
— Isso aqui é para você!
— Uma rosa. — Olhei carente para Antony, que estica sua mão e me dá mais um presente.
Acho que ninguém me dá presente há tempos, não se não for o meu aniversário ou algum bajulador dos meus pais. Abri aquela caixa e era um chaveiro fofo de acrílico com as minhas iniciais e um bichinho de pelúcia. Havia flores dentro formando um coração e glitter dourado e rosa — rosa, é a minha cor favorita depois do vermelho — o material metálico era foleado a ouro e uma pequena espada, uma pequena estrela, o sol e a lua, uma pedra de brilhante, deve ser falsa, mas não estava nem aí. Foi um presente maravilhoso, não esperava por ele.
— Eu amei, e esse bichinho...
— Um lêmure.
— Que bom que disse, eu não sabia. — ri.
— Vamos jantar? Ele me oferece sua mão para segurar e eu a seguro.
Só faltou o beijo e lógico que não daríamos esse mole assim. Eu tinha até vergonha de ser visto com ele; ele é aquele professor sem vaidade, sem apreço pela sua imagem, pelo menos era essa visão que eu tinha até me envolver com ele solteiro, um membro avantajadamente lindo, mas para por aí o elogio. Após me esbaldar de tanta pizza e massa de tudos os sabores e molhos e ainda tinha um doce de banana incrível que eles disseram que eram típico do Brasil. Antony me desarmou. Disse o que eu queria escutar, me deu presente, pagou por tudo que consumimos. O clima de romance estava no ar, entramos no carro, nos beijamos, dessa vez eu queria, ele não aguentou quando comecei a estimula-lo e paramos na meio do caminho em um dos vários lugares que saquei que ele conhecia cada um deles, e certamente usou para seus encontros com outros. Eu gostava de ação, de frio na barriga e tesão em excesso, aquele carro ficou quente, as janelas embasaram, e não percebemos um carro parar, mas logo se foi quando percebeu o que realmente estava acontecendo — tivemos que nos apressar, ele foi mais rápido, mais bruto e eu me segurava como podia — estava com medo mesmo do carro da polícia aparecer e esse tipo de perigo me animava mais do que o ato propriamente dito. Ele me ludibriou dando uma de paizão apaixonado. E lá estava eu na mesma com ele, sem conseguir dar o fim que acreditei conseguir no início da viagem.
— Quem é que vai fuder você desse jeito? Você é meu! — Disse ofegante e tentando colocar as calças no lugar.
Por fim, já em Virgínia Lake, pego meu carro e dou uma olhada no relógio, eram vinte para meia noite e preparava meu espírito ao entrar com meu carro na propriedade dos Benson, deixando meu carro fora da garagem e sendo monitorado no andar de cima pelo meu pai na sacada de seu quarto e com cara de poucos amigos.
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Atualizado até capítulo 20
Comments
Anônima💜💖
Por favor continua 😭
2023-02-07
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