Giorgia
Anna havia me trancado no quarto, vasculho tudo, não existe outra saída além daquela porta. Ando de um lado para o outro, depois de mais de duas horas, eu acho, escuto passos se aproximando, me desespero. Mattia abre a porta entra e a tranca novamente. Ele caminha em minha direção, eu corro e ele me alcança facilmente me puxando pelos cabelos e me jogando na cama.
Giorgia - Não, por favor não faz isso ...
Mattia – Onde está aquela coragem toda, de quando enfiou essa mãozinha linda na minha cara?
Giorgia - Me perdoa, eu juro que não faço mais isso, só não me obriga a me vender ...
Mattia - Não se preocupa ragazza, hoje comigo, você não vai precisar se vender ... porque eu sou seu dono, e não tem cabimento eu pagar por uma coisa que é minha.
Me encolho na cama, ele começa a tirar a roupa ficando só de cueca. Sobe na cama e um nó se faz em minha garganta. Ele me puxa pela perna, tento me soltar, mas ele é mais forte que eu e me prende embaixo de seu corpo enorme. Começa a beijar meu pescoço, eu grito pedindo que ele pare, ele gargalha, parece ficar ainda mais excitado com meu desespero. Sua mão desce até minhas pernas e sobe por dentro do meu vestido, sinto ele chegar bem perto da minha região mais íntima, estendo a mão que ele havia soltado, alcanço uma garrafa de vinho que estava em um balde de gelo ao lado da cama, não penso apenas o acerto com toda minha força, bem na cabeça.
Com a pancada, ele cai da cama desacordado. Levanto-me rápido, procuro a chave do quarto no bolso de seu paletó, encontro e corro até a porta, ele estava imóvel, espero que não esteja morto apesar dele merecer exatamente isso. Abro a porta devagar, não havia mais barulho naquele ambiente. Saio do quarto e o tranco lá dentro, desço as escadas tomando cuidado para não fazer nenhum barulho, por sorte não havia ninguém mais ali. Ando em direção a porta, mas não posso sair assim, seria pega facilmente. Olho ao redor e vejo uma janela vou até ela, estávamos no primeiro andar, não era tão alto assim eu poderia pular, o máximo que poderia me acontecer era quebrar uma perna. Olho para baixo e vejo um contêiner de lixo, aquilo poderia amortizar minha queda. Respiro fundo, não tenho muito tempo para pensar, preciso sair daqui agora, ou morrerei nas mãos deles, assim que descobrirem o que fiz com o herdeiro Ricci. Sento na janela e me jogo no contêiner, levanto rápido e saio dali. Era um beco escuro, fétido, estava descalça, caminho com cuidado me esgueirando pelas sombras. Chego à rua principal, olho para o lado para vê se não tem ninguém daquela boate que me conheça ali fora, dou dois passos para frente e trombo com um cadeirante, acabo caindo em seu colo.
Giorgia – Perdão senhor, não te vi.
Levanto rápido, ele me olha dos pés a cabeça e sorri. Aquele sorriso, sinto que já o vi antes.
Cadeirante - Tudo bem, você se machucou? Precisa de ajuda?
Olho em seus olhos, ele me parece ser um bom homem, vejo ali uma oportunidade de fuga.
Giorgia - Eu preciso de ajuda. Por favor me tira daqui ...
Ele me olha sereno.
Cadeirante - Venha, meu carro é aquele ali.
Ele aponta para um carro preto, um homem de terno e gravata esperava ao lado. Ele faz um sinal com a cabeça e o homem abre a porta, corro para dentro do carro, me encolho para não correr o risco de ninguém me vê ali. Com a ajuda do homem, ele entra no carro e se senta ao meu lado. A porta se fecha e logo o carro começa a andar. Sinto um alívio no peito a cada vez que olho para trás e vejo aquele lugar ficar mais distante. Olho para aquele homem, e a sensação é de que já nos vimos antes, não sei onde. Mesmo sentado, dava para vê que era bem alto, cabelos negros, barba bem-feita, olhos azuis e um sorriso desconcertante. Mas agora a beleza dele era o que menos importava, eu só precisava agradecê-lo por me salvar.
Giorgia - Muito obrigada, o senhor acaba de salvar minha vida.
Cadeirante - Quer que eu a deixe em algum lugar?
Só ai me toco, eu não tenho para onde ir. Não posso voltar para casa do meu pai, é o primeiro lugar onde irão me procurar. Eu ne sei onde estou. Ele me olha.
Cadeirante - Você tem para onde ir?
Giorgia - Para lhe ser sincera, eu nem sei onde estou.
Cadeirante - Estamos em Florença, e eu vou levá-la para minha casa até que você encontre onde ficar. Não se preocupe, não lhe farei nenhum mal.
Apenas balanço a cabeça em tom de afirmação, que outra opção eu tinha, em uma cidade onde não conheço ninguém, fugindo da máfia Ricci, sem ter para onde ir, sem se quer um documento em mãos. A única pessoa que havia me estendido a mão era um estranho, de quem eu não sabia nem o nome.
Giorgia - Me desculpe senhor, mas eu se quer me apresentei. Me chamo Giorgia Rizzo.
Cadeirante – Muito prazer Giorgia, Sou Tommaso Mancini.
Tommaso Mancini, aquele nome não me era estranho, sinto que já o ouvir em algum lugar, mas não lembro onde. Mas isso é o que menos importa agora, ele me salvou, não sei se conseguiria escapar a pé , descalça sem nenhum dinheiro e sem documento, em uma cidade que nunca vim na vida. Provavelmente seria pega pela máfia Ricci e teria que me prostituir para pagar a dívida do meu pai, ou seria morta pelo que fiz com o príncipe deles.
Meu pai, não acredito que ele me vendeu para a máfia, meu coração dói só de lembrar do que ele me fez. Eu nunca vou perdoá-lo por isso, nunca! E a partir de agora, eu vou fazer tudo que for necessário para conseguir tirar minhas irmãs de lá, ou elas acabarão no mesmo lugar que eu, em um bordel da máfia, tendo o corpo vendido para homens sem escrúpulos, nojentos, asquerosos.
Giorgia - Não posso deixar que isso aconteça com elas ...
Acabo pensando alto, Tommaso me olha.
Tommaso – Você o que?
Giorgia - Desculpa, só pensei alto demais.
Tommaso – Nós já chegamos, vamos.
Desço do carro e fico admirada com o que vejo. A casa, casa não, o palácio era enorme e lindo. Nunca havia visto algo do tipo, a não ser nos filmes. Não consigo disfarçar meu deslumbre diante de tamanha beleza.
Tommaso - Venha Giorgia, vou pedir para nossa governanta te acomodar e lhe dar o que precisa.
Ele entra controlando a cadeira de rodas automática, o acompanho, olhando para todos os lados, uma senhora que aparentava ter uns cinquenta anos se aproxima, ele nos apresenta e pede para que ela cuide mim. A senhora me chama e eu a acompanho, olho para trás enquanto ando e vejo o Sr. Mancini acenar com a cabeça e sorrir para mim, sorrio de volta e acompanho a senhora, que se chama Rosa Colombo, Sra. Colombo como ela prefere ser chamada. Ela me leva até a cozinha, saímos por uma porta e andamos por um lindo jardim até chegar no que parecia ser um chalé. Entramos e fico encantada como aquele lugar era lindo. Uma pequena sala com uma lareira bem intimista integrada à cozinha no estilo americana e uma suíte com uma cama de casal, uma cômoda, uma escrivaninha e um banheiro bem arrumado, com uma banheira grande. A Sra. Colombo abre uma gaveta da cômoda e pega toalha, sabonete, shampoo e condicionador.
Sra. Colombo – Vou pegar uma roupa para você dormir, tome banho que já volto.
Entro no banheiro, encho a banheira relaxo meu corpo, flashes daquele homem grosso e arrogante tentando me tocar voltam a minha cabeça e eu choro. Afasto aqueles pensamentos, termino o banho e quando saiu do banheiro na cama encontro uma camisola e uma bandeja com sanduiche e um copo de leite quente. Lembro da minha mãe, que sempre me levava leite quente antes de dormir. E agora eu estava ali, depois de fugir de uma casa de prostituição onde meu próprio pai havia me colocado, na casa de um completo estranho sendo tão bem tratada que eu não sabia nem como retribuir àquele homem.
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Atualizado até capítulo 101
Comments
Gil Marri
A máfia pode voltAr e pegar outra irmã
2024-08-05
2
Maria Das Graças
seu pai é um cafajeste .
2024-02-24
0
Kelly Sartorio
aquele homem nao pode ser chamado de pai
2024-02-23
3